É neste município que se encontra a Serra da Boa Esperança, a qual se tornou célebre através da música que leva seu nome, composta por Lamartine Babo e interpretada por diversos cantores. Por seu território passa o Rio Grande, importante para o desenvolvimento da região.
O município de Boa Esperança surgiu com o desbravamento dos faiscadores que a procura do ouro na região estabeleceram um povoado em 1778, que em 1804, com a chegada do Padre Cleto (Joaquim Cleto de Lana), passou a se chamar Dores do Pântano. Em 1866, a freguesia é elevada a vila e município, por lei provincial da época, sendo desmembrada do território de Três Pontas e com sede no povoado de Dores.
Em 1814, inicia-se a construção da Igreja Matriz, vindo a fortalecer o futuro município devido ao cunho político da religião na época, bem como nessa mesma época chegavam as primeiras mudas de café, iniciando ai uma fase de riqueza e progresso para município que se despontava como importante produtor cafeeiro nacional.
Em 15 de novembro de 1868, foi instalado a Câmara Municipal e um mais tarde, pela Lei Provincial nº 1611, eleva a Vila a categoria de cidade. Nascia nesse momento Boa Esperança, famosa cidade do sul de Minas Gerais.
Em 1958, com a criação do Lago de Furnas, a cidade passou a crescer em seu entorno ganhando ares de cidade turística, mudando sua trajetória também agora focada para o turismo.
Ensina José Nicodemos de Figueiredo que no último quartel do século XVIII, faiscadores de ouro da região de São João Del Rey, aventurando-se na mineração, atingiram a região de Lavras. Dentre eles, estava João de Souza Bueno, parente do célebre bandeiranteBartolomeu Bueno do Prado (neto do Anhanguera), que procurava o rumo de Jacuí, onde haviam sido descobertas jazidas de ouro. Descendo para o lado da atual cidade de Três Pontas, aí se deteve, adentrando pelas matas, em busca de riquezas. Ao chegar às margens do Córrego de Ouro, montou acampamento, na intenção de explorar as vertentes do riacho (que, hoje, delimitam o município de Boa Esperança).
Antes de 1776, o Capitão-mor de MilíciasJosé Álvares de Figueiredo (que, mais tarde, teria em alguns registros seu sobrenome adulterado para “Alves”) e seu amigo Constantino de Albuquerque, provenientes um da região de Serranos e outro da de Baependi, rumo ao Rio Sapucaí, chegaram ao acampamento de João de Souza Bueno, no Córrego de Ouro, que abriu para eles o caminho pela floresta até o Ribeirão de São Pedro. Constantino de Albuquerque seguiu para as margens do Rio Sapucaí estabelecendo-se no campo que margeava o rio, nas terras do atual município de Carmo do Rio Claro. O Capitão-mor José Álvares de Figueiredo preferiu se estabelecer naquelas terras, adquirindo os terrenos que transpusera desde o córrego da Capitinga, bem como os que avistava ao longo da serra (Serra da Boa Esperança). O Capitão-mor José Álvares de Figueiredo era português, tendo nascido em São Martinho das Moitas, e pertencia à antiga família Figueiredo, da região de Viseu.
Explicando, detalhadamente, este estabelecimento, Figueiredo informa que, em 21 de julho de 1778 (Cód. 206, fls. 155, APM), a coroa concedeu a dita sesmaria ao Capitão-mor José Álvares de Figueiredo. E corroborado por Waldemar de Almeida Barbosa, esclarece que o Capitão-mor José Álvares de Figueiredo, de acordo com a legislação então vigente, para conseguir esta sesmaria, deveria já estar de posse da mesma há, pelo menos, dois anos completos, no mínimo; para, só então, receber a devida e definitiva concessão.
1804 - O Padre Cleto e algumas famílias chegaram no povoado. Liderados pelo Capitão-mor José Álvares de Figueiredo, os proprietários de terras da região: Francisco José da Silva Serrote e José Meireles de Matos, proprietários do Serrote, dos Meireles, do Mombó, das Cardosas, do Leitão, e Manuel de Barros, proprietário do Barro, deram cada um pedaço de terra para o patrimônio do povoado denominado Dores do Pântano, sendo que o Capitão-mor iniciou a construção da Capela de Nossa Senhora da Dores. Constitui-se, então um curato.
1813 – 9 de junho- Um Alvará Régio cria a freguesia de Dores do Pântano. Ainda sob a cura do Padre Cleto.
