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Vidas de A a Z é uma companhia de teatro portuguesa que nasceu em Lisboa no mês de Janeiro de 2014, tendo como produtoras a actriz e encenadora Mónica Gomes e a escritora e investigadora Sílvia Raposo. De cariz itinerante, a companhia entende as suas produções como fomentadoras de encenações de textos originais, incentivando a produção dramatúrgica, procurando desmistificar temas tabu e apelando ao público para a dinamização do Teatro. Os seus espectáculos caracterizam-se por uma dimensão intermedia, dialogando com o teatro-dança, o grotesco, a estética kitsh, a pop art, o expressionismo, o burlesco, a crueldade e o teatro político [2].
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Fundada em Janeiro de 2014, a companhia VIDAS DE A a Z leva à cena textos originais de língua portuguesa. O projecto, desde a sua fundação, é dirigido pelas irmãs Mónica Gomes e Sílvia Raposo, com apoio à produção de Helena Raposo. As criações unem, e procuram comunicar, diferentes linguagens, culturas, ambientes e vidas, apelando a uma fusão entre o erudito e o popular, o moderno e o tradicional. Os seus espectáculos caracterizam-se por uma dimensão intermedia, dialogando com o teatro-dança, o grotesco, a estética kitsh, a pop art, o expressionismo, o burlesco, a crueldade e o teatro político. A companhia desenvolve a sua actividade na grande Lisboa, apostando também na itinerância, com espectáculos em cena por todo o país.
Os espectáculos contam com produção, direção artística, encenação e cenografia de Mónica Gomes, co-produção, assistência à encenação e direcção técnica de Sílvia Raposo e figurinos de Helena Raposo[5].
A companhia conta com vários espectáculos no seu historial, entre eles:
Vovó Ganza! Uma Comédia de Faca e Alguidar (2017)
Vovó Ganza! Uma Comédia de Faca e Alguidar conta-nos a história de Maria Adelaide de Jesus, mais conhecida por Vovó Ganza, a idosa simpática do rés-do-chão que inicia um negócio de família muito pouco convencional juntamente com Hortência, a sua filha que nunca mais desanda de casa e junta os trapinhos, e Brocas, o afilhado problemático. É quando a inspectora Judite, da polícia judiciária, desenvolve uma investigação sobre tráfico de droga e põe o prédio sob escuta que Antonieta, a vizinha cusca, acusa Vovó Ganza de ser a principal dealer do bairro. Para não haver margem para dúvidas, Palmira, uma infiltrada mulher-a-dias surda surge em cena para relatar toda a verdade[6][7][8][9][10][11].
O espectáculo integrou as Festas de Lisboa'17[12] e apresenta-se enquanto alerta cultural e humano, onde se vêem esbatidas as fronteiras entre o popular e o erudito, a mentira e a verdade, a liberdade e o poder. A encenação dialoga com a estética kitsch, a pop art e com o burlesco e procura valorizar a tradição oral e artística lisboeta, através de um dispositivo de meta-teatro, cujo olhar sobre os laços familiares é entendido como microcosmo da insurgência do espírito humano em sociedade[13].
A comédia é uma encenação de Mónica Gomes, assinada por Sílvia Raposo e Mónica Gomes na dramaturgia, cenografia e desenho de luz. Conta no elenco com Mónica Gomes/Márcio Piósi (Vovó Ganza), Margarida Camacho (Hortência), Rui Afonso Martins (Brocas), Liane Bravo (Antonieta), Sílvia Raposo (Palmira) e Anabela Pires (Judite)[14]. A pré-apresentação do espectáculo realizou-se no Cabaré Evoé a 13 de Maio de 2017[15], sendo que o espectáculo estreou dia 24 de Junho no Teatro Valadares, em Caminha, iniciando digressão a 25 de Junho no Cine-teato de Vila Praia de Âncora[16][17][18]. O espectáculo estreia em Lisboa de 19 a 22 de Outubro de 2017 no Teatro Turim, em Benfica, estando em circulação por variadas salas de espectáculo do país, com destaque para Auditório Costa da Caparica, A Bruxa Teatro, Casa do Coreto, Anfiteatro das Piscinas Municipais de Aljustrel[19][20][21], entre outros[22].
