Santa Cruz do Capibaribe é um município brasileiro do estado de Pernambuco. Sendo a terceira maior cidade do Agreste Pernambucano. Cidade que deu certo (fenômeno conhecido como Milagre da Sulanca) no Polígono das Secas, Santa Cruz, além de uma cidade polo, que é a maior produtora de confecções de Pernambuco, segundo o SENAI, é a 2º maior produtora de confecções do Brasil, ficando atrás apenas da capital paulista e possui o maior parque de confecções da América Latina em sua categoria, o Moda Center Santa Cruz. É também conhecida como a Capital da Sulanca, Capital das Confecções ou Capital da Moda.
Está a cerca de 185,7 quilômetros de distância da capital pernambucana, Recife. No nível estadual Santa Cruz do Capibaribe é o 13º município mais populoso, 15º mais rico (PIB), e o 25º em qualidade de vida (IDH-M). Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 111 812 habitantes.[2]
Pode se dizer que os distritos de São Domingos (Brejo da Madre de Deus), e Pão de Açúcar (Taquaritinga do Norte) são considerados bairros de Santa Cruz do Capibaribe, pois a proximidade do distrito de São Domingos cortado apenas pelo rio Capibaribe assim como o distrito de Pão de Açúcar separado pelo limite territorial, faz com o que aparente ser uma única cidade. Com isso, a população de Santa Cruz do Capibaribe chega a, aproximadamente, a 150 mil habitantes.
Santa Cruz do Capibaribe recebe semanalmente cerca de 50 mil pessoas de todo o país atraída pela famosa feira do "Moda Center Santa Cruz".
História
Sua história remonta a 1750, quando o português Antônio Burgos, que por recomendações médicas procurava um local que favorecesse sua saúde, construiu uma cabana de taipa para se alojar com sua família e escravos na confluência do rio Capibaribe com o riacho Tapera.
O seu nome se origina da grande cruz de madeira que colocou em frente a uma capela que mandou construir próxima a sua casa, a partir da qual teve início o povoamento. O crucifixo é conservado até hoje na igreja matriz.
O distrito de Santa Cruz foi criado pela lei municipal nº 2, de 18 de abril de 1892, subordinado ao município de Taquaritinga do Norte. Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Santa Cruz passou a denominar-se Capibaribe e o município de Taquaritinga a denominar-se Taquaritinga do Norte. Foi elevado à categoria de município com a denominação de Santa Cruz do Capibaribe, através da lei estadual nº 1818, de 29 de dezembro de 1953, data anualmente comemorada.
Em 1953, Santa Cruz do Capibaribe de vila se tornou cidade. Como tantas que sobrevivem do feijão, milho e outras culturas de sobrevivência e já existindo as tradicionais colchas de retalhos, saiu da rotina, alguém de forma inteligente, ao separar os retalhos de tecidos, usou os de maior tamanho para confeccionar shorts, que desta forma, lhe daria mais lucro. A nova ideia se multiplicou em todas as costureiras da região e, por se tratar, na época, de algo reciclável, o preço daquele produto era irresistível, ganhando qualquer concorrência. Como o produto era de fácil venda, os homens se transformaram em mascates e percorreram inúmeras feiras do nosso nordeste, vendendo os produtos, enquanto as mulheres em casa, usando de criatividade, inovavam produzindo outros artigos de vestuário, como: saias, blusas, camisas, conjuntos infantis, anáguas e outras.
Santa Cruz do Capibaribe é formado por três distritos: Distrito-sede, Pará e Poço Fundo. Ainda é composto pelos povoados: Cacimba de Baixo e Magana.
