Uma série de sismos atingiu a região central da Itália, entre os dias 26 e 30 de outubro de 2016.
Em 26 de outubro, às 19h11 locais, ocorreu um primeiro tremor de magnitude 5,5, cerca de 8 quilômetros a sudoeste da cidade de Sellano, na região central da Itália.[4][5]
Apenas duas horas se passaram até que um novo sismo, mais intenso, atingisse a região. Segundo o USGS, este segundo sismo teve uma magnitude de 6,1, com epicentro a 3 km a oeste de Visso, também na região central do país.[6] Os abalos foram sentidos em toda a Itália e em países vizinhos.[7] Na região de Marcas, cerca de 240 pessoas tiveram que ser removidas às pressas de hospitais.[8] Os tremores provocaram interrupções no fornecimento de energia na região.[9]
Na capital Roma, muitos prédios, alguns centenários, sofreram danos leves e tiveram que ser evacuados. Houve também correria e pânico em Nápoles.[10] Diversas réplicas atingiram a região, a mais forte de magnitude 4.9.
A 27 de outubro, a defesa civil italiana já contabilizava mais de três mil desabrigados em Marcas.[11]
No dia 30 de outubro às 7h40 do horário local, mais uma vez a região central da Itália foi atingida por um tremor, ainda mais violento. De acordo com os dados do USGS, este sismo atingiu magnitude de 6,6,[12] e é o mais forte a ocorrer na Itália desde 1980.[13] O tremor foi sentido também na Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina e até mesmo na Alemanha.[14] O epicentro foi a cerca de seis quilômetros ao norte da comuna de Nórcia.[15] A cidade, já fortemente abalada pelos sismos anteriores, foi completamente destruída.[13] Em Amatrice e Arquata del Tronto também houve sérios danos, e nas cidades de Ussia, Muccia e Tolentino muitas construções desabaram.[16] Em Preci, casas e igrejas vieram abaixo.[16] Em Roma, o metrô e vários pontos turísticos foram preventivamente interditados.[17][18] Muitas estradas ficaram bloqueadas, devido a desmoronamentos de terra.[19] Mais de 700 réplicas foram registradas, com magnitudes variando de 3 a 5 graus.[20]
Apesar da intensidade dos sismos, houve apenas uma vítima mortal,[21] embora dezenas de pessoas tenham se ferido.[19]
A União Europeia informou que está monitorando a situação, e que está "pronta para ajudar" a Itália após a onda de sismos.[22] O primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu que tudo será reconstruído, embora reconheça que tempos difíceis ainda virão.[23] O custo da reconstrução deverá chegar a 6 bilhões de euros até 2018.[24][25] O governo italiano também irá investir de 4 a 7 bilhões de euros anualmente para aumentar a proteção do país contra sismos. A maioria das estruturas destruídas, por serem antigas, não estavam preparadas para suportar fortes tremores.[26]
Em 31 de outubro, o número de desabrigados já passava de 40 mil, segundo estimativas da imprensa italiana.[24] Muitas ainda estavam em abrigos temporários, desde o forte sismo de agosto.
Uma área de cerca de 600 km2 ficou deformada com os sismos, de acordo com dados coletados pelo satélite Sentinel 1. Em algumas regiões, o solo afundou 70 centímetros.[25]
Mais de 300 escolas foram danificadas e outras 100 foram fechadas na região, o que fez com que 20 mil estudantes ficassem sem aulas.[27]
(UTC)
Muitas das regiões afetadas pelos sismos de outubro ainda se recuperavam do forte tremor ocorrido em 24 de agosto de 2016. Na ocasião, cerca de 300 pessoas morreram, e centenas de estruturas ficaram destruídas. Há um consenso entre os especialistas de que esses tremores estão geologicamente interligados.[22]
A Itália se localiza próximo à junção das placas tectônicas euroasiatica e africana, e também próxima à subplaca do Mar Adriático,[29] que estão em constante movimento.[30] Segundo o geólogo Gianluca Valensise, o sismo de agosto gerou uma série de estresses nas falhas tectônicas da região, que podem se romper a qualquer momento, em um verdadeiro "efeito dominó".[31]