Criado pela família na cidade de Santos, no litoral paulista, ainda jovem Raimundo Padilha mudou para a cidade do Rio de Janeiro, a fim de estudar no Colégio Pedro II. Na juventude, conseguiu ingressar na Escola Politécnica, porém largou o curso de engenharia para cuidar da família, após o falecimento de seu pai. Começou a carreira de bancário, na qual fundou o sindicato da categoria.[1]
Esteve presente em inúmeras manifestações dos camisas-verdes antes do seu encerramento pelo Estado Novo, tendo papel de destaque no Congresso Integralista de Petrópolis. Compôs o Conselho Supremo da Ação Integralista Brasileira, um dos principais órgãos do movimento do Sigma, ao lado de outros intelectuais. Com o exílio de Plínio Salgado em Portugal, em 1939, foi nomeado para substitui-lo na chefia nacional do movimento integralista no Brasil.[3]
Em 1971 foi indicado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici para o cargo de Governador do Estado do Rio de Janeiro. Ao assumir o cargo, em 15 de março, declarou que os Estados, no novo federalismo brasileiro, adquiriram "uma responsabilidade maior: aquela com o todo nacional. A Revolução não consente que as unidades federadas atentem contra a União", o que foi "uma das grandes renovações operadas no organismo nacional". Comprometeu-se com a tarefa de implantar um novo sistema de relações com a União. Logo em seguida, declarou seu propósito de promover "a defesa e a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana". Apesar disso, afirmou a suposta "distinção entre repulsa à violência e necessidade de usar da energia para resguardo dos valores morais e políticos" do golpe de 1964.[4][2]
Ocupou o Governo do Estado do Rio de Janeiro até 15 de março de 1975, quando da fusão com o estado da Guanabara, projeto ao qual foi contrário.[5] Ao final de seu período de governo, a administração de Raimundo Padilha, como muitas outras na época, foi objeto de reiteradas críticas e censurada pela má aplicação dos recursos públicos. Ficou notável, nesse particular, o aterro marítimo que executou em Niterói e que permaneceu inacabado e sem uso. Seu sucessor, considerando-os desnecessários, demitiu mais de três mil funcionários contratados por Padilha nos últimos momentos de sua gestão. Após o término do seu mandato, retirou-se da vida pública.[2]
Em 12 de dezembro de 2006, o Deputado Elimar Máximo Damasceno (PRONA-SP), pronunciou discurso na Câmara dos Deputados em homenagem ao Governador Raimundo Padilha, traçando sua ampla trajetória na vida pública brasileira.
↑Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «RAIMUNDO DELMIRIANO PADILHA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 7 de maio de 2019
↑Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 16 de março de 1971, 1º caderno, p. 3.
↑«Alerj». Consultado em 9 de outubro de 2006. Arquivado do original em 14 de março de 2007
CALIL, Gilberto G. O Integralismo no Pós-Guerra. A Formação do PRP (1945-1950). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
MERG, Camila Ventura. "O Despertar da Nação: nacionalismo e espiritualismo na doutrina integralista" Revista eletrônica Cadernos de História, Departamento de História da UFOP, Ano I, n.º 2, setembro de 2006 ISSN 19800339 (http://www.ichs.ufop.br/cadernosdehistoria)