A Liga Hanseática (em Alto alemão, die Hanse, que significa "banda" ou "tropa") foi uma aliança de cidades mercantis do Mar do Norte e do Mar Báltico — alemãs ou de influência alemã — que estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre quase todo norte da Europa e Báltico, em fins da Idade Média e começo da Idade Moderna (entre os séculos XII e XVII). Abrangeu cerca de 100 cidades, tendo Lubeque como centro. De início com caráter essencialmente econômico, desdobrou-se posteriormente numa aliança política.[1][2][3][4]
Do Norte da Europa era exportado peixe seco, trigo, madeira, ferro, cobre, sal, lã e peles. De volta eram trazidos tecidos, vinho, sal e especiarias. A rede comercial da Hansa abrangia o eixo Novgorod-Reval-Lübeck-Hamburgo-Bruges-Londres, e estava ligada às esferas comerciais de Veneza e de Génova, no Sul da Europa.
Os mercadores dessas cidades tentaram imediatamente comercializar com Gotlândia, visto que Henrique, o Leão havia feito paz em 1161. Estes mercadores, procedentes de Lubeca, das vilas vestfalianas e saxónicas elegiam quatro anciães (um por Visby, um por Lubeca, um por Soest e outro por Dortmund) que exerciam a justiça e representavam-nos no exterior. A actividade desses representantes estendeu-se rapidamente para além de Gotlândia, chegando até Novgorod — um verdadeiro ponto de encontro entre as civilizações orientais e ocidentais, onde criaram um estabelecimento próprio, o Peterhof. Estes mercadores penetraram também na Escandinávia (a feira de Escânia tornou-se num eixo central do comércio hanseático), na Inglaterra (onde eles foram oficialmente reunidos em 1281 numa única hansa da Alemanha) e nos Países Baixos (onde a condessa de Flandres, Margarida II, lhes concedeu privilégios fundamentais em 1252 e 1253).
É importante lembrar que foi nesta primeira associação embrionária que os privilégios e princípios fundamentais da Liga Hanseática foram aplicados.
Pode-se datar a passagem da Hansa dos mercadores a Hansa das cidades em 1280, quando uma operação contra Bruges foi organizada com o objetivo de proteger os privilégios adquiridos (seguida em 1284 do mesmo tipo de operação contra a Noruega).
A Hansa das cidades
Em 1141 ocorreu a associação — a Hansa Teutônica — entre as cidades de Hamburgo e Lubeque, que inspirou diversas outras associações de outras cidades. Essas associações eram destinadas à proteção dos comerciantes e a defender seus interesses.
A liga foi então dividida em 4 seções, presididas por Lubeque, Colônia, Brunswick e Danzig. A Hansetag (assembleia geral das cidades que se reunia a cada 3 anos, em Lubeque) tinha apenas um papel consultivo, dado que a aplicação de suas decisões era deixada a cargo de cada cidade (que devia contudo fornecer sua contribuição militar e financeira à Hansa). Conseguiu a Hansa vitórias importantes frente ao reino da Noruega, e a seguir contra o Reino da Dinamarca. Apesar disso permanece como uma associação política onde as cidades gozam de grande autonomia.
Esta estrutura seria desmontada pelo Tratado de Vestfália (1648), que define o conceito de Estado-nação. No século XVIII o governo hanseático subsiste apenas em Lubeque, Hamburgo e Bremen. Entretanto, ainda hoje as cidades livres de Hamburgo e Bremen referem-se a si mesmas como vilas hanseáticas.
↑«Hansan» (em sueco). Uppslagsverket Finland (Enciclopédia Finlândia). Consultado em 6 de março de 2016[ligação inativa]
↑Magnusson, Thomas; et al. (2004). «Hansan». Vad varje svensk bör veta (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. p. 27. 654 páginas. ISBN91-0-010680-1A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑ abMiranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Hansan». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 364. 1143 páginas. ISBN91-0-011462-6A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)