A OBA é um evento aberto à participação de escolas públicas ou privadas, urbanas ou rurais, para alunos do primeiro ano do ensino fundamental até os do último ano do ensino médio. A OBA ocorre totalmente dentro da própria escola, tem uma única fase e é realizada dentro de um só ano letivo. A participação dos alunos é voluntária e não há obrigatoriedade de número mínimo ou máximo de alunos, ou seja, o número de alunos participantes não é determinado.
Em 1999 participaram 15 mil estudantes. Já em 2011 foram mais de 800 mil.[2] Em 2021 a prova foi realizada em formato híbrido, devido à pandemia de COVID-19, e bateu o recorde de participantes, com 900 mil inscritos.[3]
A empresa Furnas participou da organização da olimpíada em anos anteriores, como em 2013.[4]
História
A primeira edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica aconteceu em 1998, a partir do contato entre o professor Daniel Fonseca Lavouras e o astrônomo russo Mikhail Gavrilov, presidente da Olimpíada Internacional de Astronomia (IAO).[5] A partir da segunda edição edição, a Sociedade Astronômica Brasileira abraçou o evento, através do professor João Canalle.[6] Em 2005, a Agência Espacial Brasileira passou a integrar o corpo organizador da olimpíada. De todas as olimpíadas brasileiras, a OBA é a que alcança o maior número de séries escolares, indo do primeiro ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio.
Assim como as outras olimpíadas de conhecimento, a OBA tem como objetivo principal difundir o conhecimento astronômico pela sociedade brasileira, fomentar o interesse dos jovens pela Astronomia e pela Astronáutica e ciências afins.
Prova e níveis
A prova da OBA é realizada anualmente, no mês de maio, em todos os estabelecimentos brasileiros de ensino cadastrados. Ela consiste em um número variável de questões, dependendo do nível dos participantes. Nos últimos anos, uma das questões de astronomia tem envolvido uma atividade prática/observacional a ser desenvolvida previamente pelas escolas e a prova sendo constituída de 10 questões: 7 de Astronomia e 3 de Astronáutica.
As provas se distribuem em quatro níveis, a saber:
A premiação na olimpíada também ajuda na construção do currículo dos estudantes, que pode ser avaliado por universidades dos Estados Unidos para admissão dos estudantes,[1] ou mesmo servir como forma de entrada para o ensino superior, como no caso da Universidade Federal de Itajubá, que em 2020 reservou "vagas olímpicas" para medalhistas da OBA e de outras olimpíadas para ingresso em alguns de seus cursos.[11]
Mostra Brasileira de Foguetes
A Mostra Brasileira de Foguetes (anteriormente Olimpíada Brasileira de Foguetes) faz parte da OBA e consiste em demonstrações com construção de foguetes pelos estudantes. Para passar para a segunda etapa, os foguetes construídos devem demonstrar que são seguros e voarem uma distância mínima de 60 metros.Em 2010, estudantes de Brazlândia (DF) foram classificados para a etapa nacional com um foguete feito de garrafa PET e movido a bicarbonato de sódio e vinagre.[12]
Escola de Astronomia
Desde 2001, alguns dos estudantes do ensino médio, dentre os melhor classificados do Brasil, são convidados para uma Escola de Astronomia. Organizada pelo Corpo de Criação e Desenvolvimento da olimpíada (CCD-OBA), ela é inspirada na Semana Olímpica da OBM mas tem um enfoque mais holístico, usando a astronomia como um ponto integrador de conhecimentos de matemática, física, filosofia e outros conhecimentos.
A escola acontece anualmente, durante uma semana, entre os meses de agosto e setembro. A Escola de Astronomia ocorreu entre 26 de Setembro e 01 de Outubro de 2010, na cidade de Águas de Lindóia.[13][14]
À Escola segue-se um curso à distância de formação geral em astronomia, de duração de cerca de seis meses, que usa material didático próprio. Ao fim do curso é realizada a seleção das equipes brasileiras para a IOAA e a OLAA.
A equipe brasileira na IOAA, segundo as regras da própria, é composta de cinco alunos que estejam no ensino médio no ano da respectiva olimpíada (2011), e que tenham no máximo 21,00 anos (em relação ao ano seguinte à competição).
Já a Equipe Brasileira na OLAA é composta de até cinco alunos que não tenham concluído nenhuma disciplina na universidade (estando
matriculado nela) até a data da olimpíada e que tenham no máximo 20,00 anos em relação ao ano seguinte da olimpíada. A OLAA também exige que toda equipe não-unitária tenha participantes masculinos e femininos (pelo menos um de cada gênero).
O processo de seleção era, até 2013, todo conduzido pelo Comitê Científico e Didático da OBA (CCD-OBA).
Controvérsias
O Comitê Olímpico Brasileiro entrou na justiça para garantir a exclusividade do uso da palavra "olimpíada", notificando diversas olimpíadas de conhecimento do país para que parassem de utilizar a palavra. A OBA foi uma das notificadas. Manteve o nome, mas mudou seu logotipo, que possuía órbitas de planetas formando formato semelhante ao dos cinco anéis olímpicos. Pelo mesmo motivo, a Olimpíada Brasileira de Foguetes mudou seu nome para Mostra Brasileira de Foguetes.[15]
↑Braitner Moreira (8 de novembro de 2012). «COB quer fim das "olimpíadas"». Brasília. Correio Braziliense (DF) - Super Esportes: 13. Consultado em 21 de junho de 2021