José Álvaro Morais (Coimbra, 2 de Setembro de 1943 — Lisboa, 30 de Janeiro de 2004) foi um cineastaportuguês que, desde a sua primeira obra, se manteve fiel ao retrato: um retrato de gente presa na paisagem. Retrato de «um país que agarra as pessoas com tanta força ao mesmo tempo que lhes dá vontade de fugir». No momento em que começava a adquirir visibilidade internacional, uma morte precoce interrompe-lhe a carreira.[1]
Iniciou a sua carreira com a produção de duas curtas-metragens, Belgica - The Upper Room e El dia que me Quieras, que se estrearam em Bruxelas em 1972.[2]
Em 1987, realizou a longa metragem O Bobo, inspirado na adaptação teatral de uma obra de Alexandre Herculano, e protagonizado por Paula Guedes e Luís Miguel Cintra.[2] O filme foi apresentado no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde foi premiado com um Leopardo de Ouro, embora só tenha sido lançado de forma comercial em Portugal em 1991.[2]
José Álvaro de Morais não foi capaz de realizar alguns dos seus filmes planeados, como A Corte do Norte e o Teatro da Cornucópia - a Louca Jornada, este último devido a problemas financeiros.[2]
Morte
José Álvaro de Morais morreu de forma repentina na cidade de Lisboa, em 30 de Janeiro de 2004.[2]
Homenagens
Ainda em vida, o recém refundado Cineclube de Coimbra, por Emanuel Agarez e Vanda Vaz, dedicou-lhe a primeira retrospetiva da sua obra completa conhecida até então e por revelar ainda, em 1995, intitulada Acção José Álvaro de Morais, organizada nos Cinemas Avenida da mesma cidade, propriedade do produtor Paulo Branco à época a quem foi proposta a homenagem, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e na RTP com a estreia mundial de Margem Sul, produzida por Joaquim Pinto, especialmente programada a propósito da retrospetiva em Coimbra e exibida naquela ocasião no 2º canal da emissora, com ampla repercussão a nível nacional mormente pela comunicação social e no meio cinematográfico nacional. Contou com a presença, em Coimbra, do homenageado que, a convite da direção do Cineclube, apresentou presencialmente as sessões com lotação esgotada. António Loja Neves, no semanário Expresso, conferiu especial destaque à iniciativa dado o caráter inédito da mesma no panorama de então na promoção do cinema português.[1]
Foi homenageado no âmbito do programa cultural Faro - Capital da Cultura 2004, e em Agosto de 2005 foram expostas algumas das suas principais obras no Teatro Municipal de Faro e nos cinemas do Fórum Algarve.[2]