Em maio de 2008 o jornalista Daniel Castro, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo, noticiou que a Rede Record e a emissora mexicanaTelevisa haviam começado a negociar um termo de parceria, que envolvesse não apenas a exibição de tramas produzidas no México - como a emissora tinha, desde 2000, com o canal brasileiro SBT - mas também a produção de regravações destas tramas com atores e roteiros brasileiros, sem restrições para as adaptações que fossem julgadas necessárias[5]. Ainda naquele ano, tal parceria seria oficialmente anunciada por ambas as emissoras.[6][7] Após o anúncio, o jornal Folha de S.Paulo afirmou que a emissora produziria uma versão brasileira de Yo soy Betty, la fea – que era do canal colombiano RCN Televisión, mas comercializada pela Televisa.[8][9][10] É uma obra representativa na história da teledramaturgia da emissora por ter sido a primeira versão de uma novela estrangeira realizada pelo canal.[11][12]
Escolha do elenco
Renata Dominguez foi a primeira convidada para interpretar a protagonista Bela, mas a atriz já havia aceitado a protagonista de Promessas de Amor, antecessora de Bela, a Feia.[13]Bianca Rinaldi e Lavínia Vlasak foram os nomes pensados na sequência, porém ambas estavam de licença-maternidade.[13]Juliana Silveira chegou a pedir para a direção da novela para interpretar Bela, porém a direção optou por descansar sua imagem, uma vez que ela tinha saído da personagem principal de Chamas da Vida há apenas três meses.[14]Bárbara Borges, contratada há poucos meses pela emissora, chegou a ser confirmada, mas foi remanejada para o papel de Elvira após os testes de caracterização dos personagens.[15][16] Buscando uma alternativa fora da emissora, Alice Braga foi convidada e recusou – a atriz já havia rejeitado outros papeis na Rede Globo por não querer fazer telenovelas, uma vez que isso a afastaria por longos meses de sua carreira no cinema internacional.[13]
Por fim Gisele Itié, Simone Spoladore e Bárbara Paz fizeram os testes, sendo que a primeira foi escolhida.[17] Simone, no entanto, foi bem avaliada pela produção e foi convidada para interpretar Verônica, a principal antagonista da trama.[14]Roger Gobeth foi escolhido para interpretar o protagonista Rodrigo e chegou a gravar as primeiras cenas da novela, porém – por razões não explicadas – a direção decidiu trocá-lo por Bruno Ferrari.[18]Carla Cabral estava escalada para Poder Paralelo, onde viveria a personagem Laila, porém acabou desistindo deste quando recebeu a proposta para viver Cíntia em Bela, a Feia, uma vez que seria um papel de maior destaque, sendo substituída na anterior por Luciana Braga.[19][20] Em um caminho contrário, Márcio Kieling estava escalado para viver Diego, porém desistiu do papel por uma melhor oportunidade em Poder Paralelo, passando o personagem para Daniel Erthal.[21]
Sérgio Mallandro apareceu como ele mesmo em um programa trash dos anos 90, onde se apresentou a dupla infantil formada por Bela e Dinho, quando crianças.[22]Rodrigo Faro apareceu como ele mesmo apresentando o programa O Melhor do Brasil, numa matéria onde procuram o paradeiro de Bela, vinte anos após o sucesso dela na dupla infantil que formava com Dinho.[23]Neguinho da Beija-Flor apareceu tocando no bar do Clemente, personagem de Benvindo Sequeira.[24]
Enredo
Anabela ou Bela (Gisele Itié) é uma jovem competente que fez mestrado, doutorado, fluente em muitos idiomas, mas não consegue emprego por ser considerada feia. Ela mora na Gamboa, no Rio de Janeiro, com o pai viúvo Clemente (Bemvindo Sequeira) e os irmãos Max (Sérgio Hondjakoff) e Elvira (Bárbara Borges) – uma barraqueira que trabalha no salão do tio, Haroldo (João Camargo), e vive em guerra com Magdalena (Laila Zaid) para provar quem é a melhor cabeleireira. Sem perspectivas, Bela aceita um emprego menor de secretária na agência de publicidade +/Brasil, onde se apaixona pelo presidente, Rodrigo (Bruno Ferrari), embora seja desprezada por todos por sua aparência, inclusive pela noiva dele, a arrogante Cíntia (Carla Cabral). O publicitário é filho do dono da empresa, Ricardo (Jonas Bloch), e odeia a mãe, Vera (Sílvia Pfeifer), por acreditar ter sido abandonado por ela na infância. Ela, na verdade, foi obrigada a viver reclusa em uma casa de campo há 20 anos por Ricardo, que ameaça entrega-la para a polícia por uma morte acidental que causou caso ela volte.
