O Alouette II é um helicóptero ligeiro, produzido, sob diversas versões, pelo construtor aeronáutico francês, SNCASE, que em 1957 deu origem à Sud Aviation, em 1970 à Aérospatiale, em 1992 à Eurocopter e que em 2000 passou a integrar a EADS[2].
Foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.
As versões militares eram usadas essencialmente em aerofotogrametria, observação, salvamento marítimo, ligação e treino. Na parte civil era usado essencialmente no serviço de resgate e evacuação médica, principalmente em grande altitude, devido a grande potência do seu motor turboeixo.
Em 31 de Janeiro de 1961 voou o protótipo SA-3180-01 (ex SE 3130 n°2), tinha uma nova turbina Turbomeca Astazou II de 530cv que substituiu o propulsor inicial, dando origem à última versão SA-318C, construída em números consideráveis, aumentou o total de aeronaves produzidas para 1 303.
O segundo protótipo SA-3180-02, que voou pela primeira vez em 24 de janeiro de 1966 serviu de plataforma de ensaio para um novo rotor. Elaborado com o apoio do construtor Alemão Bolkow, este rotor tinha as pás simplificadas em resina estratificada e embraiagens de ligação reforçadas e a sua principal inovação, a utilização de apenas 70 peças de reduzida lubrificação, em lugar das 377 do rotor original, veio a ser mais tarde utilizado no SA 340 Gazelle.
O SA-318C teve o seu certificado de voo atribuído em frança no final de 1964 e uns meses mais tarde nos Estados Unidos, terminou a sua produção em 1975 e é um dos helicópteros com maior longevidade em todo o mundo.[4]
O Alouette II foi o segundo modelo de helicóptero ao serviço da Força Aérea Portuguesa, a seguir ao único Sikorsky UH-19 operado desde 1954. Foram recebidas sete unidades em 1957, começando a ser operadas no ano seguinte, uma das quais seria destruída por acidente.
Com o início da Guerra do Ultramar, os seis helicópteros remanescentes foram enviados para Angola, de onde operaram a partir das bases aéreas do Negaje e de Luanda. Foram utilizados sobretudo para evacuações sanitárias e para ligações. A partir de abril de 1963, começaram a ser substituídos em Angola pelos recém adquiridos Alouette III, sendo enviados para a Guiné Portuguesa onde se tinha aberto uma nova frente. Também neste teatro de operações começaram a ser substiuídos por Alouette III, sendo quatro transportados num DC-6 para a nova frente de Moçambique em 1966. Foram finalmente completamente substituídos operacionalmente pelos Alouette III e pelos Puma, sendo todas as unidades colocadas na Base Aérea de Tancos na função de instrução, onde serviram até 1976.
Em 1984, Portugal voltou a receber um segundo lote de Alouette II (11 unidades) provenientes do Exército Alemão, dos quais apenas quatro foram colocados ao serviço na Guarda Nacional Republicana.
Os Avioes da Cruz de Cristo (75 anos da Aviação Militar em Portugal) Mário Canongia Lopes 1989, Dinalivro, Lisbon,180pp. ISBN 972-576-202-9
Helicopters at War - Blitz Editions, ISBN 1 85605 345 8