Lúcio Valério Flaco (m. 180 a.C.; em latim: Lucius Valerius Flaccus) foi um político da gente Valéria da República Romana eleito cônsul em 195 a.C. com Catão, o Velho. Flaco foi eleito cônsul em 195 a.C. com seu grande amigo Catão, o Velho, o qual introduziu na elite da política romana. Era um patrício, filho do cônsul de 227 a.C. Públio Valério Flaco e irmão do flâmine Caio Valério Flaco que se converteu em amigo, patrocinador e aliado político do jovem soldado plebe Marco Pórcio Catão, que entraria para a história como Catão, o Velho, ou Catão, o Censor, nos primeiros anos da Segunda Guerra Púnica. Tinham comum entre eles um conservadorismo política e perspectivas culturais. Ambos defendiam os ideais políticos e militares da velha geração e ambos encontraram em Fábio Máximo a representação exata destes valores.[1]
Flaco é, possivelmente, o mesmo "Valério Flaco" que foi tribuno militar em 212 a.C., servindo sob a liderança do cônsules Quinto Fúlvio Flaco e Ápio Cláudio Pulcro na Batalha de Benevento, que terminou com a captura do acampamento do general cartaginês Hanão, o Velho.[2][3][a]
Flaco foi eleito edil curul em 201 a.C. e, no ano seguinte, pretor na Sicília.[5] É provável também ele seja o "Lúcio Valério Flaco" que serviu como legado do pretor Lúcio Fúrio Purpúreo na Gália Cisalpina em 200 a.C..[6]
Em 195 a.C., mesmo ano do seu consulado, foi nomeado pontífice no lugar de Marco Cornélio Cetego.[7]
Foi eleito cônsul em 195 a.C. com Catão, e recebeu a Itália como sua província.[7] No verão, continuou a guerra contra os boios da Gália Cisalpina e os derrotou, matando mais de 8 000 inimigos, cujo exército se dispersou. depois passou o resto de sua magistratura às margens do rio Pó, entre Placência e Cremona, restaurando o que havia sido destruído pela guerra.[8]
Flaco permaneceu no norte da Itália no ano seguinte como procônsul e, nos arredores de Mediolano (moderna Milão), lutou com sucesso contra gauleses, ínsubres e boios, que haviam cruzo o Pó liderados por seu novo comandante, Dorulaco: segundo Lívio, 10 000 foram mortos.[8][9][10][11]
Esteve na Batalha de Termópilas em 191 a.C., na qual Antíoco III foi derrotado. Em seguida, apesar de seu status consular, foi legado do cônsul Mânio Acílio Glabrião durante a Guerra Etólia. Com 2 000 soldados da infantaria romana, recebeu ordens de ocupar Rodúncia e Tiquiunte. Seus inimigos, por um erro, se aproximaram demais de seu acampamento e, ao perceberem, se puseram em fuga desordenada. Flaco os perseguiu e os trucidou.[12][13]
Como triúnviro em 190 a.C., fortaleceu as cidades de Placência e Cremona e, no ano seguinte, fundou a cidade de Bonônia (moderna Bolonha) como uma colônia romana. Seus companheiros eram Marco Atílio Serrano (pretor em 174 a.C.) e Lúcio Valério Tapão (pretor em 192 a.C.).[14]
Numa eleição bastante concorrida,[15] foi eleito censor com Catão em 184 a.C. e, no mesmo ano, foi nomeado príncipe do senado no lugar de Cipião Africano. Politicamente, foi um grande conservador e se uniu a Catão na defesa da tradição romana frente ao cada vez mais influente helenismo.[16][17] O mandato dos dois ficou conhecido pela severidade: Lúcio Quíncio Flaminino, o cônsul em 192 a.C., foi expulso do Senado Romano; Cipião Asiático, cônsul em 190 a.C., perdeu seu status equestre e os contratos públicos sofreram muitas restrições.[18]
Morreu como pontífice em 180 a.C. e foi sucedido por Quinto Fábio Labeão.[19]
com Marco Cláudio Marcelo
com Lúcio Valério Flaco
com Tibério Semprônio Longo