Teodora Cantacuzena

 Nota: Este artigo é sobre a esposa de Aleixo III de Trebizonda. Para outras mulheres de mesmo nome, veja Teodora Cantacuzena (desambiguação).
Teodora Cantacuzena
Imperatriz-consorte de Trebizonda
Reinado 28 de setembro de 135120 de março de 1390
Consorte Aleixo III de Trebizonda
Antecessor(a) Acropolitissa
Sucessor(a) Eudócia da Geórgia
Floruit 1340–1390
Dinastia Mega Comneno (matr.)
Pai Nicéforo Cantacuzeno
Filho(s) Ana
Basílio
Manuel III
Eudócia
Três filhas de nome desconhecido

Teodora Comnena Cantacuzena foi uma imperatriz-consorte de Trebizonda, esposa de Aleixo III de Trebizonda, entre 28 de setembro de 1351 e 20 de março de 1390.

Família

Acredita-se que Teodora seja filha do sebastocrator Nicéforo Cantacuzeno. De acordo com a crônica de João VI Cantacuzeno, que era parente, Nicéforo foi preso por ordem de Aleixo Apocauco, um dos principais conselheiros de Ana de Saboia durante guerra civil contra João VI, em 1341. Ele foi solto depois e aparece governando Adrianópolis na década de 1350, já como sebastocrator. Donald Nicol defende que Nicéforo era um primo de João. Nada se sabe sobre a identidade da mãe de Teodora[1].

Casamento

Quando o deposto imperador de Trebizonda Miguel foi enviado, depois de um tempo preso, a Constantinopla, o acompanhava o tatas Miguel Sampson, que foi incumbido de encontrar uma esposa adequada para o novo imperador trebizondino, Aleixo III. Nicol presume que João teria direcionado a busca, pois "a esposa encontrada era a filha de seu primo", Teodora[2], que chegou em Trebizonda em 3 de setembro de 1351 e se casou com Aleixo no dia 28. Eles se casaram na recém reconstruída Igreja de Santo Eugênio. O novo marido de Teodora estava a uma semana de completar treze anos e acredita-se que Teodora tinha a mesma idade[3].

Tudo o que sabemos sobre sua vida como imperatriz baseia-se principalmente na crônica de Miguel Panareto, que é sempre sucinto. Sua obra menciona a imperatriz — que reinaria por mais de trinta anos — apenas seis vezes, incluindo o registro de seu casamento e de sua morte. Ela é mencionada ainda duas vezes mais apenas pelo título de despina, ao passo que, nos registros do nascimento dos dois filhos de Aleixo, seu nome não aparece. Teodora acompanhou Aleixo quanto ele marchou contra João Tzaniques e esmagou sua revolta em março de 1352; acompanhou Aleixo e a mãe dele, Irene de Trebizonda, quando embarcou com a frota contra o mega duque rebelde Nicetas Escolário em 1355; estava com os dois novamente quando fugiram da Peste Negra em Trebizonda em 1362; e, finalmente, esteve presente no casamento de sua filha Ana em junho de 1367[4]. O único registro de Panereto sobre Teodora que não se explica pelo seu papel como consorte ou imperatriz é a surpreendente participação na procissão funerária do filho ilegítimo de Aleixo, Andrônico, com a mãe dele, sua rival; ele morreu em circunstâncias suspeitas depois de cair da cidadela em 14 de março de 1376[5].

Aleixo morreu em 20 de março de 1390 e Teodora ainda estava viva, pois se retirou para um mosteiro de Constantinopla na ocasião. É provável que ela seja a freira "Teodósia Cantacuzena" que o patriarca Mateus I de Constantinopla descreveu como "a última imperatriz do oriente" num documento de junho de 1400 sobre o dinheiro que esta freira havia deixado como herança para construir um "xenon" ("albergue") na cidade[6].

Família

De seu casamento com Aleixo III de Trebizonda, Teodora teve pelo menos sete filhos[7]:

Retratos de Teodora e do marido, Aleixo III, pode ser vistos em duas crisobulas: uma que concede benefícios ao Mosteiro de Dionísio, em Monte Atos, de setembro de 1374, e outra que os concede ao Mosteiro de Sumela, fora de Trebizonda, em dezembro de 1364. Um retrato de Teodora e Aleixo foi pintado numa parede da Igreja da Virgem Crisocéfalo, em Trebizonda, mas foi destruído em algum momento depois de C. Texier ter feito um desenho deles na década seguinte[9].

Ver também

Teodora Cantacuzena
Nascimento: c. 1340 Morte: Depois de 1390
Títulos reais
Precedido por:
Acropolitissa
Imperatriz-consorte de Trebizonda
1351–1390
Sucedido por:
Eudócia da Geórgia

Referências

  1. Donald M. Nicol, The Byzantine family of Kantakouzenos (Cantacuzenus) ca. 1100-1460: a genealogical and prosopographical study (Washington, D.C.: Dumbarton Oaks Center for Byzantine Studies, 1969), pp. 141-143
  2. Nicol, Byzantine Family, p. 143
  3. William Miller, Trebizond: The Last Greek Empire of the Byzantine Era, 1926 (Chicago: Argonaut, 1969), p. 55
  4. Miguel Panareto, Crônica, chs. 16, 17, 18, 31, 39, 55
  5. Miguel Panareto, Crônica, cap. 48
  6. Nicol, Byzantine Family, p. 144
  7. Nicol, Byzantine Family, pp. 145f
  8. Calcondilas afirma que Eudócia era a segunda esposa do imperador bizantino João V Paleólogo, o que tem sido rejeitado pelos historiadores modernos. Veja Nicol, Byzantine Family, p. 137 n. 7
  9. Nicol, Byzantine Family, pp. 144f

Ligações externas

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