As ruínas da villa romana, que foi identificada como Singa, estão situadas numa elevação na margem direita da Ribeira de Canhestros, perto da aldeia com o mesmo nome.[1] No local foram encontrados encontrados vários vestígios do período romano, dispersos numa área de 5000 m², incluindo dois fragmentos de mó, uma grande quantidade de terra sigillata, e materiais de construção como cerâmica, pedras e pedaços de mármore, e opus caementicium.[1]
Outra localização possível para a cidade de Singa teria sido no lado nascente da vila, onde foram encontrados vários vestígios dessa época,[2] atrás da antiga localização do castelo de Ferreira do Alentejo,[3] que foi demolido e substituído pelo cemitério no século XIX.[4] Uma terceira teoria, ligada à tradição popular, coloca a povoação de Singa no mesmo local do que a moderna vila de Ferreira do Alentejo.[5]
História
Singa teria sido originalmente um castro lusitano, habitado entre os períodos neolítico e calcolítico, que depois da conquista por parte dos exércitos romanos, tornou-se num ópido fortificado de grande importância política e administrativa na região.[5] A povoação estava unida a outros pontos da região por vias militares, uma das quais passava por Canhestros.[5]
Segundo uma lenda popular, no ano de 405,[6] nos finais do período romano, a cidade de Singa terá sido invadida por godos, suevos e alanos e outros povos bárbaros, tendo uma das principais defensoras sido uma mulher, que guardou a entrada do castelo com ferramentas de ferreiro.[2] Esta mulher estaria casada com um ferreiro, sendo por isso alcunhada de ferreira, dando o nome à vila de Ferreira do Alentejo.[7] Desta forma, a fundação lendária da vila terá ficado associada à antiga povoação de Singa.[8] Apesar da resistência popular, representada pela lenda da ferreira, a povoação foi conquistada pelos godos nos princípios do século V.[5] Foi depois conquistada pelas forças maometanas, e durante a época medieval foi construído um castelo em cima das ruínas da antiga fortaleza.[5]
Em 1999, foi feito um trabalho de levantamento arqueológico no local.[1]
↑ abc«Courela/Cidade de Singa». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Junho de 2019
↑ ab«Ferreira do Alemtejo». Archivo Historico de Portugal. 2.ª Série (21). Lisboa: Typ. Lealdade. 1890. p. 81-83. Consultado em 8 de Junho de 2019 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Concelho de Ferreira do Alentejo». Álbum Alentejano: Distrito de Beja. Volume II de 2. Lisboa: Imprensa Beleza. 1931. p. 149-150. 216 páginas. Consultado em 8 de Junho de 2019 – via Biblioteca Digital do Alentejo
BASTOS, Hélder; FREITAS, Marta; et al. (2004). História das Freguesias e Concelhos de Portugal. Col: História das Freguesias e Concelhos de Portugal. Volume 7 de 18. Matosinhos: Quidnovi - Edição e Conteúdos, S.A. 143 páginas. ISBN989-554-155-4 !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
COSTA, António Carvalho da (2006) [1708]. Corografia Portugueza e Descripçam Topografica. Col: Corografia Portuguesa. Volume 2 de 3. Braga: Alcalá e Universidade Católica Portuguesa. 642 páginas. ISBN972-8673-34-5
SARAMAGO, Alfredo (2007). Livro-Guia do Alentejo. Lisboa: Assírio e Alvim. 727 páginas. ISBN978-972-37-1290-2