Os termos mundo islâmico ou mundo muçulmano (em árabe: عالم إسلامي), também conhecido como Umma ou Islã/Islão, tem vários significados. Em um sentido religioso, a Umma Islâmica se refere àqueles que aderem aos ensinamentos do islamismo, chamados de muçulmanos. Em um sentido cultural, a Umma Muçulmana refere-se a civilização islâmica, exclusivo dos não muçulmanos que vivem nessa civilização. Em um sentido geopolítico moderno, o termo nação islâmica geralmente se refere coletivamente à maioria muçulmana em países, estados, distritos ou cidades.
Apesar de estilos de vida islâmicos enfatizarem a unidade e defesa dos irmãos, existem vertentes diferentes dentro do islã. No passado, tanto o chamado pan-islamismo quanto as correntes nacionalistas têm influenciado o mundo muçulmano.
Em uma atualização mais recente, temos que 24,1% da população mundial é muçulmana, com um total estimado de aproximadamente 1,9 bilhão.[10][11][12][13][14] Os muçulmanos são a maioria em 49 países,[15][16] falam centenas de línguas e vêm de diversas origens étnicas. A cidade de Carachi tem a maior população muçulmana do mundo.[17][18]
Terminologia
O termo foi documentado já em 1912 para abranger a influência da propaganda pan-islâmica. The Times descreveu o pan-islamismo como um movimento com poder, importância e coesão nascido em Paris, onde turcos, árabes e persas se reuniam. O foco do correspondente estava na Índia: levaria muito tempo para considerar os progressos feitos em várias partes do mundo muçulmano. O artigo considerou a posição do Amir, o efeito da Campanha de Trípoli, a ação anglo-russa na Pérsia e as "ambições afegãs".[19]
Em um sentido geopolítico moderno, os termos "mundo muçulmano" e "mundo islâmico" referem-se a países nos quais o Islã está disseminado, embora não haja critérios acordados para a inclusão. Alguns estudiosos e comentaristas criticaram o termo "mundo muçulmano/islâmico" e seus termos derivados "país muçulmano/islâmico" como "simplista" e "binário", uma vez que nenhum estado tem uma população religiosamente homogênea (por exemplo, os cidadãos do Egito são c. 10% cristãos), e em números absolutos, às vezes há menos muçulmanos vivendo em países em que eles constituem a maioria do que em países em que eles formam uma minoria. Assim, o termo "países de maioria muçulmana" é frequentemente preferido na literatura.[20][21][22]
Cultura
Ao longo da história, as culturas muçulmanas foram diversas étnica, linguística e regionalmente. De acordo com M. M. Knight, essa diversidade inclui diversidade de crenças, interpretações e práticas, comunidades e interesses. Knight diz que a percepção do mundo muçulmano entre os não-muçulmanos é geralmente apoiada através de literatura introdutória sobre o Islã, principalmente apresentar uma versão de acordo com a visão bíblica que incluiria alguma literatura prescritiva e resumos da história de acordo com os próprios pontos de vista dos autores, com os quais até mesmo muitos muçulmanos poderiam concordar, mas que necessariamente não refletiria o Islã como vivido no terreno, "na experiência de corpos humanos reais".[23][24]
Mulheres
De acordo com Riada Asimovic Akyol, embora as experiências das mulheres muçulmanas difiram muito pela localização e situações pessoais, como educação familiar, classe e educação; a diferença entre cultura e religiões é frequentemente ignorada por líderes comunitários e estatais em muitos dos países de maioria muçulmana, a questão-chave no mundo muçulmano em relação às questões de gênero é que os textos religiosos construídos em ambientes altamente patriarcais e baseados no essencialismo biológico ainda são altamente valorizados no Islã; portanto, as opiniões enfatizando a superioridade dos homens em papéis de gênero desiguais são difundidas entre muitos muçulmanos conservadores (homens e mulheres). Os muçulmanos ortodoxos muitas vezes acreditam que os direitos e responsabilidades das mulheres no Islã são diferentes dos homens e sacrossantos desde que atribuídos pelo Deus. De acordo com Asma Barlas, o comportamento patriarcal entre os muçulmanos é baseado em uma ideologia que mistura diferenças sexuais e biológicas com dualismos de gênero e desigualdade. O discurso modernista de movimentos progressistas liberais como o feminismo islâmico vem revisitando a hermenêutica do feminismo no Islã em termos de respeito à vida e aos direitos das mulheres muçulmanas. Riada Asimovic Akyol diz ainda que a igualdade para as mulheres muçulmanas precisa ser alcançada através da autocrítica.[25]
↑Khan, Nichola (2016). Cityscapes of Violence in Karachi: Publics and Counterpublics. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN9780190869786. ... With a population of over 23 million Karachi is also the world's largest Muslim city, the world's seventh largest conurbation ...
↑Adrian Cybriwsky, Roman (2015). Global Happiness: A Guide to the Most Contented (and Discontented) Places around the Globe: A Guide to the Most Contented (and Discontented) Places around the Globe. [S.l.]: ABC-CLIO. p. 179. ISBN9781440835575. Karachi is the largest city in Pakistan, the second-largest city in the world when "city" is defined by official municipal limits, the largest city in the Muslim world, and the world's seventh-largest metropolitan area.
↑Pan-Islamism In India, FROM A CORRESPONDENT IN INDIA, Tuesday, 3 September 1912, The Times, Issue: 39994
↑Gert Jan Geling (2017). «Ook na 1400 jaar kan de islam heus verdwijnen». Trouw (em neerlandês). "Many people, including myself, are often guilty of using terms such as 'Muslim countries', or the 'Islamic world', as if Islam has always been there, and always will be. And that is completely unclear. (...) If the current trend [of apostasy] continues, at some point a large section of the population may no longer be religious. How 'Islamic' would that still make the 'Islamic world'?