Paschoal Ernesto Américo Senise (São Paulo, 19 de agosto de 1917 – 21 de julho de 2011) foi um químico, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, membro titular da Academia Brasileira de Ciências[1], Paschoal foi aluno da primeira turma do curso de química da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e primeiro diretor do Instituto de Química da mesma universidade.[2] É considerado como um dos principais responsáveis pela regulamentação da pós-graduação na USP.[3]
Biografia
Paschoal nasceu na capital paulista em 1917. Era filho de Giovanni Senise, um industrial, e de Maria Amália Luisa Falci, professora. Tinha uma irmã e um irmão e a família morava na Alameda Jaú. Cursou o antigo primário e o secundário no Colégio Dante Alighieri, onde se destacou como um dos melhores alunos.[4]
Desde pequeno, Paschoal sonhava em cursar medicina. Tinha o apoio do tio, Tommaso Senise, docente da Universidade de Nápoles Federico II, na Itália, que incentivava o sobrinho e admirava seu empenho na escola. Considerando-se pouco preparado para cursar medicina, Paschoal se candidatou a uma vaga no recém-criado curso de química da Universidade de São Paulo, acreditando que um ano de química seria útil na sua futura formação em medicina.[5][6]
Ingressou na primeira turma do curso de química em 1935, aos 18 anos e gostou tanto do curso que desistiu de medicina. Em sua formação foi bastante influenciado pelo químico alemão Heinrich Rheinboldt, que foi seu orientador.[1] Paschoal se licenciou em 1937. Em 1942 defendeu o doutorado, orientado por Rheinboldt e em 1956 defendeu tese de livre-docência, com o título de professor titular da universidade em 1965.[5]
Carreira
Rheinboldt o convidou para ser seu assistente, primeiro como extranumerário e depois como assistente adjunto. Em 1938, começou seu doutorado, com apenas 21 anos. Sua docência começou com a disciplina de química analítica que se tornaria sua preferida. Em 1950 viajou para Baton Rouge, na Universidade do Estado da Luisiana, onde ficou por dois anos, estagiando no pós-doutorado.[7]
Paschoal foi vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (1965-1981), membro (1957-1971) e vice-presidente (1960-1963) do Conselho Federal de Química e participou de várias sociedades científicas nacionais e internacionais. Foi membro do Conselho Universitário da USP (1968-1987), onde exerceu por 17 anos a Coordenação da Câmara de Pós-Graduação (equivalente à atual Pró-Reitoria), tendo sido um dos principais responsáveis pela implantação da pós-graduação na USP.[8][9]
Senise fez parte também do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (1968-1980). Recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco, outorgada pelo Ministério das Relações Exteriores, em 1976, e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República, em 1994. Ganhou as medalhas Jubileu de Prata da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1973) e a Simão Mathias da Sociedade Brasileira de Química (1997), além dos prêmios Heinrich Rheinboldt (1969), Moinho Santista/Bunge (1981) e Anísio Teixeira (1991). Era professor honorário do Instituto de Estudos Avançados da USP desde 1997 e pesquisador emérito do CNPq (2004).[9]
Morte
Paschoal estava internado para tratar de uma pneumonia e morreu em 21 de julho de 2011, em São Paulo, aos 93 anos.[2][9] O velório e cerimonia de cremação ocorreram no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.[10][11]
Referências