Maureen Bisilliat
|
Nascimento
|
16 de fevereiro de 1931 Englefield Green
|
Cidadania
|
Brasil, Estados Unidos
|
Ocupação
|
fotógrafa
|
Distinções
|
|
Obras destacadas
|
A João Guimarães Rosa
|
|
Sheila Maureen Bisilliat (Englefield Green, Surrey, 16 de fevereiro de 1931) é uma fotógrafa nascida na Inglaterra e naturalizada brasileira.[1]
Biografia
Filha da pintora Sheila Brannigan e de um diplomata, estudou pintura com André Lhote em Paris, em 1955, e na Art Students League de Nova Iorque, com Morris Kantor, em 1957.
Veio pela primeira vez ao Brasil em 1952, fixando-se definitivamente no país em 1957, na cidade de São Paulo.[2] Nas palavras da fotógrafa, "o Brasil foi uma procura de raízes, que eu não tive quando criança. Nasci na Inglaterra, sim, mas vivi em muitos lugares. Meu pai era diplomata, o que me obrigou a uma vida meio camaleônica. O destino me amarrou ao Brasil. Foi um ficar querendo.".[3]
A partir de 1962, abandona a pintura e passa a dedicar-se à fotografia. Trabalha como fotojornalista para a Editora Abril, entre 1964 e 1972 - na revista Quatro Rodas mas virá a se destacar sobretudo na extinta revista Realidade.
Entre 1972 e 1992, juntamente com seu segundo marido, o francês Jacques Bisilliat, e o arquiteto Antônio Marcos Silva, funda a Galeria de Arte Popular O Bode. Nesse período, viaja pelo Brasil em busca de trabalhos de artistas populares e artesãos, para compor o acervo da galeria. Ainda nessa época, em 1988, a pedido do antropólogo Darcy Ribeiro, Maureen, Jacques e Antônio Marcos são convidados a atuar na formação do acervo de arte popular latino-americano da Fundação Memorial da América Latina, em São Paulo. Para isto, os três percorrem México, Guatemala, Equador, Peru e Paraguai, recolhendo peças para a coleção permanente do Pavilhão da Criatividade do Memorial, do qual Maureen se torna curadora desde então.[4]
Maureen Bisilliat foi bolsista da John Simon Guggenheim Memorial Foundation (Estados Unidos), em 1970; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1981 - 1987), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (1984 - 1987) e da Japan Foundation (1987).
A partir da década de 1980, dedica-se ao trabalho em vídeo, destacando-se o documentário de longa metragem Xingu/Terra, rodado com Lúcio Kodato, na aldeia mehináko, no Alto Xingu.[5]
Em dezembro de 2003, sua obra fotográfica completa, com mais de 16 000 imagens, incluindo fotografias, negativos preto e branco e cromos coloridos, nos formatos 35mm e 6cmx6 cm, foi incorporada ao acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles.[6][7]
Em 1987, Maureen Bisilliat recebeu o prêmio Melhor Fotógrafo da Associação Paulista de Críticos de Arte.[8] Em 17 de março de 2010, foi agraciada com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.[9]
Publicações
Publicou vários livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros:
- A João Guimarães Rosa. São Paulo: Gráficos Brunner, 1969.
- A Visita, 1977, inspirado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade;
- Sertões, Luz e Trevas. São Paulo: co-edição Editora Raízes e Rhodia, 1982 (inspirado no clássico de Euclides da Cunha)
- O Cão sem Plumas. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1983 (inspirado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto;
- Chorinho Doce, 1995, com poemas de Adélia Prado;
- Bahia Amada Amado. São Paulo: Empresa das Artes, 1996 (com textos de Jorge Amado).
Destacam-se ainda, de sua autoria, os livros Xingu: Detalhes de uma Cultura (São Paulo: Editora Raízes, 1978), Xingu: Território Tribal (Londres: William Collins & Sons, 1979) e Terras do Rio São Francisco (São Paulo: co-edição Editora Raízes e BEMGE, 1985).[5]
Exposições
Individuais
Coletivas
- 1971 – Fotógrafos de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
- 1975 – Xingu/Terra (Sala Especial), 13ª Bienal Internacional de São Paulo
- 1979 – Xingu/Terra, Museum of Natural History, Nova Iorque, Estados Unidos
- 1985
- 1987 – O Turista Aprendiz (Sala Especial), Salon de la Photographie, Paris, França
- 1989 – Teatro do Presídio (Sala Especial), Seção de Teatro da 20ª Bienal Internacional de São Paulo
- 1992 – Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, Kunsthaus, Zurique, Suíça
- 1995 – Fotografia Brasileira Contemporânea. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro
- 1998 – Amazônicas. Itaú Cultural, São Paulo
- 1999 – Brasilianische Fotografie, Kunstmuseum Wolfsburg, Alemanha
- 2003 – Labirintos e Identidades: a fotografia no Brasil de 1945 a 1998, Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo
- 2004 – Brasileiro Brasileiros. Museu Afro-Brasil, São Paulo
- 2004 – São Paulo 450 Anos: a imagem e a memória da cidade no acervo do Instituto Moreira Salles, Centro Cultural Fiesp, São Paulo
Referências
Ligações externas