No seu percurso galego, de 41 km, o rio é muitas vezes designado por nomes locais, como Talariño, Freixo ou Mourenzo, apesar da designação oficial galega ser Limia; aí passa, entre outras povoações da província de Ourense, por Xinzo de Limia, à qual dá o nome.
Em Portugal, tem um comprimento aproximado 66,9 km e uma área de bacia de aproximadamente 2370 km².[3]
Mitologia e história
Este rio foi indicado como sendo o mitológico Lete por Estrabão e fabulado profusamente na mitologia greco-romana como o rio do esquecimento, da dissimulação. Também era chamado de Belion.[4]
Mitologia e geografia cruzaram-se num momento histórico, em 138 a.C., durante a conquista romana da Península Ibérica. Quando o general romano Décimo Júnio Bruto Galaico dispõe-se a derrubar o mito, já que o rio impedia a progressão da sua campanha militar na região. Atravessou o Lima só e, da outra margem, chamou os seus soldados, um por um, pelos seus nomes. Os seus soldados, espantados pelo facto do seu general manter a memória, atravessaram então o rio, sem medo, claudicando o mito do Lete. Este evento histórico é recriado em Xinzo, Espanha, numa festa chamada "Festa do Esquecimento".[5]
Afluentes mais importantes
Da nascente para a foz, estes são os afluentes mais importantes do rio Lima, em território português:
No município de Viana do Castelo, no leito do rio Lima, foram encontradas entre 1985 e 2008 seis pirogas monóxilas (embarcações feitas a partir de um tronco de árvore, escavado para o efeito que são conhecidas, na Europa, desde o período neolítico).
As pirogas encontram-se numeradas de 1 a 6, de acordo com a sequência em que foram encontradas, provêm sobretudo do Lugar da Passagem (na altura, freguesia de Moreira de Geraz do Lima), Lugar da Passagem (Lanheses) e Mazarefes, e datam dos séculos IV/III a.C. (Idade do Ferro), dos séculos VIII/IX (Período da Reconquista) e século XI (Idade Média).
Em Abril de 2021, foi aprovado em Conselho de Ministros a classificação como interesse nacional com a designação de “tesouro nacional” das seis pirogas monóxilas[6].
↑O Minho pittoresco, de José Augusto Vieira, Lisboa: Livraria de António Maria Pereira, 1886-1887, 1º volume
↑ ab«Atlas da Água». Classificação Decimal das Linhas de Água. SNIRH. Consultado em 12 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 20 de junho de 2007
↑Tranoy, Alain (1981). Diffusion de Boccard, ed. La Galice romaine (em francês). Paris: [s.n.] p. 30
↑«Festa do Esquecemento». Asociación Española de Fiestas y Recreaciones Historicas (em espanhol). 15 de abril de 2017. Consultado em 24 de junho de 2020