Rosa é uma comunidade remanescente de quilombo, população tradicional brasileira, localizada no município brasileiro de Macapá, no Amapá.[1][2] A comunidade de Rosa é formada por uma população de 17 famílias, distribuídas em uma área de 4.984,4857 hectares. O território foi certificado como remanescente de quilombo (reminiscências históricas de antigos quilombos) em 2016, pela Fundação Cultural Palmares.[3][4]
Esta comunidade teve o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação publicado em 2010(etapa da regularização fundiária), mas ainda está com a situação fundiária em análise (não titulada) no INCRA.[5]
História
A história da comunidade Rosa se inicia com o mocambo do C-riaú, onde escravos fugidos da Fortaleza de São José se esconderam, e a matriarca Venina, uma senhora que ainda falava um idioma africano, e Josino Valério, o ancestral mais antigo desta comunidade. Em seguida, a matriarca Teófila e depois Maria Nazaré, mãe de Maria Geralda, esposa de Benedito. Nessa mesma época, foi construída a estrada de ferro.[6]
A comunidade vivia da pesca e da coleta de açaí e bacaba. A alimentação era complementada com manga, laranja, e limão galego. Já a economia de trocas era complementada com o extrativismo manual de pedras.[6]
Nas duas primeiras décadas do século XXI, uma mineradora quis depositar rejeito de manganês nas terras do quilombo. Houve também o assassinato do patriarca da comunidade, Senhor Benedito. A partir de então, Maria Geralda, sua viúva, se converteu em matriarca da comunidade.[6]
Tombamento
O tombamento de quilombos é previsto pela Constituição Brasileira de 1988, bastando a certificação pela Fundação Cultural Palmares:[7]
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira [...]
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
Portanto, a comunidade quilombola de Rosa é um patrimônio cultural brasileiro, tendo em vista que recebeu a certificação de ser uma "reminiscência histórica de antigo quilombo" da Fundação Cultural Palmares no ano de 2016.[3][4]
Situação territorial
A falta do título da terra (regularização fundiária) cria para as comunidades quilombolas uma dificuldade de desenvolver a agricultura, além dos conflitos com os fazendeiros de suas regiões e a impossibilidade de solicitar políticas sociais e urbanas para melhorias de condições de vida, como infraestrutura urbana de redes de energia, água e esgoto.[8][9]
Povos Tradicionais ou Comunidades Tradicionais são grupos que possuem uma cultura diferenciada da cultura predominante local, que mantêm um modo de vida intimamente ligado ao meio ambiente natural em que vivem.[10] Através de formas próprias: de organização social, do uso do território e dos recursos naturais (com relação de subsistência), sua reprodução sócio-cultural-religiosa utiliza conhecimentos transmitidos oralmente e na prática cotidiana.[11][12]
Referências