Óxido nítrico Alerta sobre risco à saúde
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Outros nomes
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Monóxido de nitrogênio Monóxido de azoto
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Identificadores
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Número CAS
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10102-43-9
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PubChem
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145068
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DrugBank
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DB00435
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KEGG
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C00533
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ChEBI
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16480
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Número RTECS
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QX0525000
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Código ATC
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R07AX01
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InChI
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1/NO/c1-2
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Propriedades
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Fórmula molecular
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NO
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Massa molar
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30.006 g/mol
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Aparência
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gás incolor paramagnético
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Densidade
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1.269 g/cm3 (líquido) 1,25 kg·m−3 (15 °C, 1 bar)[1]
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Ponto de fusão
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−164 °C[1]
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Ponto de ebulição
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−152 °C[1]
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Solubilidade em água
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60 mg·l−1 (20 °C) [1]
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Solubilidade
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solúvel em álcool, Dissulfeto de carbono (CS2)
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Índice de refracção (nD)
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1.0002697
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Estrutura
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Forma molecular
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linear, C∞v
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Termoquímica
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Entalpia padrão de formação ΔfHo298
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+90.29 kJ/mol
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Entropia molar padrão So298
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210.76 J K−1 mol−1
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Farmacologia
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Biodisponibilidade
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good
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Via(s) de administração
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Inhalation
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Metabolismo
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via pulmonary capillary bed
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Meia-vida biológica
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2–6 seconds
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Riscos associados
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MSDS
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External MSDS
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Índice UE
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Not listed
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Principais riscos associados
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Tóxico
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NFPA 704
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Frases R
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R8, R26, R34
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Frases S
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S9, S17, S26, S28, S36/37/39, S45
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Ponto de fulgor
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Non-flammable
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LD50
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5000 ppm·25 min−1 (Cães, LCLo, inh.)[2] 320 ppm (Camundongo, LCLo, inh.)[3] 1068 mg·m−3·4 h−1 (Ratos, LC50, inh.)[4]
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Compostos relacionados
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óxidos de nitrogênio relacionados
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Óxido nitroso Trióxido de dinitrogênio Dióxido de nitrogênio Tetróxido de dinitrogênio Pentóxido de dinitrogênio
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Compostos relacionados
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Monóxido de carbono Monóxido de cloro Monóxido de enxofre
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Página de dados suplementares
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Estrutura e propriedades
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n, εr, etc.
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Dados termodinâmicos
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Phase behaviour Solid, liquid, gas
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Dados espectrais
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UV, IV, RMN, EM
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Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde.
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O óxido nítrico (também conhecido por monóxido de nitrogênio e monóxido de azoto), de fórmula química NO, é um gás solúvel, altamente lipofílico sintetizado pelas células endoteliais, macrófagos e certo grupo de neurônios do cérebro. É um importante sinalizador intracelular e extracelular, e atua induzindo a enzima guanilato ciclase, que produz guanosina monofosfato cíclico (GMPc) que tem entre outros efeitos, através da interação com receptores beta 2 específica, promove o relaxamento do músculo liso o que provoca, como ações biológicas, a vasodilatação e a broncodilatação.
Origem biológica
A síntese de NO se realiza por ação de enzimas, a óxido nítrico sintetase (NOS) a partir do aminoácido L-arginina que produz NO e L-citrulina, necessitando da presença de dois cofatores, o oxigénio e a Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo Fosfato (NADPH).
O NO é produzido por uma ampla variedade de tipos celulares que incluem células epiteliais, nervosas, endoteliais e inflamatórias. Existem três formas de NOS, 2 denominadas constituitivas e dependentes do cálcio (cNOS), que são a endotelial e a neuronal, as quais sintetizam NO em condições normais, e a independente do cálcio (iNOS), que não se expressa ou fá-lo em muita pouca quantidade em condições fisiológicas.
Produção e efeitos ambientais
A altas temperaturas o azoto molecular e o oxigênio podem combinar-se para formar óxido nítrico (por exemplo, no antigo processo de produção do ácido nítrico por Birkeland-Eyde). A maior produção natural é no relâmpago. A atividade humana aumentou drasticamente a produção de óxido nítrico em câmaras de combustão. Uma proposta de conversores catalíticos nos automóveis reverte parcialmente esta reação.
O óxido nítrico no ar pode converter-se mais tarde em ácido nítrico, um dos implicados nas chuvas ácidas, ou reagir formando ozônio nas metrópoles poluídas smog fotoquímico
Aplicações Técnicas
É um intermediário no Processo Ostwald, que converte a amónia em ácido nítrico, através da passagem de amônia e ar em telas catalíticas de Platina (95%) /Rhódio (5%). A típica conversão química é de 99-90% por campanha de tela, com a formação de nitrogênio e óxido nitroso como reação secundária.