1822 – 18 de janeiro, morre o fundador da cidade, Capitão-mor José Álvares de Figueiredo, “O Velho”.
1832 - Com a criação da Freguesia de Três Pontas a demarcação entre as cidades se estabeleceu com o Córrego da Capetinga.
1854 - Morre o Capitão José Álvares de Figueiredo, “O Moço”, sucessor de seu pai na liderança local.
1855 - Os limites da cidade estão firmados entre os Córregos dos Pintos, do Caxambu, do Cervo e o Rio Grande.
1866 – 3 de novembro – A freguesia é elevada a vila, pela lei provincial nº 1303, sendo desmembrada do território de Três Pontas e com sede no povoado de Dores.
1868 – 22 de junho – Instalação da Câmara Municipal, sendo seu primeiro presidente o coronel Joaquim Ferreira da Silva Chaves. A lei provincial nº. 1566 denomina o município de: Dores do Pântano.
1869 – 15 de outubro – A lei provincial nº 1611 eleva a vila à categoria de cidade, com a denominação de Dores da Boa Esperança. (Razão pela qual os esperancenses são também chamados dorenses).
1891 - Construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida
1892 - Instalação da Comarca com o Juiz de Direito o Dr. João Batista Rabelo.
1894 - Instalação da primeira tipografia e primeira edição do Jornal "O Almirante".
1897 - Fundado o “Colégio Dorense” por Mário de Castro Chaves, que era admirado pela sua inteligência e que veio a ser o diretor. O colégio funcionava na Praça da Matriz e oferecia ensino normal e "superior", em moldes de internato e externato. (Cf. Revista do Arquivo Público Mineiro - Ouro Preto - 1 de maio de 1898 - pag. 421; “O Almirante”- (periódico local) - Nº 153 – 13 de fevereiro de 1898).
1923 – 7 de setembro - A lei estadual nº 843: desmembra do município de Dores da Boa Esperança, o distrito de São Francisco de Rio Grande, que elevado a município, recebe a denominação de Guapé, altera a denominação do distrito de Congonhas (ex-Congonhas da Boa Esperança) para Ilicínea, cria o distrito de Itaci, com terras desmembradas do distrito de Ilicínea (ex-Congonhas); e, ainda, transfere para Boa Esperança o distrito de Coqueiral, antes pertencente ao município de Campos Gerais.
1938 – 17 de dezembro – O decreto lei estadual nº 148 muda o nome da cidade de Dores de Boa Esperança para Boa Esperança. O mesmo decreto transfere o distrito de Itaci para o município de Carmo do Rio Claro.
1939 - Mudança de nome: Dores de Boa Esperança para Boa Esperança. Captação de água potável para a cidade.
1942 - Início do calçamento das ruas a paralelepípedos. Criação do Aero Clube. Queda do 1º avião na cidade.
1943 - Grandes inundações por causa das chuvas intensas do verão.
1944 - Grandes inundações por causa das chuvas intensas do verão.
1945 - Volta dos Soldados Dorenses que lutaram nos campos da Itália contra as Forças Alemãs invasoras da 2ª Guerra Mundial.
1946 - Instalação da Agência do Banco de Minas Gerais.
1948 – 27 de dezembro - A lei estadual nº 336, desmembra do município de Boa Esperança o distrito de Coqueiral, que é elevado a município.
1951 - Inauguração da Vila Moscardini, Vila Nova Era, Laboratório de Pesquisas Clínicas, Vila Maringá, Vila Prefeito João Julio de Faria, Vila Neusa. Abastecimento de água por poços artesianos. Forum Dr. Silveira
1953 – 12 de dezembro – A lei estadual nº 1039, desmembra do município de Boa Esperança o distrito de Ilicínea, que é elevado a município. Inauguração da Estação Rodoviária e do Posto de Higiene.
1999 – 10 de julho, o Soberano Pontífice, Papa João Paulo II, então gloriosamente reinante, elevou a antiga e veneranda Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores à dignidade de Basílica Menor, concedendo-lhe o título anexo.
Comunidades Rurais: Águas Verdes, Sapezinho, Rancharia, Barro Preto, Lagoinha, Córrego do Ouro, Felícias, Mata do Paiol, Cajurú.
