Keitel nasceu em Helmscherode, parte da cidade de Bad Gandersheim, na Baixa Saxônia. Era filho de Carl Keitel e Apollonia Vissering. Depois de completar seus estudos em Göttingen, em 1901 iniciou sua carreira militar, fez parte do 6.º Regimento de artilharia de campo da Baixa Saxônia. Casou-se com Lisa Fontaine em 1909 e tiveram seis filhos, sendo que um deles morreu durante a infância. Durante a Primeira Guerra Mundial, Keitel serviu na frente ocidental com o 46.º regimento de artilharia de campo. Em setembro de 1914, durante o combate em Flandres, ele foi seriamente ferido em seu antebraço direito, e posteriormente condecorado com a Cruz de Ferro.
Após recuperar-se, foi oficial do Estado-Maior alemão em 1915. Ao fim da I Guerra, ele permaneceu no recém-criado Reichswehr e fez parte da organização da guarda fronteiriça do Freikorps na fronteira com a Polônia. Keitel também serviu como oficial-geral do comando militar e depois deu aulas na Escola de Cavalaria de Hanôver durante dois anos.
Em 1924, foi transferido para o Ministério da Defesa (Reichswehrministerium) e foi rapidamente promovido como chefe do departamento organizacional, um posto de manteve após a chegada do NSDAP ao poder em 1933. Em 1935, por recomendação de Werner von Fritsch, tornou-se o chefe do recém-criado Escritório das Forças Armadas (Wehrmachtamt).
OKW e Segunda Guerra Mundial
Em 1937, Keitel foi promovido a General e no ano seguinte, com a demissão de Werner von Blomberg, e a substituição do Ministério da Guerra pelo Oberkommando der Wehrmacht (OKW, Comando Supremo das Forças Armadas), ele assumiu a liderança do OKW.
Durante a guerra, Keitel mostrou-se cauteloso, o que muitas vezes foi interpretado como sinal de fraqueza. Foi contra a invasão da França e a da União Soviética (Operação Barbarossa). Por vezes tentou enfrentar o Führer e em todas elas voltou atrás. Chegou até a pedir demissão, que foi rejeitada. Foi o responsável por assinar várias ordens de legalidade duvidosa perante as leis de guerra.
A 16 de outubro, Keitel foi enforcado. Ele havia perdido seus dois filhos na guerra, e suas últimas palavras, antes que a porta do alçapão fosse aberta, foram:
“
Apelo ao Todo-Poderoso, para que tenha misericórdia do povo alemão. Mais de dois milhões de soldados alemães, antes de mim, foram para a morte, pelo seu país. Agora sigo os meus filhos. Tudo pela Alemanha! A Alemanha acima de tudo![5]
”
Oficialmente, as execuções de Nuremberg foram realizadas de forma limpa, mas, segundo relatos da época, isso nem sempre ocorreu. Por fim foi necessário que o carrasco se pendurasse nas pernas do condenado, a fim de acabar com sua agonia, o que, em alguns casos, durou 15 minutos ou mais. Jornalistasamericanos, presentes aos enforcamentos, relataram que a execução parece ter sido "deliberadamente lenta".[6]
Segundo um artigo publicado, meses depois, na revista do exército americano Stag (vol. 3, Nº. 1, dezembro de 1946) o carrasco, o sargentoJohn C. Woods do Exército americano, teria usado uma corda curta demais. Assim, a queda dos corpos através do alçapão também foi curta. Por isso, em vez de morte instantânea, por pescoçoquebrado, os condenados tiveram uma morte lenta, por asfixia.[6] Na fotografia do cadáver de Wilhelm Keitel, vê-se que há sangue no rosto, o que também é observado no caso de Wilhelm Frick. Isto pode ser devido ao tamanho da abertura do alçapão, que, sendo demasiado estreita, teria motivado ferimentos na cabeça e no rosto dos condenados, durante a queda.[6][7][8] Assim, devido à preparação mal feita, Keitel morreu somente 24 minutos após o início do seu enforcamento.[9]
↑Ich rufe den Allmächtigen an, er möge sich des deutschen Volkes erbarmen. Über zwei Millionen deutsche Soldaten sind vor mir für ihr Vaterland in den Tod gegangen. Ich folge meinen Söhnen nach. Alles für Deutschland! Deutschland über alles!"