A radionovela foi escrita na década de 60, originalmente para a Rádio Nacional. Janete Clair teve a inspiração ao ler um anúncio, Vende-se um véu de noiva, publicado num jornal carioca.[3][4][5] Influenciada pelo sucesso de Beto Rockfeller pelo jeito moderno e arejado, a direção da Rede Globo produziu a telenovela Véu de Noiva,[6] em 221 capítulos, entre 10 de novembro de 1969 a 27 de junho de 1970. Em 1971, a Televisa produziu uma versão mexicana intitulada Velo de novia, adaptada por Caridad Bravo Adams. Em 2003, a Televisa leva novamente a história ao ar, também chamada de Velo de novia.
Em 2009, Íris Abravanel conseguiu os direitos autorais para realizar um reboot da radionovela Vende-se um Véu de Noiva, escrita por Janete Clair, que já tinha inspirado a telenovela Véu de Noiva, também escrita por Janete Clair em 1969 para a Rede Globo. Na época, os contratos para as obras eram negociados sem exclusividade de poderem ser vendidos posteriormente. Íris Abravanel pensou em alterar o nome da novela para A Ilha do Profeta, porém preferiu manter o mesmo título da obra original.[7]
Enredo
Primeira fase
1981. No litoral paulista, Maria Célia Baronese e Rubens Baronese tinham tudo para serem felizes. A não ser com a chegada da prima de Maria Célia, Eunice. Logo pela primeira vez que a vê, Cora Baronese, tia de Rubens e sócia majoritária da empresa Baronese Pescados, alimenta certa desconfiança da moça. Maria Célia está grávida e Eunice tem um plano que tinha de tudo para ser perfeito. Um dia, Rubens faz uma viagem de negócios. Eunice aproveita a oportunidade e diz a prima que quer visitar A Ilha do Profeta. Sem comunicar Cora, Eunice, Maria Célia e a empregada, Isabel, fazem o passeio até a ilha. Fabrício Vilela, amigo e empregado de Rubens leva as três para Ilha do Profeta. Mas ao chegar lá, a bolsa de Maria Célia estoura e o plano de Eunice tem ação. Ela impede que haja comunicação com o Guarujá e após nascer o filho de Maria Célia, ela o toma de seus braços. Eunice manda a empregada Isabel matar a criança, só que Isabel a contraria e leva a criança para Maria Célia. Com medo, Maria Célia corre pela ilha. A moça acaba tropeçando e acaba se segurando em um penhasco. A criança fica salva e logo Maria Célia vê Fabrício. Desesperada, pede que ele cuide da criança. O fiel empregado dos Baronese promete cuidar do bebê. Maria Célia morre ao cair ao mar. Ao descobrir o ocorrido, Eunice faz com que Isabel se sinta culpada e a empregada deixa a mansão dos Baronese.
Segunda fase
28 anos se passam desde o acontecimento na Ilha. Fabrício se casou com Rita, uma moça da região. Por amor a Fabrício ela aceita registrar Daniel Vilela, que não é nada mais nada menos que o filho de Rubens e Maria Célia. Apenas Fabrício e Rita sabem disso. Além disso o casal tem outra filha Eliana Vilela que está de casamento marcado. Daniel é apaixonado pela "irmã", fato que tenta lutar contra. Cora Baronese continua com desconfiança de Eunice que agora é casada com Rubens Baronese. Rubens e Eunice têm um filho, Gustavo Baronese, que é noivo de Marize Franco. Eliana Vilela está de casamento marcado com o mecânico Mário. O que ela não espera é que um trágico episódio mudasse sua vida. Após o casamento, Mário e Eliana sofrem um acidente onde outro carro está envolvido. No outro carro está Gustavo Baronese que decide pagar todas as despesas de Eliana. Gustavo é apaixonado por Eliana, o que provoca a revolta de Eunice e o ciúme de Marize. Orgulhosa, Eliana não aceita a ajuda de Gustavo e passa a desprezá-lo. Então ela decide colocar seu véu de noiva à venda pela internet. Eunice descobrirá que Daniel é filho de Maria Célia e Rubens, e para que não tenha que dividir o dinheiro de Rubens, fará de tudo para que Daniel fique longe da família Baronese. Já Marize fará de tudo para impedir que Gustavo fique com Eliana. Todavia, Gustavo fará o possível para conquistar Eliana, que após o episódio do acidente, passou a desprezá-lo.
