O nervo radial é o mais importante ramo terminal do plexo braquial, sendo responsável pela inervação sensitiva da mão e motora do braço e antebraço (extensão e supinação).
O nervo radial e suas ramificações proveem inervação motora ao compartimento posterior do braço (tríceps braquial e ancôneo) e aos músculos extensores extrínsecos do punho e da mão; ele também fornece inervação sensorial cutânea para a maior parte do dorso da mão, exceto o dorso do dedinho e a metade adjacente do dedo anular (que são enervados pelo nervo ulnar).
O nervo radial se divide em um ramo profundo, que se torna o nervo interósseo posterior, e um ramo superficial, que enerva o dorso da mão.
Desde o plexo braquial, ele viaja posteriormente através do que frequentemente se chama de intervalo triangular ou hiato do tríceps (terminologia médica).
Uma vez tenha passado por esta fenda inter muscular, o nervo radial continua no braço de maneira medial a lateral em conjugação com a artéria branquial profunda do braço.
O nervo se ramificará primeiramente com a cabeça medial do tríceps braquial e então entrará num sulco no úmero,o sulco radial, onde enerva as cabeças laterais do tríceps. Acreditava-se que o nervo radial também provia inervação motora á cabeça longa do tríceps. No entanto, um estudo conduzido em 2004 determinou que, em 20 espécimes cadavéricos e 15 dissecações cirúrgicas, a cabeça longa do tríceps estava, em todos os casos, enervada por um ramo do nervo axilar.[1]
Com as cabeças lateral e medial enervadas, o nervo radial surge do sulco radial no aspecto lateral do úmero. Aqui, ele perfura o septo intramuscular lateral e entra o compartimento anterior do braço. Então, ele corre inferiormente entre o músculo braquial e o músculo braquiorradial.
Quando o nervo radial alcança a parte distal do úmero, ele passa anteriormente para o epicôndilo lateral e continua para o antebraço.
No antebraço
No antebraço, ele se ramifica em um ramo superficial (fundamentalmente sensorial) e um ramo profundo (fundamentalmente motor).
O ramo superficial do nervo distal descende o antebraço pelo músculo braquiorradial. Ele então atravessa o braquiorradial para entrar na parte posterior do antebraço, próxima à parte de trás do punho. Ele dá inervação à face posterior do polegar, dedo indicador, dedo do meio, lado radial do dedo anular e bordo radial e dorso da mão (exceto o bordo cubital, inervada pelo nervo ulnar ou cubital).
O ramo profundo do nervo radial perfura o músculo supinador e gira em torno do rádio sob a cobertura do supinador para alcançar a parte posterior do antebraço, onde novamente perfura o supinador; ao fazer isso passa a se chamar nervo interósseo posterior do antebraço. Ele perfura os músculos extensores posteriores e passa a ficar na membrana posterior interóssea, justo abaixo do músculo extensor curto do polegar. Ele continua a se mover junto a artéria posterior interóssea (um ramo profundo da artéria interóssea comum, que é uma ramo da artéria ulnar), e termina como um pseudo gânglio abaixo do retináculo extensor.
Função
O que se segue são ramificações do nervo radial (incluindo o ramo superficial e profundo no nervo radial/nervo posterior interósseo).
Cutânea
A inervação cutânea do nervo radial é provida pelas seguintes ramificações:
Nervo cutâneo posterior do braço (origina-se na axila)
Nervo cutâneo inferior lateral do braço (origina-se no braço)
Nervo cutâneo posterior do antebraço (origina-se no braço)
O ramo superficial do nervo radial fornece inervação sensorial para grande parte do dorso da mão, incluindo a pele entre o dedão e o dedo indicador.
Perda de extensão do antebraço, fraqueza na supinação e perda de extensão nas mãos e dedos.
Presença de paralisia do nervo radial devido a inabilidade de estender as mãos e dedos.
Déficit sensorial: Perda de sensibilidade na parte lateral do braço, antebraço posterior, a metade radial do dorso da mão e o lado dorsal do polegar, indicador, médio e metade do anelar, excluindo o leito ungueal.
No meio do braço
Mecanismo comum de lesão: Fratura da diáfise do úmero.
Déficit motor:
Fraqueza de supinação e perda de extensão nas mãos e dedos.
Presença de paralisia do nervo radial devido a inabilidade de estender as mãos e dedos.
Déficit sensorial: Perda de sensibilidade no antebraço posterior, na metade radial do dorso da mão e o lado dorsal do polegar, indicador, médio e metade do anelar, excluindo o leito ungueal.
Justo abaixo do cotovelo
Mecanismo comum de lesão: fratura do rádio, fratura ou luxação do cotovelo, gesso ou tala apertada, nódulos reumatóides, injeções devido ao cotovelo de tenista, lesão no ramo profundo do nervo radial que perfura a cabeça radial e causa a síndrome do nervo posterior interósseo.
Déficit motor:
Fraqueza na extensão das mãos e perda na extensão dos dedos.
Déficit sensorial: Nenhum, a sensibilidade é suprida pelo nervo radial superficial.
No antebraço distal
Mecanismo comum de lesão: Síndrome de Wartenberg, devido ao apresamento do nervo debaixo da inserção tendinosa do músculo braquiorradial, bijuterias e pulseiras de relógio apertadas.
Déficit motor: Nenhum
Déficit sensorial: Entorpecimento e formigamento na metade radial do dorso da mão e o lado dorsal do polegar, indicador, médio e metade do anelar, excluindo o leito ungueal.