Em 1892 estava no local onde hoje existe Jaguariúna, em São Paulo, contratado por ferrovias — entre elas a Mogiana — como engenheiro. Em 1894 foi contratado pelo coronel Amâncio Bueno para desenvolver o projeto da "Villa Bueno",[2] que daria origem à cidade (na planta desenhada por ele, chamado de Gieserecht). Além do projeto, ele seria responsável pelo arruamento e pela construção das primeiras onze casas e da igreja.[3] O arruamento foi feito geometricamente e, para adaptá-lo à topografia da localidade, o eixo urbano foi deslocado da área onde estava localizada a estação ferroviária.[3] Hoje, Giesbrecht é considerado um dos co-fundadores da cidade.[4]
De 1907 a 1910 trabalhou no reconhecimento da área Jequié (Bahia) - Figueira (Minas Gerais) (hoje Governador Valadares). Posteriormente, deslocou-se para Aquidauana (Mato Grosso), e, em 1919, a Lauro Müller (Santa Catarina). Entre 1923 e 1924, projetou o prolongamento da linha da Este–Brasileira (E.F. Bahia-Minas), no trecho Montes Claros–Bocaiúva–Araçuaí. Em 1931, era engenheiro residente da Secretaria de Viação de Minas Gerais.
Finalmente, no ano de 1934 teve destacada atuação na construção da estrada Itambacuri-Figueira, onde até 1941 construiria pontes, edifícios, prédios escolares, cadeias e o campo de aviação em Governador Valadares (1941).
Giesbrecht era casado com Maria Margarida Aguilar Giesbrecht e veio a falecer em 10 de janeiro de 1957, aos 90 anos. Era naturalizado brasileiro, conforme despacho da Presidência da República em 15 de junho de 1940.[5]
Destacou-se ainda nos estudos da implantação e traçado da estrada pioneira (mais tarde aproveitada para o leito da Rio-Bahia) e nos estudos de O Problema de um Porto para Minas, onde Giesbrecht faz severas críticas aos políticos inescrupulosos que já prejudicavam acintosamente Minas Gerais, como também em assuntos relacionados à ecologia e a estudos geográficos e sociológicos. Deixou em Governador Valadares grande volume de documentos e fotos históricas e foi consagrado como o primeiro ecólogo de todo o Vale do Rio Doce.
Em 2008, Giesbrecht foi homenageado no samba de enredo "A onça vai beber água. Jaguariúna, desenvolvimento e qualidade de vida nos trilhos do tempo" da GRES Pérola Negra. Há ainda em Jaguariúna um bairro chamado Vila Guilherme Giesbrecht, com 118 moradias.[6]
Referências
↑Movimento dos imigrantes: Porto do Rio de Janeiro, 1885. Pag. 23, No. geral: 14202. Online
↑Suzana Barretto Ribeiro, Jaguariúna no Curso da História, Secretaria de Educação de Jaguariúna, 2008, pág. 81
↑ abSuzana Barretto Ribeiro, Jaguariúna no Curso da História, Secretaria de Educação de Jaguariúna, 2008, págs. 81-82
↑Hoje, do jeito que era ontem, Correio Popular, Campinas, 23.11.2014
↑Registro a fls. 147 do Livro da Diretoria da Justiça e Interior, em 21 de outubro de 1940
↑Suzana Barretto Ribeiro, Jaguariúna no Curso da História, Secretaria de Educação de Jaguariúna, 2008, pág. 133
Bibliografia
Campelo Costa, Edmar. Epopéia dos Pioneiros. 1977.
Jaguari - Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo