San Dionisio all Quattro Fontane, também chamada de San Dionisio Areopagita, era uma igreja de Roma localizada na Via delle Quattro Fontante, no rione Monti. Era dedicada a São Dionísio Areopagita, um grego convertido ao cristianismo por São Paulo.
Em 1601, o papa Clemente VIII aprovou o ramo reformado da ordem dos trinitários de Jérôme Hélie, conhecido como Trinitaires Déchaussés en France ("Trinitários Descalços da França"). Em 1620, quando a Via delle Quattro Fontane ainda era conhecida como Via Felice, o cardeal Ottavio Bandini doou a Jérôme um edifício simples com um jardim no local para que ele o transformasse num convento da ordem. Nas imediações, Francesco Borromini projetou para os trinitários da Espanha a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane, com sua belíssima fachada barroca. Para não ficaram atrás, os franceses contrataram Giovanni Antonio Maccito para reestruturar o oratório do convento em uma nova e imponente igreja[1][2].
A fachada, que, por causa da falta de dinheiro só foi construída no final do século XVII[3][4], tinha dois pisos separados por um friso com tríglifos, cruzes trinitárias e flores-de-lis. Em nichos no piso superior ficavam estátuas dos santos Félix de Valois e Jean de Matha, o fundador da Ordem da Santíssima Trindade. Entre elas, uma janela coroada por uma estátua de um anjo libertando dois escravos, uma referência à atividade principal da ordem na época: aquirir cristãos escravizados por muçulmanos durante as Cruzadas. O frontão triangular da fachada apresentava uma cena da Crucificação. O pequeno campanário tinha dois relógios.
A planta da igreja era em cruz latina com uma cúpula no cruzamento da nave com o transepto. A abside era decorada com afrescos de Carlo Cesi, o mesmo autor das pinturas do altar-mor: "Santíssima Trindade, Imaculada Conceição e São Dionísio". Esta pintura hoje está na Villa Medici[5]. A pintura no braço direito do transepto era de Luis David (1648-1728), "São Luís da França e São Dionísio adorando a Eucaristia"[6][7]. No braço esquerdo ficava uma pintura de Nossa Senhora dos Remédios. Além disto, a igreja abrigava ainda uma pintura do "Ecce Homo", de Luca Giordano, e o sepulcro familiar da família Valadier, obra de Luigi Valadier[7].
Todo o mosteiro foi fechado durante a ocupação francesa de Roma no final do século XVIII e acabou entregue, em 1815, às irmãs apostólicas de São Basílio (em italiano: Suore Apostoline), que estabeleceram ali um colégio interno. No final do século XIX, a igreja sobreviveu às modificações na vizinhança que levaram, por exemplo, à demolição da igreja de San Caio a Termini e seu mosteiro anexo, ambos demolidos entre 1937 e 1938 para permitir a construção do Istituto Bancario Italiano[5].
Coordenadas: 41° 54' 04.8" N 12° 29' 30.1" E