Agnès Varda, nascida Arlette Varda, (Bruxelas, 30 de maio de 1928 — Paris, 28 de março de 2019) foi uma cineasta e fotógrafa belga, radicada na França.[1][2] Foi também professora na European Graduate School. Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Lusófona do Porto, em março de 2016.[3]
Seus filmes focavam no realismo documental, ou formas não-ficcionais de mídia, focando no feminismo e/ou em produzir críticas sociais em um estilo experimental.[4] Varda trabalhou com muitas locações numa época em que as limitações tecnológicas forçavam ou tornaram mais comuns as filmagens em estúdio ou sets de filmagens. Ela também contratava atores amadores, algo bem incomum para o cinema dos anos 1950.[5]
Biografia
Varda nasceu Arlette Varda, em 1928, em Ixelles, uma das 19 comunas bilingues que compõem a região de Bruxelas. Era filha de Christiane e Eugène Jean Varda, um engenheiro.[4] Sua mãe era originalmente da Comuna francesa de Sète, na França e seu pai era de uma família grega refugiada. Varda era a terceira entre cinco filhos do casal. Quando tinha 18 anos, ela legalmente mudou seu nome para Agnès. Durante a Segunda Guerra Mundial, chegou a morar em um barco com a família. Varda estudou no Lycée et collège Victor-Duruy e na Universidade de Paris recebeu o bacharelado em Literatura e Psicologia.[4][5] Seu período em Paris, por outro lado, não foi dos mais felizes. Varda comentou que não gostava de suas aulas na universidade e que a cidade era suja e desumana demais para quem vinha de fora.[6]
Foi uma voz importante, porém frequentemente esquecida, do cinema moderno francês. Sua carreira precede o início da Nouvelle vague e seu filme La Pointe Courte, rodado aos 25 anos, quando não possuía experiência alguma por trás das câmeras, apresenta elementos como o radicalismo narrativo e visual que, posteriormente, tornariam o movimento relevante.[7][8]
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O acaso é meu melhor roteirista.
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Foi membro do júri no Festival de Veneza em 1983, e no Festival de Cannes em 2005. Somando mais de 60 anos de carreira, em novembro de 2017 Varda tornou-se a primeira diretora, mulher, a receber um Oscar pelo conjunto da obra.[10] Neste mesmo ano, a cineasta foi homenageada pela 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Vida pessoal
Foi casada com o também cineasta Jacques Demy.[1]
Morte
Agnès Varda morreu em 28 de março de 2019, aos 90 anos, devido a um câncer.[11] Na época de sua morte, Varda foi a pessoa mais velha a ser indicada para um Oscar Honorário da Academia e a primeira diretora a receber o prêmio.[12]
Filmografia
Referências
- ↑ a b «Influential director Agnes Varda dies» (em inglês). 29 de março de 2019
- ↑ «La cinéaste Agnès Varda est décédée à l'âge de 90 ans». AFP.com (em francês). Consultado em 29 de março de 2019
- ↑ «Varda Honoris Causa / Ciclo Agnès Varda». Teatro Municipal do Porto. Consultado em 29 de março de 2019
- ↑ a b c Cinemateca (ed.). «O cinema de Agnès Varda». Carta Capital. Consultado em 3 de junho de 2019
- ↑ a b Ginette Vincendeau (ed.). «La Pointe Courte: How Agnès Varda "Invented" the New Wave». The Criterion Collection. Consultado em 3 de junho de 2019
- ↑ Wakeman, John (1987). World Film Directors – Volume 2: 1945 – 1985. Col: World Film Directors (em inglês). [S.l.]: Hw Wilson Company. 1142 páginas. ISBN 9780824207632
- ↑ Smith, Alison. Agnes Varda Manchester University Press, 1998. Pg 3.
- ↑ Beltrame-Linné, Helen (21 de outubro de 2017). «Homenageada na Mostra, Agnès Varda fez filme precursor da nouvelle vague». Folha de S. Paulo. Consultado em 31 de janeiro de 2018
- ↑ Visages, Villages, dir. Agnès Varda e JR, 2017
- ↑ Redação (13 de novembro de 2017). «Veja o discurso de Agnès Varda ao receber Oscar honorário». Site Mulher no Cinema. Consultado em 31 de janeiro de 2018
- ↑ «Agnès Varda, cineasta da Nouvelle Vague, morre aos 90 anos». UOL. 29 de março de 2019. Consultado em 29 de março de 2019
- ↑ «'She Was Always in the Present.' Artist JR on the Films and Friendship of Agnès Varda». Time. 4 de abril de 2019
- ↑ Câmara, Vasco (16 de abril de 1999). «Uma canta, a outra não». Público
Ligações externas
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