Uma Questão de Sexo ou de Morte (2015-2017)
O espectáculo Uma Questão de Sexo ou de Morte é uma comédia que nos fala de cinco vaginas deprimidas e um membro fálico disfuncional que insistem em marcar presença no grupo de apoio “Sexo, porque me fazes isto?”, onde habitualmente cinco mulheres e uma travesti partilham as suas necessidades e frustrações sexuais. Numa realidade onde os homens escasseiam, o desespero aumenta e rapidamente se pode tornar numa questão de sexo ou de morte[23][24][25].
O espectáculo passou por vários locais de apresentação, dos quais Espaço EVOÉ, Teatro Turim, Círculo Experimental de Teatro de Aveiro[26][27], Auditório Municipal de Pampilhosa da Serra[28][29] e Auditório Costa da Caparica[30].
Eu Sou Mediterrâneo: Um espectáculo sobre a banalidade do mal (2016)
O espectáculo Eu Sou Mediterrâneo é uma produção da Companhia Vidas de A a Z que estreou no Teatro Turim a 2 de Junho de 2016[34], passando pelo Auditório Carlos Paredes, Casa de Cultura da Ericeira, Auditório Costa da Caparica, Boutique da Cultura, Espaço Evoé, entre outros, e tendo como objectivo central lançar uma plataforma de discussão em torno da actual crise europeia de refugiados, das repercussões dos conflitos armados e da ameaça do terrorismo, evidenciando os atentados aos Direitos Humanos[35][36][37]. A estética teatral do espectáculo dialoga com o teatro-dança, a performance, o grotesco e a crueldade.
Partindo da concepção de uma ideia da Barbárie como um lugar afastado da civilização para onde é enviado tudo aquilo que não compreendemos e desconhecemos, o espectáculo propõe colocar em evidência a criação de um Médio Oriente como uma fábrica de onde saem os ataques da Barbárie contra o Mundo Civilizado, criticando uma mundividência que se baseia na divisão civilizacional entre um Ocidente civilizado e um Islão bárbaro[38][39][40][41][42][43].
Eu Sou Mediterrâneo tem texto de Sílvia Raposo e Mónica Gomes e encenação também de Mónica Gomes. O espectáculo tem como actores principais Mónica Gomes no papel do jihadista português Hasan Al Portughali, Margarida Camacho como a feminista luso-marroquina Zhaida, Anabela Pires no papel de Louca e Liane Bravo no personagem do Coro e Líder jihadista[44]. A produção integrou a programação das Festas de Lisboa'16[45] e tem como parceiros a ADHHU (Associação de Defesa dos Direitos Humanos), a Associação Solidariedade Imigrante e o Turismo de Lisboa[46][47][48].
Não Há Tragédia Sem Comédia (2015-2016)
O espectáculo Não Há Tragédia Sem Comédia estreou a 11 de Julho de 2015 na Casa da Cultura de Mora, tendo passado por variadas salas de espectáculo[49][50], entre elas, Centro Cultural Dr. António Menano, Museu Municipal de Faro, Centro Cultural de Vila do Bispo, Auditório Municipal de Vendas Novas, tendo integrado também o FesTA (Festival de Teatro 2015). O espectáculo foi transmitido em directo pela Tv Guadiana a 26 de Setembro de 2015[51]. Neste espectáculo a Companhia manifesta as primeiras influências expressionistas e inicia o seu primeiro diálogo com a dança.
A peça conta a história de uma jovem com saudades do futuro, uma mulher que vive um dilema matrimonial, uma outra que defende o seu amor por Portugal e uma idosa perante a ameaça da morte do amor da sua vida que se encontram num mesmo espectáculo para partilhar as suas histórias sobre os medos, as interrogações, as inquietações, os desafios e as expectativas de Amar. O espectador é convidado a inscrever-se na história do espectáculo que dá voz, reivindicando à grande História, nomes e vidas esquecidas, que a ela pertencem, mas que nela se veem caladas. Confronta-nos com a tragicidade da vida humana, com o sofrimento e a esperança de amarmos e sermos amados, e com a comédia que é esta vida, abrindo-se uma realidade paralela onde várias personagens se encontram com uma freira narradora num limbo moderno, onde a ida para o céu ou para o inferno se faz de elevador à ordem do Espírito. As realidades portuguesas são parodiadas num dilema entre o livre-arbítrio humano e o poder divino, onde o divino assume as mais variadas crenças e formas. A Afrodite, a Cúpida, a Macumbina, o Pessoa e o Abundâncio da Anunciação, agente funerário, são algumas das figuras que vêm interromper e questionar a narração da grande história[52].
