O clássico tem fama de costumeiramente ter como vencedor o que vive pior momento,[2] embora quando se enfrentaram na disputa de títulos o time com as melhores condições sempre tenha vencido.
O San-São é um confronto de muita rivalidade e é tratado como um clássico tradicional dentro do estado de São Paulo.
O primeiro San-São da história ocorreu no Paulistão de 1930, quando, no dia 11 de maio, na Vila Belmiro, o alvinegro e o tricolor empataram por 2 a 2. Os gols são-paulinos foram marcados por Luizinho e Friedenreich.
Em 1933 o San-São marcou a história do futebol brasileiro. Essa foi a primeira partida de futebol profissional do Brasil em que um jogador (Friedenreich) foi pago oficialmente pelo São Paulo da Floresta para jogar uma partida. Antes disso, quando um boleiro recebia, era não oficialmente, "por fora". O jogo, um amistoso ocorrido em 12 de março de 1933, aconteceu na Vila Belmiro e terminou 5 a 1 para o time da capital. Também foi nesse clássico que os são-paulinos chamaram pejorativamente os santistas de "peixeiros", o que mais tarde virou o santista de apelido de "Peixe".
No Paulistão de 1944, a maior goleada imposta pelo São Paulo e também do clássico: 9 a 1.
O São Paulo foi o campeão paulista de 1949 com uma vitória por 3 a 1 sobre o Santos (que não brigava pela taça e terminou em quarto), no Pacaembu, em 20 de novembro.
No Paulistão de 1950 o São Paulo iria enfim conquistar seu primeiro tricampeonato paulista. Chegou à penúltima rodada com um ponto de vantagem sobre o Palmeiras, e enfrentou o Peixe. Como perdeu por 2 a 1 para o alvinegro — que se vingou da derrota no campeonato anterior —, foi ultrapassado pelo alviverde, que enfrentaria na rodada seguinte. No clássico "Jogo da Lama", empatou e viu o sonho do tri acabar ali.
O São Paulo sagrou-se campeão paulista de 1953 com uma vitória sobre o Santos por 3 a 1 em 24 de janeiro de 1954. Mas o time santista não brigava pela taça: o vice foi o Palmeiras.
O São Paulo chegou à penúltima rodada do Paulistão de 1957 podendo ser campeão com um empate, mas perdeu o clássico com o Santos, que quase "colocou água no chope" dos são-paulinos e chegou com chances à última rodada, em que o tricolor precisaria da vitória contra o Corinthians. O São Paulo venceu por 3 a 1 e ficou com seu último título antes de 1970.
Em 11 de dezembro de 1960, O Santos enfrentou, pela primeira vez, o São Paulo no recém-inaugurado Morumbi, sendo que com um empate sairia campeão do campo. Mas o Tricolor ganhou por 2 a 1 e impediu a festa santista em sua casa.
O San-São de 2 de setembro de 1962 entrou para a história do futebol mundial. Não pelo empate em 3 a 3 na Vila Belmiro. Mas porque, ao marcar o seu segundo gol naquela partida, Pelé marcou seu gol nº 500 com apenas 21 anos.
Em março de 1963 ocorreu a maior goleada do Santos imposta ao Sampa: Pelé, Pepe, Coutinho e companhia enfiaram 6 a 2 no time da capital.
Em 14 de agosto de 1963, ocorreu o mítico "Dia em que o Santos de Pelé correu do São Paulo". No jogo, vitória por 4 a 1 do tricolor no Pacaembu.
O maior período de invencibilidade do São Paulo durou 47 duelos, entre 10 de novembro de 1974 e 7 de agosto de 1975. A série foi encerrada diante do Santos, em pleno Morumbi, com o placar de 2 a 1.
Santos e São Paulo encontraram-se nas quartas de final do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1978, para decidir uma vaga em jogo único. O regulamento previa vantagem do Santos, por ter marcado mais gols na primeira fase, apesar de o São Paulo ter marcado cinco pontos a mais naquela fase. Contudo, como o São Paulo tinha uma liminar da Justiça comum dando a ele a vantagem, ao final da partida, que terminou empatada por 0 a 0, ambos os times comemoraram. No fim das contas, uma semana depois a liminar tricolor foi cassada, e o Santos venceu, nas semifinais, a Ponte Preta, mas perderia a final do primeiro turno para o Corinthians. A eliminação do Santos e do São Paulo foi inócua, já que o turno não era classificatório para a decisão, que acabaria sendo entre os dois rivais.
