O transtorno do relacionamento sexual ocorre quando a identidade de gênero (masculina, feminina, cisgênero, transgênero ou não-binária) ou a orientação sexual (heterossexual, homossexual, bissexual, androfilia, ginefilia ou assexual) leva a dificuldades no estabelecimento e manutenção de um relacionamento com um parceiro sexual.[2]
A Classificação internacional de doenças (CID-10) inclui uma nota esclarecendo que a orientação sexual não é um transtorno.[3] O transtorno se restringe ao sofrimento causado pelo relacionamento sexual insatisfatório independente da combinação (hetero relacionando-se com homo, homo relacionando-se com bi, bi relacionando-se com hetero).
Por conta da cultura intolerante a diversidade sexual é comum que homens e mulheres com desejos homossexuais se relacionem com parceiros do sexo oposto como forma de serem melhor aceitos socialmente. A causa da insatisfação depende do tipo de conflito na orientação sexual:
Assexuais também podem preferir casar um homossexual do sexo oposto por não ter desejo de relações sexuais e assim manter um casamento sem sexo.
Em uma pesquisa com homens casados com mulheres, mas com desejo sexual por outros homens, os pacientes tinham 38 anos em média quando começaram a terapia, eram casados em média há 13 anos e tinham em média 2 filhos. Nenhum foi bem sucedido em eliminar esse desejo, 97% sabiam que possuíam desejo por homens antes de casar, 61% tinham vida sexual insatisfatória, 36% fizeram terapia para eliminar esse desejo, 94% tiveram casos fora do casamento e apenas 19% das esposas sabiam que o marido tinha desejo por homens antes do início da terapia.[7]
Cerca de 6 a 10% dos homens sentem desejo de fazer sexo com outros homens.[8] Entre as mulheres Kinsey estimou que cerca de 12-13% tem desejo de fazer sexo com outras mulheres.[9] Entre as mulheres casadas estima-se que 8-10% sentem atração por outra mulher.[9] O número total de pessoas em um relacionamento desejando fazer sexo com o sexo oposto varia entre 0,3% a 20% dependendo do a cultura, idade, país, critérios e definições usados no estudo.[10]
Pode ser feito com terapia individual onde o indivíduo discute sobre seus desejos e como satisfazê-los causando o mínimo sofrimento para seu(sua) parceiro(a) ou como terapia de casal em que ambos discutem e decidem como preferem lidar com essa situação.
O método Coleman tem 5 objetivos:[7]
Dentre as soluções possíveis estão: terminar o relacionamento, organizar ménage à trois com parceiros sexualmente atraentes a ambos, manter um relacionamento aberto sexualmente, interpretar papéis diferentes na cama para satisfazer os desejos e fetiches do parceiro, manter um relacionamento a três, fazer trocas de casais bissexuais ou restringir suas fantasias a masturbação individual.[7] Durante a terapia é importante desenvolver habilidades de assertividade e de assumir a responsabilidade no paciente.[7]
Atualmente nenhum tratamento para modificar a orientação sexual se mostrou eficiente,[12] sendo anti-ético e contra o código de ética de profissionais da saúde regulamentados recomendar tratamentos que não são cientificamente comprovados.[13]
Geralmente o desejo de manter o relacionamento heterossexual apesar de desejos homossexuais é embasado em crenças religiosas conservadoras que devem ser discutidas e questionadas cuidadosamente para que o paciente não desista da terapia. O objetivo nesse caso é formar novas crenças mais saudáveis e tolerantes em relação a diversidade. Diversas entidades religiosas aceitam a diversidade sexual de forma tolerante e podem ser recomendadas para auxiliar o paciente a se realizar espiritualmente e sexualmente simultaneamente.[14]
A maioria dos pacientes que fizeram terapia de reorientação sexual relataram sofrer transtornos psicológicos como consequência da terapia. As consequências mais comuns foram depressão maior (40%), transtornos de ansiedade (20%), ideação suicida (10%), impotência (10%) e transtorno do relacionamento sexual (10%).[15]
No Brasil, psicólogos que se proponham a fazer terapia de reorientação sexual devem ser denunciados ao Conselho Regional de Psicologia (CRP) local onde será decidido sua punição.[16] Médicos podem ser denunciados ao Conselho Regional de Medicina(CRM).
A comunidade assexual recomenda que o assexual deve ou se comprometer a manter relações sexuais para agradar o(a) parceiro(a) ou permitir ao parceiro se relacionar sexualmente com outras pessoas.[17]
A manutenção do casamento foi maior entre bissexuais (33%) e correlacionada com o amor e amizade mútuos, a existência de filhos, terapia de casal e apoio de amigos e família. A terapia é similar a dos homossexuais casados com heterossexuais, mas em um estudo com 58 casais a relação dos bissexuais com heterossexuais está marcada por uma interação de vários níveis que inclui prazer sexual mútuo, bem como envolvimento cognitivo, verbal, comportamental e emocional. Seu esforço conjunto ao longo do tempo lhes permitiu desconstruir não apenas conceitos tradicionais de casamento, mas também desconstruir os conflitos entre as visões de orientação sexual.[18]