Ruas: Diversas, entre as principais: Rua Herodiano Barbosa, Rua Jarbas Pimenta, Rua 2 de Novembro, Av. Ametista, Av. João Júlio de Faria, Av. Joaquim Três Pontas, Av. Marechal Floriano Peixoto, Av. Governador Valadares, Rua Bias Fortes, Av. Mariquinha Gomes
Praças: Pça. Coronel Neves (Jardinzão); Pça. Drº Joaquim Vilela (Jardinzinho); Pça. da Cx. D'água; Pça. da Rodoviária; Pça. do Colégio
Situado nos limites meridionais da zona intertropical e, sob influência da elevada altitude da região, o clima da região é do tipo tropical mesotérmico. A temperatura anual é de 19 °C.
Verão e a primavera são as estações mais quentes, com máximas diárias variando de 25 a 29 °C, novembro, dezembro e janeiro são os meses mais quentes chegando de 36 a 37 °C e mínima de 9 e 10 °C.
Com raras temperaturas abaixo de 0 °C, que podem resultar em geadas.
Em relação ao regime de chuvas, o clima é úmido, com precipitação média anual de aproximadamente 1500 mm.
Município agro-pastoril, produtor de grãos, concentra e distribui bens e serviços para os municípios limítrofes.
Setor primário
Agricultura: Desenvolve-se a cultura do arroz, alho, batata-inglesa, feijão, milho, café, cana-de-açúcar, mandioca, soja, tomate e frutas, cada uma delas com mais de 100 hectares de terra cultivada. Em primeiro plano esta o café, principal produto que vem mantendo um nível bom de produção. É consumido internamente e exportado para outros municípios e estados do país.Tendo a 5ª maior cooperativa cafeeira do país - Capebe
Pecuária: Uma das mais antigas atividades econômicas do município conta com rebanho leiteiro e de corte. A suinocultura e a avicultura também têm destaque.
Setor terciário
Comércio: Concentra-se principalmente nos bairros Centro e Nova Era.
Royalties: Os "royalties" são uma ajuda financeira que a Central Elétrica de Furnas paga aos Municípios que fazem parte das "bacias de empresas geradoras de eletricidade".
Turismo: As atividades voltadas para o consumo turístico tem participação considerável no valor total da produção do setor de serviços no município de Boa Esperança. Os grupos de atividades de serviços turísticos com maior participação no valor da produção foram alimentação, hotelaria, transportes rodoviários e lazer.
O Lago de Boa Esperança possibilitou o desenvolvimento do turismo e do lazer da população. O lago é formado pelo represamento das águas do ribeirão Marimbondo, Maricota e Cascavel. A extensão total é de aproximadamente 8 km² (800ha), sendo 3 km², a “parte que banha a cidade”. Represado no município para formação de uma lagoa perene, circundando de praças, com avenidas arborizadas, restaurantes, instalações para pesca com vara, ancoradouro para barcos e jardins.
Passeio de Lancha
Passeio de Jet Ski
Pesca Esportiva
Caiaque
Stand Up Paddle
Parasail
Ultraleve
Praia do Bicano - Criada em torno da Av. Beira Lago com intuito de reunir as pessoas para desfrutarem da beleza do Lago dos Encantos.
Praia do Celeiro – Localizada nas proximidades da FAFIBE,
Serra da Boa Esperança
A Serra da Boa Esperança é um atrativo turístico apaziguador, tanto que foi a musa que inspirou Lamartine Babo para sua antológica composição: Serra da Boa Esperança. Merecem destaque as cachoeiras de 4 a 20 m e as caminhadas ecológicas.
Pico do Branquinho
Pico das Antenas
Pico das Areias
Pico da Igrejinha
Cachoeiras Santa Luzia I e II
Cachoeira da Serra
Cachoeira do Buracão
Cachoeira Nascente do Rio Sabaré
Cachoeira da Cava
Cachoeirinha
Cachoeira Cabana
Cachoeira Capão Grande
Cachoeira das Areias
Monumentos
Afonso José Felicori - na Av. Juscelino Kubstichek, instrumentos musicais trabalhados em diversos materiais em exaltação à memória do jovem autor do Hino de Boa Esperança.
Marco do Centenário - na Av. XV de outubro é formado uma pirâmide alusiva ao Centenário, apresentando nas faces as bandeiras de Minas Gerais, do Brasil e de Boa Esperança.
Lamartine Babo - situado na Av. Marechal Floriano Peixoto é formado de um violão contendo nas cordas o busto do autor.
Aeroporto próximo: Aeroporto Municipal de Alfenas - Pista de 1.600 m com balizamento noturno.
Aeroporto próximo: Aeroporto Municipal de Campo Belo - Pista de 1.420 m sem balizamento noturno.