São Paulo e Santos fizeram a final do Campeonato Paulista de 1980. No primeiro jogo no Morumbi o Tricolor venceu por 1 a 0, o gol foi marcado por Serginho Chulapa. Na segunda partida também realizada no Morumbi, mais uma vitória do São Paulo pelo mesmo placar de 1 a 0, Serginho Chulapa marcou mais uma vez para o tricolor campeão paulista de 1980. No primeiro jogo foi registrado um fato histórico, o maior público oficial já recebido no Morumbi para um jogo do São Paulo, 122.209 pagantes assistiram a vitória do São Paulo sobre o Santos, porém o número real de torcedores era muito maior. Estimativas de jornais da época dizem que entre 10 e 15 mil torcedores entraram sem pagar e muitos outros torcedores não entregaram o ingresso na entrada. A carga total de 156 mil ingressos daquela partida foi totalmente vendida, recorde absoluto da história do Morumbi, batendo o recorde anterior da final do Paulistão de 1977 entre Corinthians e Ponte Preta.
São Paulo e Santos cruzaram nas oitavas de final do Brasileiro de 1981. No jogo com mando do Peixe, marcado para 8 de abril no Pacaembu, o São Paulo venceu por 2 a 0. No jogo de volta, no Morumbi, em 12 de abril, nova vitória tricolor, agora por 2 a 1, eliminou o Santos. O São Paulo terminaria o campeonato como vice-campeão.
Os rivais se encontraram nas quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1990. O tricolor derrotou o Santos por 1 a 0 em plena Vila Belmiro e só precisou de um empate por 1 a 1 no Morumbi pra se garantir nas semifinais.
Raí, maior ídolo são-paulino na década de 1990, despediu-se do São Paulo em um jogo em 3 de junho de 1993, válido pelo Campeonato Paulista, quando o tricolor goleou o Santos por 6 a 1. Raí fez um gol de despedida e seguiu para defender o Paris Saint-Germain, da França.
Os quatro grandes do futebol paulista se classificaram para o quadrangular final do Paulistão de 1997. Na primeira rodada o São Paulo goleou o Palmeiras e o Santos perdeu para o Corinthians. Houve então um San-São na segunda rodada, 31 de maio, no Pacaembu, quando o Sampa venceu por 1 a 0, eliminando o Peixe da disputa. Na última rodada, o Tricolor empatou com o Corinthians e terminou vice.
São Paulo e Santos decidiram o Campeonato Paulista do ano 2000. Os dois jogos da final foram realizados no Morumbi. Na primeira partida vitória do Tricolor por 1 a 0, gol do atacante França. Na segunda e decisiva partida um empate de 2 a 2 garantiu o Título ao São Paulo. Rogério Ceni e Marcelinho Paraíba marcaram para o Tricolor, Dodô e Rincón fizeram os gols do Santos.
Durante o Campeonato Brasileiro de 2002, o São Paulo, líder do torneio, recebeu no Morumbi um Santos em ascensão, formado por jovens jogadores que estrearam entre os titulares ao longo do torneio, como Diego, Renato e Robinho. Num dos melhores jogos do torneio, o time paulistano abriu 1 a 0, mas sofreu a virada para 2 a 1. Na comemoração do segundo gol, Diego, do Santos, fez festa em cima do escudo do São Paulo que fica ao lado do meio-de-campo no Morumbi, provocando os adversários. Então, no final do jogo, o tricolor virou para 3 a 2, com direito a Ricardinho também comemorando sobre o escudo tricolor, agora sob aplausos da torcida.
Nas quartas de final do mesmo campeonato, o São Paulo, primeiro colocado da fase de classificação, formado por estrelas como Ricardinho e Kaká, encarou um Santos que se classificara de forma dramática em oitavo, 13 pontos a menos. O Santos ganhou por 3 a 1 na Vila, viu o São Paulo abrir 1 a 0 aos quatro minutos do segundo jogo, mas conseguiu uma virada para 2 a 1 no final, garantindo a classificação. Mais tarde, o Peixe tornar-se-ia campeão.