O óxido nítico poder ser usado para detectar radicais de superfície em polímeros. Bombardear a superfície do polímero com óxido nítrico resulta na incorporação do nitrogénio que pode ser quantificado por espectrocopia fotoelectrónica por Raios-X.
O óxido nítrico é incolor. Contudo, com sua liberação na atmosfera e em presença do oxigênio do ar, oxida-se rapidamente a dióxido de nitrogênio, um gás castanho, que dimeriza-se ao gás incolor tetróxido de nitrogênio, (N2O4).
Apesar da sua toxicidade, com efeitos semelhantes ao monóxido de carbono, dado o efeito da liberação na atmosfera, a experiência industrial tem demonstrado que é o NO2/N2O4 formado no ar, corrosivo, que provoca os danos da exposição (principalmente ataque ácido na mucosa do pulmão pela formação de ácido nítrico). Os primeiros sintomas da exposição leve é uma ligeira dor de garganta, 12 a 24h após a exposição.
Funções biológicas
Ver também: Fator relaxante derivado do Endotélio (EDRF) e transdução de sinal
No organismo, o óxido nítrico é sintetizado a partir da arginina e do oxigénio, pela enzima sintase do óxido nítrico (NOS).
O endotélio (a fina camada de células mais interna dos vasos sanguíneos) usa o óxido nítrico para comandar o relaxamento do músculo liso da parede do vaso, fazendo com que este dilate aumentando assim o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão arterial. Isto explica o uso da nitroglicerina, nitrito de amila e outros derivados no tratamento da doença coronária: estes compostos são convertidos em óxido nítrico (por um processo não muito bem conhecido) que por sua vez dilata as artérias coronárias (vasos sanguíneos na parede do coração) aumentando assim a sua irrigação. O óxido nítrico também desempenha um papel importante na ereção do pênis, e explica o mecanismo do sildenafil ou Viagra, que envolve o mecanismo referido acima com o Guanosina Monofosfato cíclico (GMPc).
Os macrófagos, células do sistema imunitário, produzem óxido nítrico como composto nocivo para bactérias, devido à sua capacidade de formar espécies reativas de azoto. Mas em certas circunstâncias isto pode trazer efeitos colaterais indesejáveis: uma sepsis generalizada pode levar a uma produção exagerada de óxido nítrico pelos macrófagos, que leva a uma vasodilatação generalizada podendo ser uma das causas da hipotensão (pressão arterial baixa) na sepsis.
O óxido nítrico tem também funções de neurotransmissor entre as células nervosas. Ao contrário dos outros neurotransmissores que funcionam geralmente no sentido da membrana pré-sináptica para a membrana pós-sináptica, o óxido nítrico (NO), por ser uma gás muito solúvel, pode atuar em todas as células adjacentes paracrinamente e autócrinamente, sem ser preciso estar envolvida uma sinapse física. Esta propriedade pensa-se que poderá estar envolvida na formação da memória.
A descoberta das funções do NO na década de 1980 vieram surpreender e mexer com a comunidade científica. Foi nomeada "Molécula do Ano" em 1992 pela Science, foi fundada a Nitric Oxide Society e foi criada uma revista científica só para estudos relacionados com esta molécula. O Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1998 foi atribuído a Ferid Murad, a Robert F. Furchgott e a Louis Ignarro pela descoberta das propriedades sinalizadoras do óxido nítrico. Estima-se que cerca de 3,000 artigos científicos são publicados por ano sobre o papel fisiológico do óxido nítrico.
Os estudos relacionados ao óxido nítrico comprovaram que seu uso puro tem dosagem extremamente complexa para ser ajustada e administrada, causando na maioria dos casos, problemas de necrose severos. Os estudos com melhores resultados demonstraram que o uso do principal precursor
do óxido nítrico, a Arginina, em dose elevada, é a melhor forma para estimular a produção de óxido nítrico endógeno suficiente para promover uma broncodilatação e vasodilatação leve. Nestas condições, o aumento do Óxido Nítrico endógeno também apoiando intensamente no aumento da irrigação cardíaca. Recomenda-se o uso associado de Coenzima Q 10 à Arginina nestes casos.
Referências
- ↑ a b c d Sicherheitsdatenblatt (praxair)
- ↑ British Journal of Anesthesia. Vol. 39, Pg. 393, 1967.
- ↑ Naunyn-Schmiedeberg's Archiv für Experimentelle Pathologie und Pharmakologie. Vol. 181, Pg. 145, 1936.
- ↑ Gigiena Truda i Professional'nye Zabolevaniya. Labor Hygiene and Occupational Diseases. Vol. 19(4), Pg. 52, 1975.
Ligações externas