Filho de António Vaz de Borba, comerciante oriundo da freguesia da Ribeirinha, e de sua segunda esposa, Maria Lúcia da Conceição, da Terra Chã, a sua carreira iniciou-se ainda em Angra do Heroísmo e desenvolveu-se em Lisboa.
No ano seguinte partiu para Lisboa para frequentar o Real Conservatório de Lisboa, onde se matriculou nas cadeiras de Piano e Composição uma vez que as suas capacidades musicais se tinham revelado excepcionais. Ao mesmo tempo, frequenta o Curso Superior de Letras onde foi aluno do também açoriano Teófilo Braga, que sempre lhe demonstrou grande estima, estimulando-o nos seus estudos. Terminou os cursos de Música e de Letras com altas classificações.
Em 1901 foi nomeado professor da classe de Harmonia do Conservatório de Música de Lisboa, lugar que exerceu com grande proficiência até 1937, altura em que foi aposentado por idade. Para além daquela cadeira, foi o primeiro professor de História da Música naquela instituição, a qual regeu durante alguns anos.
Foi ainda professor de Solfejo e Canto Coral na antiga Escola Normal Primária de Lisboa, onde realizou elevada obra pedagógica, considerada revolucionária para o seu tempo tendo introduzido a moderna pedagogia musical no país, sobretudo a nível do solfejo entoado e do canto coral nas escolas. Leccionou também, no Liceu D. Maria Pia ao mesmo tempo que era regente do Orfeão do Liceu da Lapa.
Foi durante vários anos prior da Igreja dos Mártires em Lisboa e Comissário da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo onde desenvolveu uma obra notável a nível da música religiosa.
Faleceu na paróquia do Sacramento, em Lisboa, tendo o seu corpo sido trasladado para o Cemitério do Livramento, em Angra do Heroísmo.
Obra
Deixou vasta obra como musicólogo e compositor, tanto na música religiosa como na música profana, estando editados a maior parte dos seus trabalhos. Foi co-autor de um Dicionário de Música, ainda hoje obra de referência.
Em sua vasta produção destacam-se:
Missa (para canto e instrumental);
Te-Deum (para canto e instrumental);
O Fado do Limoeiro (para piano e canto);
Lembras-te (melodia para canto e piano);
Senhor! Eu sou teu filho! (preghiera para canto e piano);
Barcarola (para canto e piano).
Homenagens
Tomás de Borba é homenageado na toponímia da cidade de Angra do Heroísmo, dando o nome a uma rua no lugar do Pico da Urze. Além disso, a nova escola básica e secundária da cidade, vocacionada para o ensino artístico, edificada em São Carlos, localidade da freguesia de São Pedro, é denominada, por decisão do Conselho do Governo Regional dos Açores, Escola Básica e Secundária Tomás de Borba.
No Rio de Janeiro, a Casa dos Açores do Rio de Janeiro promove o Grupo Folclórico Padre Tomáz Borba. O grupo recebeu este nome em homenagem ao Padre Tomás Borba. O grupo foi fundado em 20/11/1954 e é composto atualmente por mais de 30 integrantes, sendo a maioria descendente de açorianos e de portugueses continentais, além de brasileiros natos.[5]
1938 – Viagem a Budapeste por ocasião do Congresso Eucarístico, passando por outras cidades como Lourdes e Roma
Bibliografia
CÂMARA, J. M. Bettencourt da. "A propósito de uma obra de Tomás de Borba: o hino do Grémio dos Açores". in Revista de Cultura Açoriana, nº 2, Lisboa, 1990, p. 201-208.
CAMPOS, Alfredo Luís. Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Angra do Heroísmo: Imprensa Municipal, 1903.
ROSA, Duarte Gonçalves. Tomás Borba. Angra do Heroísmo: Escola Básica e Secundária Tomás Borba, 2008. 400p, fotos, tabelas, partituras. ISBN 978-989-20-1146-2