No Campeonato Brasileiro de 2003, Santos e São Paulo corriam atrás do líder Cruzeiro. Um clássico no Morumbi definiria quem seguiria na luta pela taça e quem praticamente daria adeus à briga. O Santos venceu por 2 a 1, e acabaria vice-campeão, com o São Paulo em terceiro.
No Campeonato Brasileiro de 2004, os dois times corriam novamente atrás do líder, agora o Atlético-PR, e novamente o confronto seria decisivo para quaisquer pretensões ao título. Dessa vez, o tricolor venceu por 1 a 0, mas terminou mais uma vez o campeonato em terceiro, enquanto o alvinegro ainda conseguiu sagrar-se campeão.
O São Paulo disparou na liderança do Paulistão de 2005. Iria levantar a taça contra a Portuguesa e na última rodada jogar na Vila Belmiro contra o Santos. A diretoria santista, entretanto, não queria ver a festa adversária em sua casa e mudou o jogo para Mogi Mirim. Só que o São Paulo perdeu para a Lusa, e o Santos, que poderia ainda alcançar a pontuação Tricolor (41 pontos), mas não poderia alcançá-lo no número de vitórias, perdeu a chance de usar seu "alçapão" para, ao menos, impedir o título do eterno inimigo. No jogo em Mogi, um 0 a 0 garantiu a 21.ª conquista estadual são-paulina.
Na penúltima rodada do Paulistão de 2006, o líder Santos foi ao Morumbi encarar o vice-líder São Paulo, podendo ser campeão com um empate. Abriu 1 a 0, mas levou uma virada para 3 a 1, que não impediria o título santista na rodada seguinte e o consequente fim da fila de 22 anos em Paulistas.
No Campeonato Brasileiro de 2007, o alvinegro perdeu no Morumbi para o São Paulo por 2 a 1. Nesse jogo, o Peixe foi o primeiro time em catorze rodadas a fazer gol na defesa são-paulina.
No segundo turno do Brasileirão 2009, o São Paulo precisava vencer o San-São, sob pena de ser praticamente eliminado da disputa pelo tetracampeonato. O Santos, que já não lutava pela taça abriu 1 a 0. O tricolor empatou. O alvinegro praiano fez 2 a 1, mas o São Paulo empatou em 2 a 2 ainda no primeiro tempo. No Segundo tempo, o Mais Querido virou para 3 a 2, mas logo sofreu novo empate do valente Santástico. Por fim, Rogério Ceni fez 4 a 3 para o São Paulo, antes de ser expulso, em um dos jogos mais emocionantes e dramáticos do campeonato.
O clássico de 7 de fevereiro de 2010, na Arena Barueri, pela sétima rodada do Campeonato Paulista, marcou o retorno de Robinho ao Peixe. Ele entrou em campo aos doze minutos do segundo tempo e fez o gol da vitória santista, aos quarenta minutos.
Nas semifinais do Paulista de 2010, Santos e São Paulo fizeram a que foi chamada de "final antecipada do campeonato", já que a outra partida seria disputada por dois times do interior (Santo André e Grêmio Prudente). Os são-paulinos esperavam se vingar da derrota no Campeonato Brasileiro de 2002, quando foram melhores na primeira fase e perderam nas partidas eliminatórias. Desta vez ocorrera o inverso, com o Santos terminando o turno como primeiro colocado e o São Paulo apenas em quarto. Mas não houve surpresas, e o Santos confirmou a condição de melhor equipe do campeonato até ali ao impor duas derrotas ao adversário (3 a 2 no Morumbi e 3 a 0 na Vila Belmiro).
Nesse mesmo ano, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, o São Paulo, que havia perdido os quatro clássicos para o Peixe no ano, bateu o rival por 4 a 3 com um gol de Jean aos 48 minutos do segundo tempo, mesmo com seu time tendo um jogador a menos. O Santos havia aberto o placar no primeiro tempo, sofrera a virada para 3 a 1, mas empatara no segundo tempo.
No ano seguinte os times encontraram-se novamente na semifinal do Paulistão, em jogo único. Por ter melhor campanha ao longo da competição, o São Paulo deteve o mando de jogo, mas nenhuma outra vantagem. Um empate levaria a decisão para os pênaltis, mas o Santos definiu a vaga no tempo normal, com gols de Elano e Paulo Henrique Ganso no segundo tempo: 2 a 0.