O espectáculo teve a produção e encenação de Mónica Gomes, texto de Mónica Gomes e Sílvia Raposo[53][54], Guarda-roupa e adereços de Helena Raposo, grafismo de Sílvia Raposo e interpretação de Edevânia Mateus e Margarida Camacho no papel de Freira narradora, Sílvia Raposo nos papéis de Cúpida e Macumbina, Rafael Mendes e Edevânia Mateus no papel de Afrodite, Mónica Gomes nos papéis de Abundâncio da Anunciação, Uma Sofia e Uma Amélia, Luís Correia nos papéis de Um Fernando, Andando Pessoa e Uma Elvira, Sofia Garcia, Sofia Assis e Anabela Pires nos papéis de Espírito e de Locutora da Rádio Paraíso[55].
Vida de A a Z: Viver 100 vidas em vidas que não vivem (2014-2015)
O espectáculo Vidas de A a Z: Viver 100 vidas em vidas que não vivem esteve em cena de 6 de Junho de 2014 a 28 de Fevereiro de 2015, tendo passado por várias salas de espectáculo do país, entre elas o Teatro Turim[56], Casa das Histórias Paula Rego, Cine-teatro Municipal de Serpa, Auditório Municipal António Silva, Centro Cultural de Vila do Bispo, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa[57]. A estética do espectáculo vai beber ao grotesco, com influência modernista, realista e crítica sobre a sociedade.
A peça conta a história de quatro indivíduos problemáticos que partilham a mesma casa. Senhor Pimenta, um idoso com Alzheimer, tem um quarto arrendado em sua casa há mais de cinco anos a Dulce, uma senhora que sofre de agorafobia e neuroses várias. Certo dia chega Júlio, um actor inventado por Pimenta que quer ser reconhecido pelo seu talento, para partilhar quarto com Dulce. Esta, desconhecendo a situação, depara-se com metade do quarto supostamente arrendada a Júlio pelo afilhado do Senhor Pimenta (o afilhado Acácio), acabando por acreditar que Júlio existe na realidade. Numa casa de malucos razoáveis, só mesmo Nini, a empregada transgénero, para pôr ordem na "família" e no espectáculo e aceitar entrar na ilusão[58].
O espectáculo teve produção e direcção artística de Mónica Gomes, assistência de encenação de Helena e Sílvia Raposo, cenografia de Carlos Gomes e interpretação de Mónica Gomes no papel de Sr. Pimenta, Sílvia Raposo e Edevânia Mateus no papel de Dulce, Marco Bento no papel de Sr. Júlio e Bruno Magina, Martín Saramago, Duarte Lopes e Rafael Mendes no papel de Nini.
Auto-retrato do Eu Português (2014)
A performance Auto-retrato do Eu Português, com criação e interpretação de Mónica Gomes e Sílvia Raposo, esteve em cena no Evoé Escola de Actores a 21 de Novembro de 2014.
É uma performance na qual uma portuguesa tenta responder à pergunta “Porque é que és portuguesa?”. À medida que a questão se desenvolve a contradição entre o discurso e o forte simbolismo do figurino e das figuras que os olhos vêem intensifica-se. Há uma desconstrução progressiva do que significa ser-se português, que é quebrada por constantes intervenções poéticas que irrompem do discurso da primeira actriz na voz de uma segunda, sua gémea, e que funcionam como uma espécie de subconsciência[59].
Spoken Word
A Companhia costuma realizar ainda regularmente sessões de Spoken word em conjunto com a colega e escritora Sílvia Raposo, associadas a apresentações públicas do livro de poesia Um Segredo Esquecido para Atear Paixões. As sessões são acompanhadas por performances artísticas pelo elenco residente, tendo já passado por locais como a Ler Devagar, as Bibliotecas Municipais D. Dinis, Lúcio Craveiro da Silva, São Lázaro, bem como o Fórum Cultural do Seixal e as FNACS do Alegro Alfragide e do CascaiShopping. Ainda em Abril de 2016 integraram a tertúlia literária "Os Meninos D'Avó", que reúne na primeira quarta-feira de cada mês um grupo de artistas e poetas de Sintra para discutir ideias, ler poemas e realizar performances[60][61][62][63].
Elenco
O elenco da Companhia Vidas de A a Z conta com 10 intérpretes, entre actores, cantores e bailarinos. A companhia tem como actores residentes Mónica Gomes, Sílvia Raposo, Margarida Camacho e Anabela Pires, colaborando com outros actores como Liane Bravo e Márcio Piósi[64][55].