Joachim von Ribbentrop

Joachim von Ribbentrop
Joachim von Ribbentrop
Ribbentrop em 1938.
Ministro de Relações Exteriores
da Alemanha Nazista
Período 4 de fevereiro de 1938 - 30 de maio de 1945
Führer Adolf Hitler
Antecessor(a) Konstantin von Neurath
Sucessor(a) Arthur Seyss-Inquart
Dados pessoais
Nome completo Ulrich Friedrich Wilhelm Joachim von Ribbentrop
Nascimento 30 de abril de 1893
Wesel, Império Alemão
Morte 16 de outubro de 1946 (53 anos)
Nuremberg, Alemanha Ocupada
Nacionalidade alemão
Esposa Anna Elisabeth Henkell
Filhos(as) 5
Partido Alemanha Nazista Partido Nazista
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Alemão
Conflitos Primeira Guerra Mundial

Ulrich Friedrich Wilhelm Joachim von Ribbentrop (Wesel, 30 de abril de 1893Nuremberg, 16 de outubro de 1946) foi um político alemão, ministro de Relações Exteriores da Alemanha Nazista entre 1938 e 1945 e uma das principais e influentes figuras do Terceiro Reich de Adolf Hitler.

Foi também um dos líderes nazistas acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal de Nuremberg, condenado à morte e enforcado em 1946 após a derrota e rendição da alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Origens

Ribbentrop nasceu na Prússia, filho de um oficial do exército do Kaiser alemão,[1] e teve uma educação errática em escolas particulares da Alemanha e da Suíça até a metade da adolescência.[2] Fluente em francês e inglês, ele e a família viveram períodos em Grenoble e em Londres, antes de mudarem-se para o Canadá em 1910.[3]

Até ao início da I Guerra Mundial trabalhou como engenheiro e jornalista em vários locais da América do Norte (Montreal, Nova Iorque e Boston) e dirigiu um negócio de importação de vinhos e vinhos espumantes alemães para o Canadá.[4] Com o advento da guerra, ele deixou o Canadá e voltou para seu país em 1914, onde integrou o 125º batalhão de Hussardos.[5] Durante a guerra, lutou nas frentes oriental e ocidental, chegando à patente de tenente e sendo condecorado com a Cruz de Ferro.

Ribbentrop foi apresentado a Hitler em 1928, e filiou-se ao partido nazista em 1 de maio de 1932.

Antes da Segunda Guerra Mundial, foi embaixador alemão no Reino Unido, de 1935 a 1938, e um dos protagonistas das negociações do sistema de alianças acordadas entre a Alemanha, a Itália e o Japão (conhecido como Pacto do Eixo). Também foi um dos promotores do plano de expansão alemão, que levou à anexação da Áustria e da Tchecoslováquia.

Tornou-se célebre por ter representado a Alemanha no chamado Pacto Ribbentrop-Molotov, um acordo de não agressão, firmado em Moscou, com a União Soviética, sendo esta representada por Viatcheslav Molotov.

Após a derrota alemã na guerra (1945), Ribbentrop foi capturado pelas tropas britânicas.

Julgamento e execução

17 de outubro de 1946 noticiário sobre as sentenças dos julgamentos de Nuremberg
O corpo de Joachim von Ribbentrop após a execução

Ribbentrop foi um dos réus dos julgamentos de Nuremberg. O Tribunal Militar Internacional dos Aliados condenou-o por todas as quatro acusações: crimes contra a paz, planejando deliberadamente uma guerra de agressão; crimes de guerra e crimes contra a humanidade. De acordo com o julgamento, Ribbentrop esteve ativamente envolvido no planejamento da invasão da Polônia e, antes disso, na anexação da Áustria e da Tchecoslováquia. Também, segundo o tribunal, esteve intimamente envolvido na "solução final" e, já em 1942, ordenara aos diplomatas alemães em países do Eixo que intensificassem o processo de envio de judeus para campos de extermínio, no leste. Sempre segundo o veredito, Ribbentrop apoiou o linchamento de aviadores aliados, abatidos quando sobrevoavam a Alemanha e ajudou a encobrir o assassinato de um general francês, que era mantido como prisioneiro de guerra, em 1944. Ribbentrop foi também responsabilizado pelas atrocidades que aconteceram na Dinamarca e na França de Vichy, uma vez que, nesses dois países ocupados, os oficiais superiores se reportavam a ele. Ribbentrop afirmou que Hitler tomou todas as decisões importantes, e que ele havia sido enganado pelas repetidas afirmações de Hitler de que ele só queria a paz. O Tribunal rejeitou essa alegação, considerando que, dado o grau de envolvimento de Ribbentrop na execução da guerra, "ele não poderia desconhecer a natureza agressiva das ações de Hitler".[6]

As sentenças de morte em Nuremberg foram executadas a 16 de outubro de 1946.[7][8] Ribbentrop foi o primeiro a ser morto (Göring cometera suicídio antes de sua execução). Suas últimas palavras foram: "Deus proteja a Alemanha. Deus tenha piedade de minha alma. Meu último desejo é que a Alemanha recupere a sua unidade e que, em nome da paz, haja entendimento entre o Oriente e o Ocidente. Desejo paz para o mundo".[9] Membros do Exército dos EUA cremaram os restos de Ribbentrop e espalharam suas cinzas em local não especificado.[10]

Segundo o historiador Giles MacDonogh, "o carrasco trabalhou mal na execução, e a corda estrangulou o ex-ministro das relações exteriores por 20 minutos antes que ele morresse".[11][12][13][14] O exército dos EUA negou as acusações de que a queda do corpo fora muito curta, fazendo com que o condenado morresse lentamente, por estrangulamento, em vez de ter o pescoço quebrado - o que teria causado paralisia, imobilização e provável inconsciência imediata, sobrevindo a morte rápida.

Ver também

Referências

  1. Bloch, Ribbentrop, pags 1–2.
  2. Bloch, Ribbentrop, pags 3–4.
  3. Bloch, Ribbentrop, pag 6.
  4. Bloch, Ribbentrop, pag 7.
  5. Current Biography 1941, pp. 707-709
  6. "Judgment against Ribbentrop", International Military Tribunal. Jewish Virtual Library.
  7. «Judgment at Nuremberg» (PDF) 
  8. «The trial of the century». Consultado em 28 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 10 de junho de 2010 
  9. Bloch, Michael. Ribbentrop. New York: Crown Publishing, 1992. ISBN 0-517-59310-6, p. 456.
  10. Weitz, John. Hitler's Diplomat: The Life And Times Of Joachim von Ribbentrop. New York: Ticknor & Fields, 1992. ISBN 0-395-62152-6., p. 339.
  11. MacDonogh G., After the Reich. John Murray: London, 2008; p.450
  12. War Crimes: Night without Dawn.. Time Magazine, 28 de outubro de 1946.
  13. The Not-So-Fine Art of Hanging, por Tom Zeller Jr.. The New York Times, 16 de janeiro de 2007.
  14. The Nuremberg Hangings — Not So Smooth Either. Por Tom Zeller Jr. NY Times, 17 de janeiro de 2007.

Bibliografia

  • Heydecker, Joe J. "O Julgamento de Nuremberga, Editora Ibis Ltda., 1966
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