Nota: Este artigo é sobre as línguas eslavas em geral. Para a língua eslavônica específica, veja Antigo eslavo eclesiástico. Para a língua utilizada ainda hoje em ritos religiosos, veja Eslavo eclesiástico.
Segundo a tradição e os registros escritos, os textos eslavos mais antigos procedem do século IX d.C., quando os missionários cristãos São Cirilo e São Metódio, inventaram o alfabeto que leva o nome do primeiro (cirílico), para traduzir a Bíblia e partes da liturgia ortodoxa para a língua agora denominada eslavo eclesiástico.
Sem dúvida, isto não quer dizer que não haja relatos anteriores sobre os balto-eslávicos e sua língua, sendo os grupos étnicos sclavini, antes e veneti conhecidos já há vários séculos antes do século IX. Desde o século VI d.C. são conhecidas as incursões dos eslavos ao Império Bizantino, o que os levou aos Bálcãs e à Grécia. Os historiadores Procópio de Cesareia e Jordanes nos séculos VI e VII d.C. localizam as tribos eslavas dos sclavini e dos antes ao norte do rio Danúbio, numa faixa que se estende desde o alto Vístula até o Dniepere. Os veneti, conhecidos desde os séculos I e II d.C., não possuem uma localização precisa, mas esta mesma região não estaria longe de suas origens.
Tanto os linguistas quanto os arqueólogos concordam em afirmar que o período entre os séculos V e X d.C. é o da expansão dos eslavos e também o da existência de um protoeslavo comum para todos, produzindo-se como conseqüência dessa expansão geográfica o colapso do protoeslavo e a diversificação nas línguas eslavas atuais. A expansão setentrional e oriental (500-1000 d.C.) dará origem aos russos, bielorrussos e ucranianos. A expansão meridional, cruzando o Danúbio até o Império Bizantino, é a base para búlgaros, macedônios, sérvios, croatas e eslovenos. No oeste, emergem os poloneses, tchecos e eslovacos.
Essa grande diversificação da língua comum eslava ocorre no mesmo período em que o latim se desintegra nas línguas romances, mas sob circunstâncias diferentes. A evidência linguística demonstra que antes do colapso do protoeslavo, os eslavos estavam submetidos a fortes influências linguísticas sobretudo no que se refere a palavras provenientes do germânico (gótico) e do iraniano (sármata). Dos sármatas (ou citas) os eslavos derivam para o protoeslavo palavras para “deus”, “santo” e “paraíso”; inclusive os nomes dos grandes rios da estepe europeia (Don, Dnieper e Dniester), são de origem iraniana.
As línguas eslavas estão estreitamente relacionadas com o grupo báltico (lituano, letão e o extinto antigo prussiano), mas também compartilham certas inovações linguísticas com outros grupos de línguas indo-europeias, como o iraniano e o armênio.
Escrita
O alfabeto usado para escrever em algumas línguas balto-eslávicas, (Polônia, Eslovênia, Croácia etc., usam o alfabeto latino) está baseado no alfabeto cuja criação se atribui aos irmãos Cirilo e Metódio, missionários gregos do século IV aos eslavos. É o alfabeto cirílico. Os outros povos eslavos, com influência católica, usam o alfabeto romano. Muitas letras do alfabeto cirílico derivam do alfabeto grego e as letras que foram utilizadas para expressar sons que não possuíam equivalente grego foram tomadas do alfabeto hebreu e do alfabeto siríaco.
Outras línguas que usam o alfabeto cirílico são a mongol (apenas na República da Mongólia, porque na Mongólia Interior, que faz parte do território chinês, usa-se o antigo alfabeto mongol para a língua, alfabeto este que tem se tentado ressuscitar também na República da Mongólia), a uzbeque, a cazaque e outras línguas minoritárias pertencentes à região da antiga União Soviética. Não obstante, algumas ex-repúblicas soviéticas estão trocando seus sistemas de escrita do cirílico para o árabe ou o latino.
Referências
↑Gerd Hentschel. «Schlesisch»(PDF) (em alemão). Consultado em 7 de janeiro de 2013
↑Weber, Matthias (2001). Deutschlands Osten--Polens Westen. Vergleichende Studien zur geschichtlichen Landeskunde (em alemão). Universidade de Michigan: P. Lang. 389 páginas. ISBN3631376480|acessodata= requer |url= (ajuda)
↑Encyclopædia Britannica. «Silesian» (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2013
↑Dušan Šlosar. «Tschechisch»(PDF) (em alemão). Consultado em 7 de janeiro de 2013