Nota: Este artigo é sobre o padre português. Se procura o médico e político brasileiro, veja
Luiz Caetano. Se procura o locutor de rádio português, veja
Luís Caetano.
Luís Caetano Lobo (Bardez, Goa, Índia Portuguesa, 24 de julho de 1816 - Arganil, 29 de novembro de 1890) foi um presbítero português da Igreja Católica, de origem goesa, mais conhecido pelo seu cargo enquanto Pároco de Arganil, tendo desempenhado funções de reitor e arcipreste. Também exerceu advocacia.[1]
Biografia
Caetano Lobo pertencia à alta aristocracia indiana: era de origem brâmane, no entanto a sua família havia-se convertido ao catolicismo. Filho de Manuel do Rosário Lobo e Ana Caetana Maria Mafalda Marques, tinha um irmão chamado Augusto César.[1]
Ainda em Goa, entra num seminário. Contudo, a família decide que o melhor seria ir estudar para Portugal, saindo do Oriente a 8 de dezembro de 1832. Nunca mais voltou à Índia.[1]
Em 1841, inicia o curso de Teologia e, simultaneamente, frequenta Direito, ambos na Universidade de Coimbra, alimentando o sonho de um dia ser professor naquela instituição. É ordenado sacerdote a 12 de setembro de 1845 e termina o curso de Direito em 1848.[2]
Em 25 de maio de 1851, obtém o grau de Doutor em Leis com apenas 35 anos. Mas Caetano Lobo, pertencente à alta aristocracia goesa de origem brâmane, viu-se afastado da possibilidade de lecionar Direito, provavelmente devido à sua origem.[1]
Mudou-se então para Arganil no ano de 1856/57, onde ocupou o lugar de reitor e arcipreste da Igreja Católica. Assim que chega, convida o Bispo de Coimbra a visitar a vila.[1][3]
Naquela vila beirã, concretiza o seu sonho de ensinar, não na universidade como ambicionava, mas junto da população maioritariamente analfabeta, onde poucos sabiam ler ou escrever. Caetano Lobo não se limitou a ensinar as primeiras letras, lecionando também disciplinas como Francês, Latim, Literatura e Lógica, preparando muitos dos seus alunos para o ensino superior. Mais tarde, propôs à Câmara Municipal de Arganil a construção de uma escola no Paço Pequeno, para melhorar a qualidade do ensino. Foi precursor do Método Português de Castilho, desenvolvido por António Feliciano de Castilho.[1]
Outra das suas paixões era a Música. Na altura, Arganil tinha duas Filarmónicas: a Música Nova e a Música Velha, resultantes da cisão da primeira Filarmónica criada pelo Padre Vasconcelos Delgado. Caetano Lobo assumiu a liderança da Filarmónica Música Nova, fundando posteriormente a Banda Recreativa Arganilense.[1][4][5]
Fundou aquilo que seria uma primeira espécie de hospital na vila, corria o ano de 1873, nas casas da hospedaria que se encontravam anexas à capela do Senhor da Agonia um incipiente estabelecimento assistencial regido pela comissão promotora do Hospital da Caridade.[6]
Entretanto, Caetano Lobo também exerceu como advogado de prestígio, acabando por adquirir uma casa na Portelinha, onde viveu com a sua família até à sua morte inesperada, a 29 de novembro de 1890.[1]
A 8 de setembro de 1990, a Câmara Municipal de Arganil iniciou as celebrações do centenário da morte de Luís Caetano Lobo, cujo nome está inscrito numa das principais artérias da cidade.[1]
Referências