Aeroporto próximo: Aeroporto Municipal de Varginha - Pista de 2.000+ com balizamento noturno.
Eventos
Festas religiosas, oficiais e não-oficias por datas:
Janeiro - Baile da Praça I
Fevereiro/Março - Carnaval (carnaboa / carnaval na boa)
Maio - Finais do Campeonato Brasileiro de Jet Sky (desde 89)
Maio - Dia Do Trabalhador
Festa do Cooperado - CAPEBE.
Junho - Festa da Família dorense (arraiá da Paróquia) e diversas outras excelentes festas juninas que se estendem até julho
Julho - Baile da Praça II
Setembro - Festival Nacional da Canção FENAC (O Maior Festival de Música do Brasil)
Setembro - Dia 15: Dia da Padroeira, Nossa Senhora das Dores
Outubro – Dia 15: Aniversário da cidade
Jan a Dez - Bailes e Boates no Radium Clube Dorense
Jan a Dez - Bailes no Clube dos Operários
Esportes
A cidade é palco de uma das etapas do Campeonato Brasileiro de Jet Ski. A vocação náutica do município, esta inserida no cotidiano dos esperancenses, devido a presença visual do lago na maior parte da cidade. Natação, mergulho, pescaria, windsurf, parapente, passeio de pedalinho, e até mesmo um cooper em torno do lago entre outros, se tornaram atrativos saudáveis e periódicos dos nossos cidadãos.
Destaca-se também o Motocross e o Campeonato Municipal de Futebol.
Time de futebol
MEC (Minas Esporte Clube) - Campeão 2ª Divisão Camp. Mineiro de 1987
Estádios e ginásios
Estádio Municipal Drº Joaquim Vilela (MEC) - Capac. 5.000 pessoas)
Estádio Campo de JENE
Estádio Campo do União
Estádio Campo do Guarani
Estádio Campo do Richester
Estádio Campo do Atlético Esperancese
Estádio Campo das Populares
Ginásio Poliesportivo Bairro Maringá
Ginásio Poliesportivo Municipal (cap. 5.000 pessoas)
Feito pelo SAAE (Sistema Autônomo de Água e Esgoto),sendo água tratada na ETA - Estação de Tratamento de Água e esgoto tratado na ETE - Estação de Tratamento de Esgoto.
Energia elétrica
O município de Boa Esperança é abastecido pela CEMIG (Centrais Energéticas de Minas Gerais).
Telefonia fixa
Oi (Telemar)
Ônibus urbanos
Circular - Passaro Livre
Educação
Ensino fundamental e médio
O município possui escolas municipais, estaduais e particulares, que oferecem ensino infantil, fundamental e médio:
Escola Infantil Vivinfância - Particular
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE de Boa Esperança
Colégio POSITIVO - SEI / Colégio SEI (Sistema de Ensino Integrado) - Particular
Colégio Padre Júlio Maria Rede Pitágoras e Bernoulli - Particular
Escola Comendador Geraldo Freire da Silva - Educação Profissional
No município de Boa Esperança está sediado um polo de apoio presencial da Universidade Aberta do Brasil[13].
Em 2011 a Faculdade de Filosofia e Letras - FAFIBE, retornou suas atividades, sob o comando do Grupo IEducare, passando a se chamar FAFIBE/IEDUCARE, oferecendo vários cursos de níveis superiores
Igreja Nossa Senhora das Graças - Bairro Centenário
Igreja de Nossa Senhora Aparecida - Comunidade Rural Sapezinho / Comunidade Rural Barro Preto
Igreja de Santo Expedito - Bairro Maringá
Igreja Cristo Ressuscitado - Jardim Nova Esperança
Igreja Nossa Senhora Aparecida - Bairro Aguinha
A mais antiga igreja da cidade é a Basílica de Nossa Senhora das Dores; O município pertence à Diocese de Campanha.
Existem também diversas igrejas evangélicas, dentre elas a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Igreja Presbiteriana do Brasil, Primeira igreja Batista, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, Centros Espíritas.
* VEIGA, Bernardo Saturnino da - Almanak Sul Mineiro para 1884 - Monitor Sul Mineiro, pag. 166-180 - Campanha - 1884.
PORTUGAL, Antônio Augusto da Costa - Histórico de Boa Esperança - in Revista do Arquivo Público Mineiro - Ano III - pag. 407-430 - Belo Horizonte - 1898 (contém algumas datas equivocadas, talvez por erro de impressão).
↑«Ranking IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2013. Consultado em 15 de junho de 2015