No Campeonato Paulista de 2012, São Paulo e Santos enfrentaram-se pela 14.ª rodada da primeira fase; em termos de campeonato a partida não valia muita coisa, porém foi um grande jogo, e o São Paulo venceu o Santos, após seis vitórias seguidas santistas nesse clássico válido por Campeonatos Paulistas. O jogo terminou com vitória por 3 a 2 para o tricolor, com o gol da vitória marcado aos 41 minutos do segundo tempo por Lucas. O São Paulo estava jogando com dez jogadores desde os oito minutos do segundo tempo, após expulsão de Rodrigo Caio.
Mais tarde, pelo terceiro ano consecutivo, Santos e São Paulo se encontraram pela semifinal do Campeonato Paulista. E pela terceira vez consecutiva, o Peixe eliminou o Tricolor do Morumbi do campeonato, em um jogo único realizado no Morumbi, em 30 de abril. O Santos, que acabara de completar seu centenário, abriu 2 a 0. O Tricolor diminuiu e começou a pressionar em busca do empate. Então, o goleiro Denis falhou em um ataque do Santos, que fez 3 a 1 e definiu o jogo. O Santos seria campeão do Paulistão 2012, chegando a um tricampeonato sequencial.
No Campeonato Paulista de 2015, o Tricolor e o Alvinegro se encontraram novamente na semifinal, em jogo único, disputado na Vila Belmiro, em 19 de abril. O empate levaria aos pênaltis. O Peixe, com um time de garotos da base liderados pelo já experiente Robinho, impôs-se desde o começo do jogo sobre o rival. Ainda no primeiro tempo, Geuvânio arrancou de antes do meio-de-campo, passou por quatro são-paulinos e marcou um golaço: Santos 1 a 0. No segundo tempo, nos contra-ataques, Ricardo Oliveira fez 2 a 0. O ataque são-paulino pouco ameaçava, mas Luís Fabiano ainda marcou, em impedimento, o gol de honra do Mais Querido. Foi a quarta eliminação consecutiva do São Paulo nas mãos do Santos, que chegou a sua sétima final consecutiva de Campeonato Paulista.
Ainda em 2015, os clubes se enfrentaram pelas semifinais da Copa do Brasil. No primeiro jogo, no Morumbi, vitória santista por 3 a 1. Uma semana depois, na Vila, o Peixe repetiu o marcador, e avançou à final.
Pelo Campeonato Paulista de 2017, o São Paulo venceu o Santos na Vila Belmiro por 3 a 1 e quebrou um jejum de oito anos sem vencer o rival na Vila Belmiro. Além disso, quebrou uma invencibilidade de seis anos do Santos em seu estádio pelo Campeonato Paulista.
No Campeonato Brasileiro de 2017, o São Paulo venceu o clássico por 2 a 1 no Pacaembu e quebrou uma invencibilidade de três anos do Santos no estádio, já que a última derrota santista fora em 2014, na final do Campeonato Paulista (1 a 0 para o Ituano).
Fatos históricos
Os jogos entre o Peixe e os componentes do Trio de Ferro só passaram a ser considerados clássicos a partir da metade da década de 1950. Por sinal, apesar de o jogo entre ambos ser disputado desde 1930, só a partir de 1956 foi considerado clássico, ganhando o apelido "San-São" do jornalista Tomás Mazzoni.
O Santos leva vantagem em finais contra o São Paulo: já ganhou quatro finais diretas contra o tricolor (Paulistões de 1956, 1967, 1969 e 1978. O São Paulo ganhou duas finais diretas (Paulistões de 1980 e 2000).
O São Paulo já eliminou o Santos de um torneio em confronto direto por quatro vezes: nos Brasileirões de 1981 (oitavas de final) e 1990 (quartas de final), na Supercopa Libertadores de 1992 (oitavas de final) e no Paulistão de 1983 (semifinais). O Santos eliminou o São Paulo em confronto direto por oito vezes, no Brasileirão de 2002 (quartas de final), na Copa Sul-Americana de 2004 (oitavas de final), nos Paulistões de 1978 (quartas de final do primeiro turno), 2010 (semifinais), 2011 (semifinais), 2012 (semifinais) e 2015 (semifinais), e na Copa do Brasil de 2015 (semifinais).
