Ananias Marques de Oliveira,[2] conhecido como Marcos Moran (Alegre, 1938), é um cantor e compositor brasileiro. Com origem na bossa nova, acabou ficando conhecido por ter sido intérprete de sambas-enredo, em especial com a Unidos de Vila Isabel.
Biografia
Moran nasceu na cidade de Alegre, no Espírito Santo, onde viveu por cerca de 14 anos. Em 1959, se juntou com alguns amigos - entre eles, Wilson Simonal - para a criação do grupo Dry Boy's.[3] O conjunto obteve relativo sucesso, mas os integrantes decidiram se separar.[4] Depois, cantou no Copacabana Palace e na boate Arpèrge e acabou sendo visto pela gravadora RCA, onde gravou seu primeiro compacto em 1965.[4]
Na década de 1960, sua voz era comparada com a de Wilson Simonal, grande amigo e que chegou a batizar um dos filhos de Marcos Moran.[3]
Ganhou influência do rock e da soul music ao longo da década de 1960, misturando com o samba e marchinhas carnavalescas.[5] Gravou a marcha Até quarta-feira, que obteve sucesso no carnaval de 1968.[6] Já em 1969 lançou Não me Interessa, sendo acompanhado pelo grupo Youngsters, que já havia feito trabalhos com Roberto Carlos.[7]
Virou intérprete de sambas-enredo em 1970, quando atendeu ao convite de Carlos Imperial para cantar Lendas e mistérios da Amazônia durante o desfile da Portela. Em 1975, cantou Zaquia Jorge, a vedete do subúrbio, a estrela de Madureira para o Império Serrano.[5]
De 1979 a 1984 foi a voz da Unidos de Vila Isabel. Cantou sambas considerados clássicos da escola, como Sonho de um Sonho (1980) e Pra tudo se acabar na quarta-feira (1984). Deixou a escola após se desentender com um diretor de harmonia durante o desfile na Sapucaí.[5]
Após a passagem pela Vila Isabel, Moran fez aparições esporádicas como puxador. Em 1989, interpretou Stanislaw, uma história sem final para a Acadêmicos de Santa Cruz. Já em 1990 foi a voz de O Magnífico Niemeyer para a Unidos de Lucas. Voltou a cantar um samba da Vila Isabel em 1993, no álbum-coletânea da série Escolas de Samba, onde interpretou com Martinho da Vila a faixa Glórias Gaúchas. Sua última aparição como intérprete de sambas-enredo foi em 2017, com a Acadêmicos de Pilares.[5]
Composições
Como compositor, teve parceria com Roberto Carlos. Fez a versão de I Gotta Know, que virou Professor de Amor, para o álbum Splish Splash.[8]
Marcos Moran também compôs músicas para outros artistas. Elza Soares gravou Auera para o álbum Nos Braços do Samba, de 1975.[8][5] Compôs Garota Demais para Cauby Peixoto, e Domingo de Carnaval para Altemar Dutra.[8][5]
Álbuns de estúdio
- 1971 - Do Jeito que a Gente Quer (Caravelle)
- 1975 - Transasamba: Marcos Moran e Samba Som Sete (Caravelle)
- 1978 - Brasileiríssimas: Vol. 2 (Polydor)
- 1998 - O Barba Azul (Bahamas Songs)
Referências
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