José María Dionisio Melo y Ortiz (Chaparral, 9 de outubro de 1800 – La Trinitaria, 1 de junho de 1860) foi um político colombiano.[1] Ocupou o cargo de presidente de seu país entre 17 de abril de 1854 e 4 de dezembro de 1854.[2][3][4]
Bolivariano
Melo era de ascendencia indígena. Ingressou no Exercito Libertador em 1819; participou na Batalha de Ayacucho. Em 1830 com outros militares partidarios de Bolívar foi deportado a Venezuela.[5] Em 1835 participou com vários oficiales venezuelanos na Revolução das Reformas, para exigir a reconstituição da Grã-Colômbia. Desterrado novamente, este na Europa e estudou na Academia Militar de Bremen. Se interessou pelas ideias socialistas. Retornou à Nova Granada em 1840 pela amnistia aos oficiais bolivarianos. Em 27 de maio de 1847 foi reincorporado ao Novo Exército de Granada novamente no posto de Coronel.[4]
Sociedades Democráticas
Participou da fundação das Sociedades Democráticas organizadas pelos artesãos e por intelectuais socialistas influenciados por Saint-Simon e Fourier e Louis Blanc, opostas al Tratado de Paz, Amizade, Navegação e Comércio com os Estados Unidos, assinado e aprovado durante o governo de Tomás Cipriano de Mosquera, e que apoiaram em 1849 a candidatura presidencial de José Hilario López, que foi eleito presidente.[6][7]
Debido a abolição da escravidão pela lei em 1851, os escravistas e conservadores dirigidos por Julio Arboleda declararam a guerra civil. López chamou Melo, e o promoveu a general, encontrando grande aceitação nas tropas, organizou com os artesãos três mil voluntários das Milícias Democráticas para fortalecer a Guarda Nacional e conseguiu derrotar os rebeldes da Guasca,[8] em quanto as tropas de José María Obando os derrotou em Pasto,[9] com ainda das milicias dos artesãos de Cali.[10]
As Sociedades Democráticas apoiaram a candidatura de Obando à presidencia e também venceu, mas seus opositores liberais "gólgotas"e conservadores conseguiram maioria no Congresso e bloquearam o governo. Em janeiro de 1854 os artesãos conformaram a Junta Democrático Central, presidida por Francisco Antonio Obregón,[11] e da que era integrante Melo, para coordenar a mobilização de todas as Sociedades Democráticas do país..[12] Apresentaram em março um projeto de lei para a criação de um banco Nacional de promoção da indústria, para a criação de uma Oficina Nacional e para proteger o trabalho dos artesõ
ãos, mas não foi aprovado.
Guerra civil de 1854
Em 17 de abril de 1854, os artesãos mobilizados e organizados em milícias exigiam que Obando fechasse o Congresso, diante do comportamento dos deputados, e convocasse uma Assembleia Constituinte. Obando preferiu renunciar, porem as Sociedades Democráticas nomearam a Melo, que era comandante das Forças Armadas de Cundinamarca e integrante da Junta Central Democrática, como presidente e como jefe supremo do Governo Provisorio, encarregado de convocar a Constituinte.
O Governo Provisorio, impulsionado pelas demandas dos artesãos, conseguiu permanecer no poder entre 17 de abril e 4 de dezembro de 1854. Com a ajuda das Sociedades Democráticas, organizou suas forças no chamado "Exército Regenerador", convocando serviço a todos os civis integrantes da Guarda Nacional Auxiliar e aos veteranos que lutaram na guerra civil de 1851. Em meados de maio já havia dobrado o número de suas tropas.[13] No entanto, Tomás Cipriano de Mosquera organizou, financiou e dirigiu o exército do Norte contra Melo que marchou desde Barranquilla. José Hilario López comandou o exército do sul, que derrotou os artesãos em Cali e viajou de Cauca, e Huila, e Joaquín París Ricaurte comandou a divisão Alta Magdalena que com tropas de Antioqueña cruzou o rio Magdalena por Honda (Tolima) e se juntou às tropas de Julio Arboleda, que ocupavam a região de Guaduas. Os três exércitos se juntaram vencedores em Bogotá.
Em Centroamérica e México
Melo foi desterrado a Panamá, mas viajou a Nicarágua a apoiar as tropas Centroamericanas contra a invasão estadounidense. Depois de trabalhar em El Salvador, decidiu ir como voluntário à Guerra da Reforma no México, onde lutou em defesa do governo de Benito Juárez. Em 1 de junho de 1860, quando um destacamento juarista repousava na fazenda Juncaná, em Chiapas, foi surpreendido e atacado, resultando ferido. Foi fusilado.[4][5][14]
Referências
- ↑ Ortiz Vidales, Darío 1980: José María Melo: la razón de un rebelde. Tercera Edición, Editorial Producciones Géminis, Ibagué, 2002
- ↑ Lucía Sala de Touron, "Democracia en America Latina: liberales, radicales y artesanos a mediados del siglo XIX," Secuencia 61(2005), 63
- ↑ Vargas Martínez, Gustavo 1972: Colombia 1854: Melo, los Artesanos y el Socialismo. Editorial Oveja Negra. Bogotá
- ↑ a b c Melo Salazar, Antonio (2020) «José María Dionisio Melo y Ortiz Una lucha que trasciende épocas».
Tolimenses que dejan huella 6: 13-33. Universidad de Ibagué.
- ↑ a b Tinjacá, Pedro Pablo. «El general José María Dionisio Melo y Ortiz». Academia Huilense de Historia. Consultado em 30 de novembro de 2021
- ↑ Sowell, David (1999). «La Sociedad Democrática de Artesanos de Bogotá, 1847- 1854». In: Germán Mejía. Colombia en el siglo XIX. Bogotá: Planeta. pp. 189 a 216
- ↑ Jaramillo Uribe, Jaime (1976). «Las sociedades democráticas de artesanos y la coyuntura política y social colombiana de 1848». Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura 8: 5-18.
- ↑ Gaviria Liévano, Enrique (2002). El liberalismo y la insurrección de los artesanos contra el librecambio. Bogotá: Universidad Jorge Tadeo Lozano. p. 164-165. ISBN 958-9029-49-3
- ↑ Loaiza Cano, Gilberto (2011). Sociabilidad, religión y política en la definición de la nación Colombia, 1820-1886. Bogotá: Universidad Externado de Colombia
- ↑ Jurado Jurado, Juan Carlos (2011). «La participación del pueblo liberal en la guerra civil de 1851: La ciudadanía en armas». Análisis Político. 24 (71). Bogotá: Instituto de Estudios Políticos y Relaciones Internacionales (IEPRI), Universidad Nacional de Colombia. pp. 3–28. ISSN 0121-4705
- ↑ «Francisco Antonio Obregón Muñoz». Gran Enciclopedia de Colombia del Círculo de Lectores. Consultado em 23 de novembro de 2021
- ↑ Fals Borda, Orlando (1981). «Con el general Melo. La contrarrevolución». Historia doble de la Costa. II El presidente Nieto. Bogotá: Valencia Editores. pp. 117A–119A. ISBN 84-8277-032-2
- ↑ Restrepo, José Manuel (1954) Diario político y militar Bogotá: Imprenta Nacional, páginas: 391, 394.
- ↑ Vargas Martínez, Gustavo (1991). «El asesinato de José María Melo en 1860». Credencial Historia. 14