Na +/Brasil ainda trabalha o inescrupuloso Adriano (Iran Malfitano), vice-presidente que articula para derrubar o primo Rodrigo do cargo e assumir a empresa com a ajuda da mãe, Bárbara (Esther Góes), e a ardilosa Verônica (Simone Spoladore), que faz tudo para para subir na carreira, inclusive ajudar nas armações de Adriano e Cíntia e se tornar amante de Ricardo. Já o designer Diogo (Sérgio Menezes) mora com Diego (Daniel Erthal), um modelo que não aceita sua sexualidade e a paixão pelo amigo, se tornando amante de Vanda (Denise Del Vecchio), que o sustenta.
Ainda há outras histórias, como de Dinho (Thierry Figueira), que na infância formava uma dupla musical com Bela, cujas letras sempre zombavam de sua aparência, e que fugiu com todo dinheiro ganho por eles com seu pai, Ataufo (André Mattos), passando a viver de golpes, tornando-se inclusive cúmplices de Verônica. O único que não é filho da falecida esposa de Clemente, Max vive tentando se aproximar da mãe, Samantha (Luíza Tomé), uma mulher mais jovem que ascendeu socialmente após alguns investimentos e mudou-se para Copacabana quando ele ainda era bebê, casando-se com o mulherengo Armando (Raul Gazolla), com quem teve a mimada Ludmila (Marcela Barrozo), e desprezando o filho mais velho por ele ser fruto do romance no subúrbio, um passado o qual ela renega.
Com o passar do tempo Rodrigo se apaixona pela verdadeira essência de Bela, independente da aparência, defendendo-a de todas as humilhações e insultos, o que irrita Cíntia, que arma com Verônica, Dinho e Ataufo para matá-la numa explosão de carro. Dada como morta, Bela, grávida, é salva e acaba parando na casa de Vera, que transforma o visual e a autoestima da moça, fazendo com que ela se torne bonita e confiante e volte à empresa irreconhecível sob o nome de Valentina, representando suas ações e assumindo a presidência para reerguer a empresa e se vingar de todos.
Inicialmente, era exibida entre 20h30min e 21h30min. Com a estreia da quarta temporada de Ídolos, os capítulos de quarta-feira passam a ser exibidos entre 21h15min. e 22h15min. A partir de 21 de setembro de 2009, passou a ser exibida entre 20h45min. e 22h (com variação às quartas-feiras - entre 21h e 22h15min.). A partir de 19 de outubro de 2009, a exibição se deu entre 21h e 22h. A partir de 16 de novembro de 2009, com a estreia da segunda temporada de A Fazenda, a telenovela passou a ser exibida entre 21h30min. e 22h30min. (com variações esporádicas: entre 21h45min. e 22h30min.; entre 22h e 23h). [27]
Em 25 de janeiro de 2010, Bela, a Feia passou a ser transmitida entre 22h15 e 23h. Com o fim da segunda temporada de A Fazenda, em 11 de fevereiro de 2010, a novela foi fixada na faixa das 22h por três meses, até 17 de maio daquele ano. No dia 18 de maio, Bela, a Feia passou a dividir horário com sua substituta, Ribeirão do Tempo. Enquanto a estreante era exibida às 22h, a comédia romântica de Gisele Joras era transmitida entre 22h30min. e 23h15min. No seu último capítulo, exibido em 02 de junho de 2010, a dobradinha foi antecipada: Ribeirão do Tempo às 21h30, e Bela, a Feia entre 22h15 e 23h15.