Bairros
Centro
Bairro Novo
São Cristóvão
Malaquias Cardoso
Arcoverde
São Jorge
Neco Aragão
Gavião
Palestina
Oscarzão
Santo Agostinho
Acauã
Jacanã
Nova Santa Cruz
Dona Dom
Dona Lica I
Dona Lica II
Pedra Branca
Bela Vista
São Miguel
Nova Morada
Cohab
Polis Pacas
Cruz Alta
Santa Tereza
São José
Rio Verde
Malhada do Meio
Clima
Santa Cruz do Capibaribe possui clima semiárido, do tipo BSh, com índice pluviométrico de aproximadamente 460 milímetros por ano, um dos mais baixos do estado de Pernambuco. A temperatura média anual gira em torno dos 23 °C.[5]
Dados climatológicos para Santa Cruz do Capibaribe
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE)[6]
Segundo a contagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010, o município possuía 87.582 habitantes, sendo a maioria do sexo feminino, com 45.209 habitantes mulheres, e os 42.373 restantes do sexo masculino . Ainda segundo o censo, 85.594 habitantes viviam na zona urbana e 1.988 habitantes na zona rural.
Da população total em 2010, 23.467 tinham menos de 15 anos de idade, 58.384 habitantes tinham de 15 a 64 anos e 5.731 pessoas possuíam mais de 65 anos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) de Santa Cruz do Capibaribe é de 0,648, sendo considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ocupando a vigésima quinta colocação no ranking estadual.[7]
Em 2010, o IBGE declarou que 6.741 (26,89%) recebeu até 1/2 salário mínimo, 10.465 (41,75%) de 1/2 a 1 salário mínimo, que 5.750 (22,94%) de 1 a 2 salários mínimos, 1.671 (6,67%) de 2 a 5 salários mínimos e que 438 (1,75%) recebem mais de 5 salários mínimos.
A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe, Casa Dr. José Vieira de Araújo, foi criada no ano de 1955. A primeira eleição para composição desta Câmara ocorreu em 3 de outubro de 1955. Nesta eleição foram eleitos João Deodato de Barros, posteriormente eleito Presidente da Câmara, Antonio Colino Irmão, eleito vice-presidente, José Francisco Barbosa, Braz de Lira, Rodolfo Francelino Aragão, Inácio Abílio Aragão, eleito 1º Secretário, João Morais, Lourival Ferreira de Moraes e Manoel Barbosa da Silva, eleito 2º Secretário. A posse dos eleitos ocorreu em 29 de dezembro de 1955 e a primeira reunião dessa Câmara de Vereadores aconteceu no dia 10 de fevereiro de 1956, na Rua Dr. José Bezerra, nº 277, no centro desta cidade. Atualmente a câmara possui dezessete parlamentares.
Economia
O PIB de Santa Cruz do Capibaribe atingiu os valores nos seguintes anos: 2011/ 686.854.251 cresceu 9,85%, 2012/766.875.145 cresceu 10,43%, 2013/ 881.906.417 cresceu 13,04%
A atividade econômica predominante é indústria e comércio com maior potencialidade de desenvolvimento para confecções de roupas.
Cidade que deu certo (fenômeno conhecido como Milagre da Sulanca) no Polígono das Secas. Modelo criado pelo próprio povo gera milhares de empresas e de empregos, ao contrário do capital globalizado que reduz o número de empresas e desemprega milhares. Os dias da feira são de segunda-feira e terça-feira. Atualmente é após a ilha de Fernando de Noronha a cidade com menos pobres em relação a sua população total no estado de Pernambuco, seguida de Toritama, segundo o Pnud/Ipea/FJP, Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, pesquisa realizada em 2010.