Santos e São Paulo são os maiores campeões de títulos internacionais do Brasil.
O único jogador pentacampeão paulista foi Toninho Guerreiro, que foi tricampeão em 1967, 1968, 1969, pelo Santos, e bicampeão em 1970 e 1971 pelo São Paulo.
Serginho Chulapa é o jogador com a história mais misturada aos dois times: fez o gol do título são-paulino na final do Paulistão de 1980 justamente diante do Santos, mas também fez o gol do título do Santos em 1984, diante do Corinthians. Além disso, Serginho é o maior artilheiro da história do São Paulo, apesar de ser torcedor santista.
Pelé também teve seu ídolo no futebol: foi Zizinho, que disputou o Paulistão de 1957 pelo São Paulo — sagrando-se campeão e tendo o Santos como vice.
A tarde de 14 de agosto de 1963, uma quinta-feira, acabou entrando para a eternidade, principalmente pela façanha dos 11 heróis tricolores diante da máquina de jogar bola, chamada Santos, de Pelé e cia. Talvez o melhor de todos os tempos. E esse Santos, atual campeão mundial de clubes (que viria a ser bi naquele mesmo ano), dava como favas contadas o clássico diante do fraco São Paulo. A equipe santista era notável. Contava com craques do nível do goleiro Gilmar (bicampeão do mundo pela Seleção), do zagueiro Mauro Ramos (ex-São Paulo e também bi pelo Brasil), do volante Zito (outro bi-mundial) e dos atacantes Coutinho, Pelé e Pepe, que dispensam maiores comentários. Já o São Paulo era um time modesto,mas contava, porém, com atletas de um quilate de Pagão, Bellini (capitão do primeiro mundial brasileiro em 58) e Roberto Dias, um dos maiores zagueiros da história do futebol. O show no Pacaembu começou logo aos cinco minutos de jogo. O volante Faustino fez o primeiro, deixando o Santos atordoado com o gol repentino. Ferido, o Santos foi para cima e Pelé, referência absoluta dos praianos, era incansavelmente marcado pelo pequenino Dias. O Rei não aguentava tamanha "perseguição". Aos 21, Pelé, sempre ele, empatou. Aos 37, o atacante Benê marcou o segundo tento tricolor. Antes do final da primeira etapa, delírio no Pacaembu: Sabino fez o terceiro. Aliás, o próprio era apelidado de Pelé II, pela grande semelhança (física) com o Rei. Pelé, possesso, peitou o árbitro Armando Marques com o apoio de Coutinho, sendo ambos expulsos. O clima no vestiário praiano não era dos melhores. O Santos voltou para o gramado sem Aparecido. Na sequência, Pepe caiu no gramado aparentando uma contusão. O Tricolor não se importou com o desespero santista e, aos sete, Pagão marcou o quarto. Logo após o quarto tento tricolor, Dorval também disse estar sentindo contusão. Com seis homens em campo, o Santos ficou impossibilitado de prosseguir, e o árbitro Armando Marques encerrou a partida, conhecida como o "Jogo dos 54 minutos". A manchete do jornal A Gazeta Esportiva do dia seguinte foi "Santos fugiu do campo!".
São Paulo e Santos já montaram um combinado, unindo jogadores, dirigentes e torcedores sobre a mesma camisa: em 30 de dezembro de 1934, um combinado São Paulo/Santos perdeu por 2 a 1 para um combinado Flamengo/Fluminense, jogando no Estádio Antônio Alonso em São Paulo.
O São Paulo até agora nunca eliminou o Santos no século XXI. Desde 2000 houve 7 confrontos eliminatórios entre as equipes no século, dos quais 4 no Campeonato Paulista, 1 no Campeonato Brasileiro, 1 na Copa Sulamericana e 1 na Copa do Brasil; em todas as vezes o Santos levou a melhor.
São Paulo: 9 a 1 (18 de junho de 1944, Campeonato Paulista, no Pacaembu)
Maior vitória do Santos
Santos: 6 a 2 (7 de março de 1963, Torneio Rio-São Paulo, no Pacaembu)
Decisões de títulos
Campeonato Paulista de 1953
O São Paulo conquistou o Paulistão de 1953 com duas rodadas de antecedência, após bater o Santos, na Vila Belmiro. A partida foi realizada na véspera do aniversário de quatrocentos anos da cidade de São Paulo, ou seja; 24 de janeiro de 1954.
