Tony & Frankye foi uma dupla de cantores brasileiros de rock e soul formada por Tony Bizarro e Frankye Arduini em 1968, na cidade do Rio de Janeiro. Lançaram alguns compactos e um único álbum de estúdio autointitulado, em 1971. A dupla se separaria e ambos virariam produtores musicais, sendo que Tony Bizarro desenvolveria uma carreira mais bem-sucedida, além de ter perseguido uma carreira solo nos anos seguintes. Hoje em dia, a dupla é reconhecida como um dos grupos pioneiros na introdução do estilo soul na música brasileira, no final da década de 1960 e início da década de 1970.
História
Frankye Arduini tinha uma banda que buscava fazer um som próximo às baladas românticas muito em voga na Jovem Guarda, chamada Top Five. Eles chegaram a lançar um compacto com "Modo certinho de Amar" e "Esqueces que te Amei" pela gravadora GEL (selo Chantecler), em 1967. Tony Bizarro conhece eles na boate Cave - reduto em que se reuniam os jovens interessados por soul, na época - e já passa a fazer ensaios junto com a banda. Em pouco tempo, mudam-se para o Rio de Janeiro - centro da indústria fonográfica nacional - onde procuram iniciar uma carreira artística. Inicialmente, tornam-se uma banda de baile, fazendo o circuito dos bailes da periferia que existia no Rio na época. Com o tempo, ficam só os dois na capital fluminense e transformam-se em uma dupla. Em 1968, conseguiram uma oportunidade para se apresentarem no programa Almoço com as Estrelas, apresentado por Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues, na TV Tupi. Logo após, recebem um convite para gravarem um compacto de um executivo da RCA Victor que havia assistido o programa. Então, lançam, no início de 1969, um compacto por essa gravadora com as músicas "Não Faz Sentido" e "Triste, Feliz". O compacto não apresenta vendagens significativas, mas a dupla trava contato com Tim Maia que havia voltado dos Estados Unidos no ano anterior e começava a influenciar toda uma geração de músicos no Brasil com as novidades que havia trazido daquele país: o soul e o funk.[1][2][3]
No ano seguinte, são contratados pela Discos CBS e lançam um compacto produzido por Raul Seixas com "Viu Menina" e "Adeus, Amigo Vagabundo (Tributo a Brian Jones)", um tributo ao guitarrista dos Rolling Stones que havia morrido de forma acidental. O sucesso relativo deste último compacto, bem como o apadrinhamento de Roberto e Erasmo Carlos, propicia o lançamento de um disco em 1971, o autointitulado Tony & Frankye. O álbum contém músicas de autoria da dupla e de Raul Seixas, Luís Vagner, Antônio Barros, Getúlio Côrtes, Tim Maia e Robson Jorge. Ainda, do álbum, foi lançado um compacto no mesmo ano, com "Vamos lá pra Ver" e "Patatí, Patatá". Embora o disco tenha tido relativo sucesso, a dupla se desfez porque Frankye resolveu dar um tempo na carreira.[1][2][3][4]
Estilo
A dupla é conhecida por misturar baladas românticas - no estilo da época, uma transição da Jovem Guarda para a música brega - com outras influências, como rock, Rock psicodélico, forró e música afro-caribenha; tudo em um fundo musical muito "suingado", baseado no soul e no funk estadunidense.[3]
Legado
A dupla faz parte da primeira onda de música negra brasileira influenciada pelo soul e pelo funk, que ficaria conhecida posteriormente como Black Rio. Seu único disco é considerado item de colecionador, tendo virado objeto de procura cult.[2][3]
Discografia
Discografia dada pelo Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira,[5] pelo Discogs,[6] e pelo IMMUB.[7]
Álbuns de estúdio
Compactos
- 1969 - Não Faz Sentido / Triste, Feliz
- 1970 - Viu Menina / Adeus, Amigo Vagabundo (Tributo a Brian Jones)
- 1971 - Vamos lá pra Ver / Patatí, Patatá
Referências