Santa Cruz do Capibaribe é o principal ponto de escoação e vendas de confecções de Pernambuco, que com Toritama e Caruaru formam o destacado triângulo das confecções. Hoje a cidade é o segundo maior polo de confecções do Brasil, superada apenas pela cidade de São Paulo. Desde 2008, a cidade é uma das maiores fornecedoras de confecções para sofisticadas lojas de grife dos principais shopping centers de São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente o PIB de Santa Cruz do Capibaribe cresce ao "ritmo chinês" de 11,895%(2014). E possui cerca de 12 mil empresas. segundo o SEBRAE o estado de Pernambuco possuí 22 mil empresas do ramo de confecção, sendo que cerca de 85% ficam em Santa Cruz do Capibaribe. Em 2016 a revista Exame classificou Santa Cruz do Capibaribe como uma das 50 cidades pequenas mais desenvolvidas do Brasil.[8]
Moda Center Santa Cruz
O Moda Center Santa Cruz é o maior parque de confecções da América Latina. O gigante construído no Agreste Pernambucano Setentrional e denominado de "Moda Center Santa Cruz", distante do centro 3 km, que abriga de modo permanente, a feira de confecções que antes funcionava como feira livre no centro da cidade. Construído em 32 hectares ao lado da cidade de Santa Cruz do Capibaribe a 180 km do Recife, que com Toritama e Caruaru formam o destacado triângulo das confecções em Pernambuco.[9]
320 mil m² de área total.
120 mil m² de área coberta.
9.624 boxes.
707 Lojas.
6 Praças de Alimentação com 42 restaurantes e 174 lanchonetes.
Mirante do Cruzeiro - Possuindo em seu topo um cruzeiro em homenagem a Frei Damião, fornece uma visão panorâmica de Santa Cruz do Capibaribe.
Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Aflitos - Construída em 1874, um prédio secular com vitrais e imagens belíssimas, Localiza se no Centro da Cidade.
Sítio Arqueológico da Serra do Pará - Cavernas com mais de 100 pinturas rupestres - localizada na Serra do Pará a 22 km da Sede.
Museu da Sulanca - Localizado no Centro de Eventos do Moda Center, o Museu conta com um acervo de peças que contam a história e evolução das feiras de confecções em Santa Cruz do Capibaribe e região. Entre elas estão máquinas de costura, livros, jornais, revistas e entrevistas em vídeo com personalidades que fizeram parte desse processo, iniciado ainda nas décadas de 1940 e 1950.
Parque Florestal Fernando Silvestre da Silva
Parque Municipal Wellington Monteiro
Serra do Pará
Descrição do Atrativo: Tendo o seu eixo orientado na direção leste/oeste, com altitude de aproximadamente 750m e altura de 210m em relação a sede do distrito do Pará, do seu alto têm-se uma visão panorâmica da região. A Serra tem seu entorno dominado pela caatinga arbustiva, cactáceas e arvoredos espaçados, além de pequenos trechos com ocorrência de bromélias e algumas palmáceas. Seu trecho mais alto é conhecido como Pedra do Pará, onde está erguido um cruzeiro em madeira de aproximadamente 4m, encimentado em pedestal de alvenaria, onde está localizado um santuário votivo. Abaixo da Pedra encontra-se a Furna e o Sítio Arqueológico do Pará. Localizado mais a oeste da Serra, encontra-se o Sítio Arqueológico do Moreira. Encontra-se em bom estado de preservação e limpeza. A ocupação humana ocorre a cerca de 1Km do atrativo através da sede do Distrito do Pará, assim como a presença do comércio informal.
Panorama da Pedra do Pará: O visual da gigantesca pedra encanta os olhos à medida que se sobe ao cume da rocha. A cada passo a ladeira fica mais íngreme, exigindo mais esforço. No final, duas alegrias compensam o sacrifício: a sensação de ter vencido a caminhada, e a linda paisagem descortinada. De lá podem ser vistos ao pé da serra a vila do Pará e o desenho de muitos imóveis rurais numa região onde predominam as planícies e as pequenas propriedades.
Cultura
Futebol
A cidade possui um time chamado Ypiranga, que disputa atualmente a 2º Divisão do Campeonato Pernambucano de Futebol.
Música
Em 2018, a banda de rock Beth Morfina tornou-se a primeira banda de rock da cidade a conquistar o Prêmio da Música de Pernambuco ao vencer a categoria Melhor Álbum de Rock com seu segundo trabalho: In Coma.[10]
O grupo voltou a ser indicado a premiação com seu quarto álbum de estúdio, Rua D Box 4, em 2022.[11]
↑IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
↑ ab«Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2021. Consultado em 28 de agosto de 2021