Ribbentrop nasceu na Prússia, filho de um oficial do exército do Kaiser alemão,[1] e teve uma educação errática em escolas particulares da Alemanha e da Suíça até a metade da adolescência.[2] Fluente em francês e inglês, ele e a família viveram períodos em Grenoble e em Londres, antes de mudarem-se para o Canadá em 1910.[3]
Até ao início da I Guerra Mundial trabalhou como engenheiro e jornalista em vários locais da América do Norte (Montreal, Nova Iorque e Boston) e dirigiu um negócio de importação de vinhos e vinhos espumantes alemães para o Canadá.[4] Com o advento da guerra, ele deixou o Canadá e voltou para seu país em 1914, onde integrou o 125º batalhão de Hussardos.[5] Durante a guerra, lutou nas frentes oriental e ocidental, chegando à patente de tenente e sendo condecorado com a Cruz de Ferro.
Ribbentrop foi apresentado a Hitler em 1928, e filiou-se ao partido nazista em 1 de maio de 1932.
Tornou-se célebre por ter representado a Alemanha no chamado Pacto Ribbentrop-Molotov, um acordo de não agressão, firmado em Moscou, com a União Soviética, sendo esta representada por Viatcheslav Molotov.
Após a derrota alemã na guerra (1945), Ribbentrop foi capturado pelas tropas britânicas.
Julgamento e execução
Ribbentrop foi um dos réus dos julgamentos de Nuremberg. O Tribunal Militar Internacional dos Aliados condenou-o por todas as quatro acusações: crimes contra a paz, planejando deliberadamente uma guerra de agressão; crimes de guerra e crimes contra a humanidade. De acordo com o julgamento, Ribbentrop esteve ativamente envolvido no planejamento da invasão da Polônia e, antes disso, na anexação da Áustria e da Tchecoslováquia. Também, segundo o tribunal, esteve intimamente envolvido na "solução final" e, já em 1942, ordenara aos diplomatas alemães em países do Eixo que intensificassem o processo de envio de judeus para campos de extermínio, no leste. Sempre segundo o veredito, Ribbentrop apoiou o linchamento de aviadores aliados, abatidos quando sobrevoavam a Alemanha e ajudou a encobrir o assassinato de um general francês, que era mantido como prisioneiro de guerra, em 1944. Ribbentrop foi também responsabilizado pelas atrocidades que aconteceram na Dinamarca e na França de Vichy, uma vez que, nesses dois países ocupados, os oficiais superiores se reportavam a ele. Ribbentrop afirmou que Hitler tomou todas as decisões importantes, e que ele havia sido enganado pelas repetidas afirmações de Hitler de que ele só queria a paz. O Tribunal rejeitou essa alegação, considerando que, dado o grau de envolvimento de Ribbentrop na execução da guerra, "ele não poderia desconhecer a natureza agressiva das ações de Hitler".[6]
As sentenças de morte em Nuremberg foram executadas a 16 de outubro de 1946.[7][8] Ribbentrop foi o primeiro a ser morto (Göring cometera suicídio antes de sua execução). Suas últimas palavras foram: "Deus proteja a Alemanha. Deus tenha piedade de minha alma. Meu último desejo é que a Alemanha recupere a sua unidade e que, em nome da paz, haja entendimento entre o Oriente e o Ocidente. Desejo paz para o mundo".[9] Membros do Exército dos EUA cremaram os restos de Ribbentrop e espalharam suas cinzas em local não especificado.[10]
Segundo o historiador Giles MacDonogh, "o carrasco trabalhou mal na execução, e a corda estrangulou o ex-ministro das relações exteriores por 20 minutos antes que ele morresse".[11][12][13][14] O exército dos EUA negou as acusações de que a queda do corpo fora muito curta, fazendo com que o condenado morresse lentamente, por estrangulamento, em vez de ter o pescoço quebrado - o que teria causado paralisia, imobilização e provável inconsciência imediata, sobrevindo a morte rápida.