Trata-se do terceiro trabalho de raridades retiradas do arquivo histórico da banda. O lançamento foi limitado a mil exemplares e marca o início das comemorações dos 35 anos de carreira dos UHF, como revelou o vocalista:
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Confesso que andava distraído com a aproximação da data do aniversário do primeiro concerto oficial dos UHF, a 18 e não a 20 de novembro de 1978, na discoteca Brown’s, em Lisboa. Até que o aviso soou do interior da banda, num ensaio: ‘Então, o que vamos fazer no próximo aniversário? 2013 é o ano dos 35 anos dos UHF, é preciso comemorar.' [2]
”
O disco é composto por doze canções entre versões nunca antes editadas, duas músicas ao vivo e cinco inéditos. As canções seguem a ordem cronológica das gravações. Assim, o inédito "Tempo Quente" (1980), pertence à maqueta que incluía a versão de "Cavalos de Corrida" e que conduziu a banda à grande editora EMI–Valentim de Carvalho. Temas que assumiram o título de génese do rock português e despontaram sob o peso da inflexão do inglês, língua que na altura dominava a escrita das canções. Segue-se a maqueta da “Amélia Recruta” (1989), cujos direitos a banda quis oferecer à Associação dos Deficientes das Forças Armadas, mas que gentilmente foi recusado; "Heranças que o Império tece", na análise de António Manuel Ribeiro. O tema é uma critica ao serviço militar obrigatório, de dimensão colonial, que teimava permanecer em Portugal. “Este Filme” (1990) é uma fotografia lusitana sem envelhecimento, uma canção mordaz, que puxa pela anima coletiva, a soma dos indivíduos na sua singularidade. Seguem-se os inéditos “Centro Sul/Via-sacra” (1997), uma maqueta realizada num estúdio-cogumelo em Almada com uma nova formação na urgência de se entender, e “Pelo Mundo à Procura de Mim” (2001), um tema guardado das longas sessões que produziram a ópera rock La Pop End Rock, em 2003. E foi nesse longo exílio em estúdio que a banda gravou a versão reggae de “Cavalos de Corrida” (2001). A canção fixa a improvisação que os UHF usam desde os seus primórdios nos concertos ao vivo, para prolongar a música e provocar o público. Tornou-se uma das faixas de maior sucesso do álbum.[3]
A coletânea prossegue com o tema “Faz de Conta é Um País” (2003), recuperado do extended playHarley Jack, dirigido ao mundo motard. "Devo Eu" (2006) é a primeira faixa registada ao vivo que o álbum oferece, uma canção há muito perseguida pelos fãs. Mais dois inéditos são contemplados: “Glória do Tejo” (2009) e “A Surra dos Tempos Modernos” (2010), ambos resgatados das sessões do álbum Porquê? O primeiro celebra a felicidade com que as gentes da região de Glória do Ribatejo receberam os UHF, enquanto o segundo é uma canção política, o exercício do escritor de canções que desembainha a espada e intervém. O segundo tema ao vivo, "Três Peixes" (2011), foi recuperado do concerto de gravação do acústico Ao Norte, na cidade de Fafe. É uma canção perdida, lá atrás em 1985, que pertence a um período convulsivo dos UHF de que resultou o fim do quarteto fundador. A encerrar este trabalho é apresentado a versão do tema "Rama" (2011), uma canção popular, em que a banda cruza o punk rock com as melodias mais tradicionais.[3][4]
Lista de faixas
A coletânea, em disco compacto, é composta por doze faixas em versão padrão. António Manuel Ribeiro partilha a composição com Carlos Peres no tema "Tempo Quente" e com Renato Gomes nos temas "Cavalos De Corrida" e "Devo Eu". As restantes faixas são da autoria de António Manuel Ribeiro.[carece de fontes?]
Todas as Faces de Um Rosto(2002)·Se o Amor Fosse Azul que Faríamos Nós da Noite?(2003)·Cavalos de Corrida–A poética dos UHF(2005)·O Momento a Seguir(2006)·BD Pop Rock Português - UHF(2011)·Por Detrás do Pano–35 histórias contadas na rádio & outras confissões(2015)·És Meu, disse Ela(2018)·De Almada Para o Mundo(2020)·Relatório da Mata dos Medos(2022)