Villa Romana de Singa

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Villa Romana de Singa
Informações gerais
Tipo Vila rústica
Construção Roma antiga
Geografia
País Portugal Portugal
Localização Ferreira do Alentejo
Coordenadas 38° 02′ 33,73″ N, 8° 12′ 32,22″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Villa Romana de Singa é um sítio arqueológico no concelho de Ferreira do Alentejo, em Portugal.

Descrição

As ruínas da villa romana, que foi identificada como Singa, estão situadas numa elevação na margem direita da Ribeira de Canhestros, perto da aldeia com o mesmo nome.[1] No local foram encontrados encontrados vários vestígios do período romano, dispersos numa área de 5000 m², incluindo dois fragmentos de mó, uma grande quantidade de terra sigillata, e materiais de construção como cerâmica, pedras e pedaços de mármore, e opus caementicium.[1]

Outra localização possível para a cidade de Singa teria sido no lado nascente da vila, onde foram encontrados vários vestígios dessa época,[2] atrás da antiga localização do castelo de Ferreira do Alentejo,[3] que foi demolido e substituído pelo cemitério no século XIX.[4] Uma terceira teoria, ligada à tradição popular, coloca a povoação de Singa no mesmo local do que a moderna vila de Ferreira do Alentejo.[5]

Brasão de Ferreira do Alentejo, que alude à lenda da ferreira de Singa.

História

Singa teria sido originalmente um castro lusitano, habitado entre os períodos neolítico e calcolítico, que depois da conquista por parte dos exércitos romanos, tornou-se num ópido fortificado de grande importância política e administrativa na região.[5] A povoação estava unida a outros pontos da região por vias militares, uma das quais passava por Canhestros.[5]

Segundo uma lenda popular, no ano de 405,[6] nos finais do período romano, a cidade de Singa terá sido invadida por godos, suevos e alanos e outros povos bárbaros, tendo uma das principais defensoras sido uma mulher, que guardou a entrada do castelo com ferramentas de ferreiro.[2] Esta mulher estaria casada com um ferreiro, sendo por isso alcunhada de ferreira, dando o nome à vila de Ferreira do Alentejo.[7] Desta forma, a fundação lendária da vila terá ficado associada à antiga povoação de Singa.[8] Apesar da resistência popular, representada pela lenda da ferreira, a povoação foi conquistada pelos godos nos princípios do século V.[5] Foi depois conquistada pelas forças maometanas, e durante a época medieval foi construído um castelo em cima das ruínas da antiga fortaleza.[5]

Em 1999, foi feito um trabalho de levantamento arqueológico no local.[1]

Ver também

Referências

  1. a b c «Courela/Cidade de Singa». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Junho de 2019 
  2. a b «Ferreira do Alemtejo». Archivo Historico de Portugal. 2.ª Série (21). Lisboa: Typ. Lealdade. 1890. p. 81-83. Consultado em 8 de Junho de 2019 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  3. COSTA, 1708:496-497
  4. BASTOS et al, 2004: 50-53
  5. a b c d e «Revisão do PDM de Ferreira do Alentejo: Caracterização do Território Municipal» (PDF). Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. Abril de 2010. Consultado em 8 de Junho de 2019 
  6. «Concelho de Ferreira do Alentejo». Álbum Alentejano: Distrito de Beja. Volume II de 2. Lisboa: Imprensa Beleza. 1931. p. 149-150. 216 páginas. Consultado em 8 de Junho de 2019 – via Biblioteca Digital do Alentejo 
  7. SARAMAGO, 2007:561
  8. «Ferreira do Alentejo: Dia 5 de Março são celebrados 500 anos do foral manuelino». Rádio Sines. 25 de Fevereiro de 2016. Consultado em 8 de Junho de 2019 

Bibliografia

  • BASTOS, Hélder; FREITAS, Marta; et al. (2004). História das Freguesias e Concelhos de Portugal. Col: História das Freguesias e Concelhos de Portugal. Volume 7 de 18. Matosinhos: Quidnovi - Edição e Conteúdos, S.A. 143 páginas. ISBN 989-554-155-4 
  • COSTA, António Carvalho da (2006) [1708]. Corografia Portugueza e Descripçam Topografica. Col: Corografia Portuguesa. Volume 2 de 3. Braga: Alcalá e Universidade Católica Portuguesa. 642 páginas. ISBN 972-8673-34-5 
  • SARAMAGO, Alfredo (2007). Livro-Guia do Alentejo. Lisboa: Assírio e Alvim. 727 páginas. ISBN 978-972-37-1290-2 

Ligações externas


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