Óscar Monteiro Torres ComTE • MPMM • MCC • MV (Luanda, 26 de Março de 1889 - Laon, 20 de Novembro de 1917), foi um aviador e militar português, pioneiro da aviação em Portugal e o primeiro e único piloto português a morrer em combate durante a Primeira Guerra Mundial.[1]
Biografia
Óscar Monteiro Torres nasceu na cidade de Luanda, em Angola, em 26 de Março de 1889. Entra, com 11 anos, para o Real Colégio Militar em Lisboa, e depois frequentou a Escola do Exército até 1909, onde termina o curso de Cavalaria. Em 1910, presta serviço militar em Angola.
Republicano convicto e Maçon[2], defendeu a intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial. Esta posição política obriga-o a viajar para Inglaterra, de onde será chamado pelo então Coronel Norton de Matos, em 1915. Integrando o destacamento aéreo, Torres é um dos organizadores da Escola de Aviação de Vila Nova da Rainha.
Em Fevereiro de 1916, acompanhado por António de Sousa Maya e Alberto Lello Portela, recebeu formação de voo em Hendon, na Grã-Bretanha. Passou depois à Escola Northold do Royal Flying Corps, onde prestou provas como piloto militar. Realizou 25 horas de voo e obteve a classificação final de 20 valores.
Depois de tirar o brevet em Inglaterra, este Oficial de Cavalaria foi um dos aviadores do Corpo Expedicionário Português enviados para França durante a Primeira Guerra Mundial. Integrado na Esquadrilha SPA 65, ou Esquadrilha das Cegonhas, equipada com aviões SPAD S.VII e, com base em Soissons, o Capitão Óscar Monteiro Torres acabou por ser abatido a 19 de Novembro de 1917 depois de ter travado um combate aéreo em circunstâncias de extrema desigualdade de forças: o piloto português ainda conseguiu abater dois Halberstadt alemães mas a seguir já nada pôde fazer contra a esquadrilha de Fokker, que o atingiu. Acabou por falecer no dia seguinte, a 20 de Novembro de 1917, no Hospital de Militar de Laon, no norte de França. Inicialmente sepultado pelos Alemães, com honras militares, no cemitério de Laon, teve depois funeral nacional a 22 de Junho de 1930[3]. Foi o primeiro aviador português a morrer em combate[4]. Os seus restos repousam na Cripta dos Combatentes, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.[5]
Foi promovido, a título póstumo, a Major, e condecorado, a título póstumo, com a Ordem Nacional da Legião de Honra e a Cruz de Guerra Francesas e com a Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª Classe, a Medalha Comemorativa das Campanhas, a Medalha da Vitória e o Colar de Comendador da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal a 20 de Junho de 1930.[5][6][7]
A Avenida Óscar Monteiro Torres, em Alvalade, Lisboa, recebeu o seu nome.
Bibliografia
- CARDOSO, Edgar Pereira da Costa – História da Força Aérea Portuguesa, Ed. Cromocolor, Lisboa, s/d
- Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XX, Ed. QN-Edição e Conteúdos, S.A., 2004
Ver também
Referências