Obs.: o Santos não poderia ser campeão nessa partida.
Campeonato Paulista de 1956
O alvinegro ganhou seu primeiro bicampeonato com uma vitória por 4 a 2 na decisão do Paulistão de 1956. Após uma vitória tricolor por 5 a 3 sobre o Palmeiras na última rodada, ambos empataram em pontos. No jogo desempate, no Pacaembu, o Santos colocou Wilson e Feijó no lugar de Hélvio e Ivã, sobre os quais havia suspeita de suborno. Zezinho fez 2 a 0 para o São Paulo, e Feijó diminuiu, de pênalti, no primeiro tempo. Mas no segundo, com dois gols de Del Vecchio e um de Tite, o Peixe impôs 4 a 2 e ficou com a taça.
No Paulistão de 1962, o Santos lutava com São Paulo e Corinthians pela taça. Jogaria com o tricolor no Pacaembu, tendo seis pontos de vantagem sobre os vices. Impôs um excepcional 5 a 2 e conquistou seu primeiro tricampeonato paulista com três rodadas de antecedência, colocando uma inalcançável vantagem de oito pontos sobre o São Paulo, que ficaria com o vice-campeonato.
Obs.: o São Paulo não poderia ser campeão nessa partida.
Campeonato Paulista de 1967
No Paulistão de 1967, o São Paulo iria enfim sair de um jejum de títulos de dez anos, caso vencesse o Corinthians na última rodada. Sofreu o empate no finalzinho, e, com a vitória do Santos em seu jogo, houve empate em pontos entre ambos, o que obrigou a realização de um jogo-desempate. No Pacaembu, o time de Pelé, Clodoaldo e Carlos Alberto Torres já ganhava por 2 a 0 no primeiro tempo, gols de Edu e Toninho Guerreiro. Babá descontou aos quatro minutos do segundo tempo, mas os 2 a 1 deram o título para o Peixe, impondo mais uma ano à mais longa fila de títulos já vivida pelo tricolor.
O Santos levantou o tricampeonato Paulista em 1969 com um empate em 0 a 0 diante do São Paulo pela última rodada do quadrangular final. Na primeira final da história do Morumbi, o Santos precisava do empate, enquanto ao São Paulo só a vitória interessava. O empate não só deu o título ao Peixe como ainda alijou o São Paulo do vice-campeonato, que ficou com o Palmeiras.
O Paulistão de 1978 foi decidido em melhor de 4 pontos entre São Paulo e Santos. No primeiro clássico deu alvinegro: 2 a 1. No segundo, nova vitória santista daria o título. O time de Pita e Juary vencia até os 43 minutos da etapa final, quando o são-paulino Zé Sérgio empatou. Na terceira partida, o time da capital venceu no tempo normal por 2 a 0, mas o regulamento ditava que haveria uma prorrogação, com vantagem de empate para o time com melhor campanha, no caso o Santos, que segurou o 0 a 0 por trinta minutos e consagrou a geração dos "Meninos da Vila".
Obs.: Santos campeão paulista de 1978 por ter marcado mais pontos ao longo do campeonato.
Campeonato Paulista de 1980
A vingança do tricolor viria na final do Paulistão de 1980, com duas vitórias por 1 a 0 diante do Santos, gols de Serginho Chulapa, futuro herói dos alvinegros.
Tricolor e alvinegro fizeram a final do Paulistão de 2000. Em dois jogos no Morumbi, o time da capital tinha a vantagem de dois resultados iguais para ser o campeão. No primeiro jogo, França fez 1 a 0 para o São Paulo no começo do jogo e deu números finais à partida. No clássico decisivo, o Peixe precisava vencer por dois gols de diferença. Fez 1 a 0, mas Rogério Ceni empatou em cobrança de falta. No segundo tempo, Rincón fez 2 a 1 para o time da Vila, mas Marcelinho Paraíba empatou novamente para o tricolor, garantindo o 2 a 2 e o título de 2000. Essa derrota impôs ao Santos seu 16.º ano de jejum e deu início à década de maior rivalidade entre os dois clubes.
