A Sociedade Neerlandesa pela Reforma Sexual, conhecida também pelo acrônimo NVSH (em neerlandês: Nederlandse Vereniging voor Seksuele Hervorming), é uma organização neerlandesa, fundada em 1946, que defende uma mudança na percepção da sexualidade na sociedade.[1][2] Entre seus membros mais proeminentes houve personalidades com o psicólogo Frits Bernard, o senador e jurista Edward Brongersma e o sociólogo Paul Schnabel.
A NVSH defende a liberação sexual dos indivíduos e a melhora geral das condições sexuais na sociedade, incluindo:
A NVSH defende a aceitação da sexualidade humana em todas as suas formas, como relações pré-matrimoniais, adultério, homossexualidade, masturbação, exibicionismo, sexo oral, sexo anal, zoofilia ou pedofilia.[3][4][5]
A NVSH foi fundada em 1946 como sucessora da Liga Neo-Malthusiana Neerlandesa, que em 1881 abriu em Ámsterdam a primeira clínica de controle da natalidade no mundo.
Até a década de 1960, a NVSH dedicou um grande esforço na construção da sua organização, que na sua idade de ouro chegou a ter mais de sessenta clínicas de controle de natalidade nos Países Baixos. Grande parte do trabalho desses anos foi dedicado a melhorar a qualidade e disponibilidade dos anticoncepcionais (preservativo, diafragma e gel espermicida).[6] Durante a década de 1960, a NVSH foi a única fonte de distribução de preservativos nos Países Baixos.[7]
O 22 de junho de 1979, a NVSH, a Liga Coornhert pela Reforma da Legislação Penal, a Confederação Humanitária e o padre A. Klamer enviaram uma petição, juntamente com uma carta de teor similar, ao ministro da justiça neerlandês e, simultaneamente, ao parlamento neerlandês. Ambas as duas exigiam a legalização das relações sexuais consensuais entre crianças e adultos.
Esta petição estava assinada por várias organizações públicas de bem-estar social e saúde mental, entre as quais havia as seguintes:[8]
Como escreveu Jan Schuijer, da NVSH, "aparentemente alarmada pelo sucesso da petição", a seção de psiquiatria infantil e juvenil da Sociedade Neerlandesa de Psiquiatria opôs-se publicamente às solicitudes de legalização, afirmando que isso enfraqueceria a autoridade parental.[9]
A revista da NVSH, Verstandig Ouderschap, depois Sekstant e mais tarde De Nieuwe Sekstant, caracterizada principalmente pela inclusão de um consultório postal sobre temas sexuais desde o qual eram respondidas perguntas dos leitores, serviu como um meio de informação numa época em que os jovens dos Países Baixos não recebiam praticamente qualquer tipo de educação sexual na escola e os adultos dificilmente se atreviam a falar.
Em 2009, a NVSH deixou de imprimir a sua revista e desde então fornece suas informações através do seu site. O site da NSVH atrai atualmente inúmeras visitas (300 000 durante as primeiras semanas de 2007), fato que coloca novamente a NVSH num momento culminante da sua existência.
Entre 1960 e 1970, a NVSH publicou três livros informativos ilustrados sobre sexualidade, que tiveram un efeito de abertura em relação ao sexo e suas práticas:
Entre 2007 e 2010 foram publicados três novos livros sob o impulso da NVSH:
Em 1998, o doutor Frans Gieles, da Sociedade Neerlandesa pela Reforma Sexual (NSVH), sugeriu quatro regras éticas básicas a serem consideradas em uma relação adulto-criança.[10]