Foi reprisada de 12 de novembro de 2018 à 15 de outubro de 2019 em 234 capítulos, substituindo Luz do Sol e sendo substituída por A Escrava Isaura às 15h no primeiro horário de reprises.
"Toda Forma de Amor" - Lulu Santos(tema de Diogo e Diego)
"Com Açúcar, Com Afeto" - Fafá de Belém(tema de Douglas e Márcia)
Audiência
Bela, a Feia estreou com audiência de 10 pontos com picos de 13.[31][32] Com o passar dos capítulos a audiência da novela foi aumentando, chegando a atingir índices estabilizados entre 15 e 18 pontos, o que fez com que a direção esticasse sua exibição.[33] Em 7 de abril de 2010, durante o capítulo de transformação da personagem central, a novela registrou seu melhor resultado, chegando aos 18 pontos de média e 25 pontos de pico e 40% do share contra 14 da Rede Globo, que exibia o filme Os Desafinados no horário, garantindo a liderança.[34]
Em seu penúltimo capítulo, em 1 de junho de 2010, a novela chegou aos 18 pontos em São Paulo e 24 no Rio de Janeiro, contra 15 da Rede Globo no mesmo horário, que exibia Casseta & Planeta, Urgente! e o seriado Força-Tarefa, conseguindo a liderança isolada.[35] No dia seguinte, no último capítulo, a trama obteve 17 pontos com picos de 20 em São Paulo e 25 pontos com picos de 30 no Rio de Janeiro, ficando em primeiro lugar.[36] O jornalista Pedro Paulo Figueiredo, do portal UOL, notou que Bela, a Feia conseguiu uma virada na audiência inesperada, visto o difícil começo.[37]
Reprise
O primeiro capítulo da reprise, em 12 de novembro de 2018, marcou 8.4 pontos e chegou a atingir o primeiro lugar durante parte de sua exibição contra o Vídeo Show.[38] Além disso, a reestreia atingiu a liderança na audiência em outras capitais, como em Belo Horizonte, onde marcou 9,1 contra 6,8 do Vídeo Show e Sessão da Tarde que nesse dia exibia o filme Antes de Partir; Em Vitória cravou 10 pontos e em Salvador 15 contra 9 da concorrente.[38] Porém, nas semanas seguintes a novela passou a travar uma disputa acirrada contra o programa de fofocas Fofocalizando do SBT, chegando a vencer ele em algumas ocasiões ou até mesmo ser superado pela atração da concorrente em décimos, além de acumular vários empates.[39]
Em 25 de dezembro registrou sua menor audiência com 3,7 pontos.[40] Em 14 de agosto de 2019, alcançou 10 pontos com o início da transformação de Bela, sendo essa a maior audiência de todas as reprises da tarde da Record, ficando na vice-liderança isolada, além de vencer em diversas ocasiões o Fofocalizando e alcançar a liderança em alguns minutos.[41] Em 15 de agosto, com a sequência da cena já com a entrada de Bela transformada, a novela novamente marcou 10 pontos com picos de 13 e liderou no horário.[42] Nos capítulos seguintes a trama permaneceu na casa dos 9 pontos, chegando também a picos de 10. A novela superou todas as suas antecessoras desde a criação da faixa em 2015, além de ter marcado índices altos em diversas capitais[43][44] O Último capítulo, exibido em 15 de outubro de 2019, registrou 9,3 pontos ficando na vice-liderança isolada, encostando na Rede Globo que exibia a Sessão da Tarde com o filme Kung Fu Panda 2. Teve média geral de 7,4 pontos, se tornando a maior audiência da faixa das 15 horas.[45]
↑José Armando Vannucci (23 de junho de 2009). «Momento ruim nas novelas da Record». Parabólica. Jovem Pan. jovempan.uol.com.br. Consultado em 6 de março de 2011