Produção
Em setembro de 2008, o SBT adquiriu todas as obras radiofônicas de Janete Clair, que consistiam em 35 textos para adaptações[8].
A primeira radionovela que a emissora decidiu adaptar foi Vende-se um véu de noiva. Ficou decidido que a adaptação ficaria a cargo de Iris Abravanel[9].
A trama teve título provisório de A Ilha do Profeta. Porém o nome não agradou à direção do SBT, que decidiu manter o nome original[10].
A telenovela tinha previsão de 188 capítulos,[11] cada capítulo custou R$ 180 mil[12] e a primeira telenovela do SBT a ser captada e exibida em Full HD.[2] Nos seis primeiros capítulos, passados na década de 80, foi utilizado a técnica colorimetria.
Ambientada no Guarujá, na Praia do Perequê,[13] no litoral paulista,[11] as principais locações foram centradas na cidade do Guarujá, explorando praias e ilhas. A Ilha dos Arvoredos, frente à praia de Pernambuco, foi um dos cenários. Uma casa de campo em Itatiba, interior de São Paulo,[13] também foi palco de um dos núcleos do folhetim. O restante das filmagens foram feitas nos estúdios 7, 8 e na cidade cenográfica na sede do SBT, o CDT da Anhanguera, em Osasco, São Paulo.[14][12] Suas gravações tiveram início em Abril e foram encerradas em Outubro, de 2009.
A telenovela contou com a participação do apresentador Ratinho, interpretando um poderoso advogado[16] e de Carlos Alberto de Nóbrega vivendo o irmão de Zé Moréia (Antonio Petrin). A apresentadora Hebe Camargo também fez uma participação na novela como uma membro da A.M.E. (Associação das Mulheres Encalhadas).[17]
Audiência
Com o fracasso do folhetim anterior o SBT partiu para Vende-se um Véu de Noiva com muitas estratégias. Em suas chamadas o apresentador César Filho exaltava a qualidade da trama afirmando que era melhor que as novelas da Rede Globo e Record.[18]
Com meta 10 pontos, Vende-se um Véu de Noiva registrou 5 pontos de audiência na sua estreia.[19] O primeiro capítulo foi alvo de críticas e elogios de Patrícia Kougut do jornal O Globo: "A novela adaptada por Íris Abravanel da história original de Janete Clair é um concentrado de diálogos mal amarrados e interpretações amadorísticas. A história, pelo menos neste primeiro capítulo, pareceu cheia de clichês, o que, num dramalhão, não seria demérito não fosse o resultado confuso e quase colegial."
Ao decorrer da trama, a novela obteve uma média de 4 pontos oscilando entre 3 e 5. Índices considerados insatisfatórios pelo SBT. [20]
No capítulo exibido em 6 de novembro de 2009 a trama conseguiu 4 pontos, ficando atrás de Poder Paralelo da Record TV, e Rede Globo que exibia o seriado A Grande Família no horário.[21] No dia 28 de agosto de 2009 a trama alcançou 4 pontos, ficando novamente atrás da Record TV e Rede Globo
No capítulo exibido no dia 16 de outubro de 2009, o folhetim registrou uma péssima audiência de 3 pontos.
Com audiência pífia, a direção do SBT decidiu encurtar a telenovela reeditando e compactando capítulos que já haviam sido gravados para antecipar a exibição do último capítulo.
No antepenúltimo capítulo exibido em 7 de janeiro de 2010, a trama reagiu registrando 7 pontos de audiência. Ficando atrás somente de Poder Paralelo que marcou 12 pontos e da minissérie Dalva e Herivelto com 30 pontos.[22]
Em seu último capítulo exibido em 9 de janeiro de 2010, a novela obteve 7 pontos de audiência com picos de 10. [23]
Vende-se um Véu de Noiva teve uma média de 4 pontos de audiência, sendo considerada um grande fracasso.
Nunca reprisada em TV Aberta, desde sua exibição original, está sendo reexibida desde 2 de dezembro de 2024 pelo canal Fast +Novelas no streaming +SBT, substituindo Maria Esperança na faixa das 2h, com reprises ás 10h e 18h, além de maratona semanal aos sábados.[29]
↑Ferreira, Mauro; Coelho, Cleodon (2003). «Capítulo 6 - Véu de Noiva - Pág. 45». Nossa Senhora das Oito: Janete Clair e a evolução da telenovela no Brasil. [S.l.]: Mauad Editora Ltda. 148 páginas. ISBN85-7478112-6