Públio Licínio Crasso Dives (m. 87 a.C.; em latim: Publius Licinius Crassus Dives) foi um político da gente Licínia da República Romana eleito cônsul em 97 a.C. com Cneu Cornélio Lêntulo.
Família
Crasso era membro da importante família dos Crassos, da gente plebeia Licínia; sua mãe chamava-se Tértula e seu pai, Marco Licínio Crasso Agelasto, era filho de Públio Licínio Crasso Dives Muciano, cônsul em 131 a.C. e pontífice máximo. Seu irmão, Marco Licínio Crasso, foi pretor em 107 a.C..
Sua esposa chamava-se Venuleia e com ela teve três filhos: Públio Licínio Crasso (morto na Guerra Social), Lúcio Licínio Crasso (assassinado em 87 a.C..) e o futuro triúnviro Marco Licínio Crasso[1]. Públio permaneceu com a sua família até a sua morte, viveu o suficiente para ver os seus filhos Públio e Lúcio se casarem e o nascimento do seu primeiro neto.
Carreira
Crasso começou sua vida adulta como financista em Narbona, na província romana da Gália Narbonense e, antes de seu consulado, provavelmente enquanto ocupava o cargo de edil, propôs a Lex Licinia, que regulava o luxo ostensivo entre os romanos, aprovada rapidamente[2], mas anulada em 98 a.C.[3]. Como edil, propôs ainda uma lei que limitaria o fausto e o luxo nos jogos circenses[4]. Em 97 a.C., foi eleito cônsul juntamente com Cneu Cornélio Lêntulo e, durante seu mandato, foram aprovadas várias leis que proibiam as artes mágicas e o sacrifício humano[5]. Entre 97 e 93 a.C., foi governador da Hispânia Ulterior e derrotou os lusitanos em combate, uma vitória que lhe valeu um triunfo[6].
Foi nomeado legado de Lúcio Júlio César em 90 a.C., no auge da Guerra Social e com ele foi eleito censor. Durante seu mandato, baniu vinhos e unguentos não provenientes da Itália. Coube a eles também dividir os italianos, que haviam conseguido a cidadania romana depois da guerra, em nove tribos. Apesar de ter sido muito rico, Crasso não vivia numa mansão[7] e era avesso ao luxo. Ele permaneceu neutro durante o conflito entre os optimates de Sula e os populares de Mário, mas, quando este último conquistou Roma, em 87 a.C., provavelmente se suicidou[8].
Ver também
Referências
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, XIV, 1
- ↑ Aulo Gélio, Noctes Atticae, II, 24
- ↑ Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis II, 9
- ↑ Cícero, De Officiis, II, 16
- ↑ Plínio, o Velho, Naturalis historia, XXX, 3
- ↑ Plutarco, Vidas ParalelasXIV, 1
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas XIV, 1
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas XIV, 4
Bibliografia
- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- (em alemão) Públio Licínio Crasso Dives (cônsul em 97 a.C.). In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 7, Metzler, Stuttgart 1999, ISBN 3-476-01477-0, Pg. [I 15] L. Crassus, P.–Carolus-Ludovicus Elvers.