O São Paulo disparou na liderança do Paulistão de 2005. Iria levantar a taça contra a Portuguesa e na última rodada jogar na Vila Belmiro contra o Santos. A diretoria santista, entretanto, não queria ver a festa adversária em sua casa e mudou o jogo para Mogi Mirim. Só que o São Paulo perdeu para a Lusa, e o Santos, com 32 pontos podendo ainda empatar com os 41 do líder São Paulo, perdeu a chance de usar seu "alçapão" para impedir o título tricolor. No jogo em Mogi, um 0 a 0 garantiu a 21.ª conquista estadual são-paulina.
Obs.: o Santos não poderia ser campeão nessa partida.
Confrontos em competições internacionais
Supercopa Libertadores de 1992
O primeiro San-São válido por torneio internacional oficial ocorreu nas oitavas-de-final da Supercopa Libertadores de 1992. No primeiro jogo, realizado no Parque Antarctica, empate em 1 a 1; no jogo de volta, no Morumbi goleada tricolor por 4 a 1.
O segundo confronto válido por torneio internacional oficial ocorreu nas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana de 2004. Desta vez, o Santos se vingou: ganhou por 1 a 0 em Santos, com o time reserva, e classificou-se com o empate em 1 a 1 no Morumbi.
1978 – Santos elimina o São Paulo nas quartas de final do primeiro turno do Paulista;[8]
1981 – São Paulo elimina Santos nas oitavas de final do Campeonato Brasileiro;
1983 – São Paulo elimina Santos nas semifinais do Campeonato Paulista;
1990 – São Paulo elimina o Santos nas quartas de final do Campeonato Brasileiro;
1992 – São Paulo elimina Santos nas oitavas de final da Supercopa da Libertadores;
2002 – Santos elimina o São Paulo nas quartas de final do Campeonato Brasileiro;
2004 – Santos elimina o São Paulo na fase classificatória da Copa Sul-Americana;
2010 – Santos elimina o São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista;
2011 – Santos elimina o São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista;
2012 – Santos elimina o São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista;
2015 – Santos elimina o São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista;
2015 – Santos elimina o São Paulo nas semifinais da Copa do Brasil;
Maiores públicos
Onde não constam públicos pagante e total a referência é ao número de pagantes, jogos disputados no Estádio do Morumbi, acima de 60.000 pagantes.[9][10]
122 535, São Paulo 1×0 Santos, em 16 de novembro de 1980 (122 209 pagantes)
115 155, São Paulo 1×1 Santos, em 24 de junho de 1979 (107 485 pagantes)
97 191, São Paulo 1×3 Santos, em 1 de outubro de 1978 (91 962 pagantes)
88 316, São Paulo 1×2 Santos, em 20 de junho de 1979 (81 788 pagantes)
85 355, São Paulo 0×0 Santos, em 15 de maio de 1971 (75 549 pagantes)
80 488, São Paulo 2×0 Santos, em 28 de junho de 1979 (74 535 pagantes)
78 472, São Paulo 4×1 Santos, em 28 de janeiro de 1979 (74 356 pagantes)
78 028, São Paulo 2×1 Santos, em 12 de maio de 1979 (73 803 pagantes)
74 916, São Paulo 2×2 Santos, em 18 de junho de 2000 (74 916 pagantes)
64 946, São Paulo 1×2 Santos, em 28 de novembro de 2002 (64 946 pagantes)
63 475, São Paulo 2×1 Santos, em 2 de setembro de 1984 (56 839 pagantes)
61 130, São Paulo 1×0 Santos, em 19 de novembro de 1980
23 562, Santos 0×0 São Paulo, em 16 de agosto de 1967 (17 562 pagantes)[11]
Estádios
O São Paulo geralmente manda seus clássicos no Morumbi, palco de 101 jogos.[12][13]
O mando de campo santista normalmente é exercido na Vila Belmiro, onde ocorreram 103 jogos.[13]
O terceiro palco histórico deste clássico é o Estádio do Pacaembu, onde ocorreram 72 confrontos.[13]
Até o fim do século XX, os clássicos com grande previsão de público eram normalmente jogados no Morumbi, independente do mando, mas, por questões políticas, essa não é mais a tendência nos jogos entre os dois clubes.