João V Paleólogo (em grego: Ιωάννης Ε' Παλαιολόγος; romaniz.: Iōannēs V Palaiologos) foi imperador bizantino.[1] Era filho do imperador Andrónico III Paleólogo[1] e de Ana de Saboia. Os seus avós maternos eram o conde Amadeu V de Saboia e a sua segunda mulher Maria de Brabante. Sucedeu ao seu pai como imperador de Bizâncio em 1341, com nove anos de idade.[1]
Vida
João VI Cantacuzeno, amigo do seu pai, foi regente em seu nome e coimperador (1347–1354),[1] depois de ter travado uma guerra civil (1341–1347) contra a regência de Ana de Saboia. Obrigado a combater contra João Cantacuzeno, que lhe usurpara o trono durante a menoridade, João V tornou-se no único imperador em 1354 após novo conflito (1352-1357).
O seu longo reinado ficou marcado pela dissolução gradual do poder imperial. Os turcos otomanos, comandados por Solimão Paxá, filho de Orcano I, sultão otomano, conquistaram Adrianópolis (atual, Edirne) e Filipópolis (atual Plovdiv), e para mais passou a exigir o pagamento de tributo por parte do imperador. Depois de os Otomanos terem conquistado Galípoli e ameaçado Constantinopla, João V apelou ao Ocidente por auxílio, oferecendo o fim do Grande Cisma entre a Ortodoxia e o Catolicismo, submetendo-se à primazia do papa. Empobrecido pela guerra, foi detido por dívidas quando se encontrava em Veneza em 1369.
Em 1371 reconheceu a suserania do sultão otomano Murade I, o qual viria mais tarde a ajudá-lo a recuperar o seu trono (1379) depois de João V ter sido deposto e enviado à Prisão de Anemas pelo seu filho Andrónico IV em 1376. Em 1390, o seu neto João VII Paleólogo usurpou o trono imperial durante cinco meses, mas foi, também ele, derrubado. A João V sucedeu o seu filho Manuel II, e o seu filho mais novo Teodoro tornou-se Teodoro I Paleólogo do Despotado da Moreia em 1383.
No final do seu reinado, em 1390, João ordenou o reforço da Porta Dourada das muralhas de Constantinopla, utilizando nas obras mármore das igrejas em ruínas de Constantinopla. Com a conclusão da obra, Bajazeto I, ameaçando-o com guerra, exigiu que João desfizesse a construção. João V obedeceu às ordens do sultão, mas diz-se que ficou de tal modo afectado com esta humilhação que morreu de choque a 16 de fevereiro de 1391.
Família
Casou-se com Helena Cantacuzena, filha de João VI Cantacuzeno, e tiveram pelo menos nove filhos. Através deles, João se tornou ancestral dos últimos seis imperadores bizantinos e de muitos membros-chave dos paleólogos durante os últimos anos do Império Bizantino. Uma das bisnetas dele, Sofia Paleóloga, se casou com Ivan III da Rússia e se tornou a avó do famoso czar russo Ivan, o Terrível. A lista abaixo, não exaustiva, destaca alguns de seus principais descendentes:
- Andrônico IV Paleólogo (2 de abril de 1348 – 28 de junho de 1385).[1]
- Irene Paleóloga (c. 1349 – após 1362). Casada com o primo Calil da Bitínia. Seu marido era filho de Orcano I e da irmã de Helena, Teodora Cantacuzena.
- Manuel II Paleólogo (27 de junho de 1350 – 21 de julho de 1425). Entre outros filhos, teve:
- Teodoro I Paleólogo de Moreia (ca. 1355 – 24 de junho de 1407).
- Miguel Paleólogo (m. 1376/1377). Reivindicou o trono do Império de Trebizonda de Aleixo III. Foi assassinado durante a campanha militar que se seguiu.
- Maria Paleóloga (m. 1376). Noiva de Murade I, mas morreu antes do casamento.
- Uma filha noiva de Pedro II de Chipre.
- Uma de duas filhas não nomeadas cujos relatos afirmam ter entrado para o mosteiro em 1373.
- Segunda de duas filhas não nomeadas cujos relatos afirmam ter entrado para o mosteiro em 1373.
Referências