A COFIAA surgiu em 25 de agosto de 2014. Seu primeiro ataque foi a explosão de uma bomba caseira em uma oficina de atenção cidadã do deputado Orlando Anaya González, do Partido de Ação Nacional, em Iztapalapa.[5] O segundo, no mesmo dia, foi uma explosão na Igreja de Nossa Senhora de Loreto. Ambos os ataques foram reivindicados no primeiro comunicado do grupo, o manifesto Despues de Media Noche.[6] No manifesto, o COFIAA afirmava que a segunda bomba originalmente seria deixada na Catedral Metropolitana da Cidade do México, mas que o alvo foi alterado devido à presença de trabalhadoras no local que poderiam se ferir na explosão; No manifesto também afirmam ter deixado outras três bombas espalhadas pela Cidade do México, mas estas nunca foram encontradas.
Em 12 de abril de 2015, o grupo deixou uma bomba incendiária em uma sucursal da Santander México na demarcação de Gustavo A. Madero.[3][7] Meses depois, em junho, um ataque explosivo foi realizado contra a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Territorial e Urbano (SEDATU).[8][9][10][11] Ambos os ataques causaram apenas danos materiais.
Ainda em 2015 o COFIAA voltou a atacar o clero, deixando um explosivo a base de dinamite na porta de uma igreja católica.[12] O ataque foi realizado in memorian do estudante anarquista Aléxandros Grigorópulos, morto na Grécia em 2008. Em maio do ano seguinte, o grupo reivindicou um ataque contra uma oficina da empresa SACMAG México S.A, sem uma explicação da motivação do ato.[13][14][15]
Ataque mais notórios
Em 20 de dezembro de 2016, o COFIAA se responsabilizou pela explosão de uma bomba caseira no Instituto das Mulheres da Cidade do México, danificando o portão de metal e a vidraçaria da entrada principal, sem no entanto resultar em pessoas feridas.[16][17] Na ocasião, a reivindicação feita pelo grupo afirmava que continuariam a atacar a “instituições feministas burguesas”, que consideravam ser danosas à emancipação feminina.[18]
Em 16 de abril de 2017, outro ataque foi realizado, desta vez contra a petroleira EXXON através de uma bomba caseira colocada em uma de suas instalações.[19][20][21] O ataque resultou em danos materiais a partes do local. Na reivindicação, as anarquistas caracterizavam a EXXON como uma empresa genocida e ecocida com um “enorme histórico de devastação”.[22] O comunicado também denuncia o nacionalismo estadunidense do então presidente dos Estados UnidosDonald Trump, assim como o nacionalismo mexicano.
No que foi seu ato mais amplamente noticiado, e também seu último ato, o COFIAA abandonou uma bomba que causou sérios danos às portas da Conferência do Episcopado Mexicano.[23][24][25] Segundo policiais, e de acordo com o comunicado do grupo, o explosivo era feito à base de dinamite, gás butano e gasolina.[26][27][28] Este ataque acabou por chamar a atenção da mídia e também das autoridades do governo mexicano, e uma investigação foi iniciada pela Procuradoria Geral da Justiça da Cidade do México, sem porém chegar a quaisquer conclusões.[29]
Ideologia
O Comando Feminista de Ação Antiautoritária se reivindica como uma organização anarcafeminista, anarcoindividualista e ecofeminista. Em seus documentos o grupo também defende o abolicionismo penal e o fim da justiça institucionalizada.[30]
Nos dói tanto a crueldade feminicida que paira sobre nós […] mas vemos em tempo os congressos e movimentos feministas exigindo que sejam feitas mais leis, criados mais tipos penais, produzidos mais acordos com o estado quando é precisamente a existência das leis e do sistema de dominação de representação hierárquica o cenário sine qua non dessa violência!
”
— Ana, la mariposa negra.
Ainda que seja um dos grupos considerado parte das "guerrilhas negras" surgidas no México dos anos 2010,[31] e ainda que ecoe muito daquilo que defendiam grupos como as Células Autônomas de Revolução Imediata Práxedis G. Guerrero e a Célula Mariano Sánchez Añón, o foco no feminismo diferencia o COFIAA de outras organizações do chamado "anarcoterrorismo", e de fato a torna uma das poucas organizações feministas armadas da história.
↑ abLa Camelina, Lupe (2017). Después de media noche. Periódico Anarquista Insurrecional de Agitación por la Acción (em espanhol). Cidade do México: Célula por Afinidad de Difusión del Comando Feminista Informal de Acción Antiautoritaria