Primeiro número do Jornal de Notícias (2 de Junho de 1888).
Fundação
O Jornal de Notícias foi fundado por José Diogo Arroio (o seu primeiro director), Manuel Vaz de Miranda e Aníbal da Costa Morais, tendo a sua edição inaugural (de 4 páginas e tiragem de 7500 exemplares) sido posta à venda no dia 2 de junho de 1888, por 10 réis.[2] Os membros fundadores eram figuras do Partido Regenerador, sendo este um periódico monárquico que se afirmava como um jornal preponderantemente noticioso e objectivo, apesar dos constantes ataques contra o governo progressista. Publicava notícias nacionais e internacionais, com uma página de anúncios publicitários.[3][4][5]
Em março de 1890 aumenta a sua tiragem de 12 500 para 16 000 exemplares, com o objectivo de apoiar os regeneradores, e em particular João Marcelino Arroio, na campanha das eleições legislativas. Em 1907 tinha já uma tiragem de 42 000 exemplares e era o jornal de maior circulação no norte do país. Também neste ano, o jornal abandona a linha editorial monárquica que tinha até então e adopta uma vertente republicana, em defesa dos interesses do Norte, e introduz um estilo mais acessível ao grande público, por oposição a elites políticas, sociais e intelectuais.[3][5]
Em 1911 a redacção muda-se da Rua de D. Pedro para a Rua Elias Garcia, e em 1926 instala-se na Avenida dos Aliados, onde se vai manter até 1970, quando se desloca para o emblemático edifício da Rua Gonçalo Cristóvão.[4]
Estado Novo
Durante a ditadura do Estado Novo, foi controlado indirectamente pelo governo, ao ser propriedade da Empresa Nacional de Publicidade(ENP), detida pela Caixa Geral de Depósitos, entre outras empresas.[6] Nesta altura distancia-se da política e é considerado pelo governo um órgão de oposição ao regime.[5]
Nos anos 50 dedica-se a chegar a mais leitores na área do Grande Porto, bem como no Norte Litoral e interior. De 1961 a 1974 atravessa um período de grande expansão, e torna-se o jornal mais lido no Porto.
Pós-25 de Abril
A sua expansão continua a seguir à Revolução do 25 de Abril. Tem uma tiragem média de 41 mil exemplares,[7] o que o coloca em 2.º lugar entre os jornais diários de informação geral em Portugal.
A 29 de Junho de 1976, já após a Revolução dos Cravos, a ENP é nacionalizada e a Empresa do Jornal de Notícias foi integrada, indiretamente, na Empresa Pública dos Jornais Notícias e Capital, em conjunto com o matutino Diário de Notícias e o vespertino A Capital , lisboetas.[8] Em 1978 é o jornal de maior difusão no país, e em 1978 é restituído à empresa proprietária.[4][5]
A 4 de Outubro de 1989 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Mérito.[9]
Entrada do edifício do JN na Rua Gonçalo Cristóvão, no Porto.
A Empresa do Jornal de Notícias foi reprivatizada em 1990 através de uma OPV em bolsa, tendo a maioria do capital ficado nas mãos do grupo Lusomundo, que venceu uma cooperativa de trabalhadores do jornal na luta pelo controlo da publicação.[10][11] Em 2002 o seu controlo passa para a Portugal Telecom, e em 2005 para a Controlinveste, actualmente Global Media Group, que é detém actualmente o jornal, bem como o Diário de Notícias, a rádio TSF e o jornal O Jogo, entre outros títulos.[5][12]
Presença online
A 26 de julho de 1995, o JN anuncia na sua edição impressa a criação da sua página electrónica, sendo o primeiro diário português a fazer publicação online.[4]
Em setembro de 2020, o Global Media chegou a acordo com o Grupo Bel, do empresário Marco Galinha, para a sua entrada como acionista da empresa. O grupo Bel foi fundado em 2001 por Marco Galinha e tem atividades em vários setores, entre os quais máquinas de vending (máquinas de venda automática) e aeronáutica, e entrou nos media em 2018, através do Jornal Económico. O empresário, natural de Rio Maior, é presidente executivo e presidente do conselho de administração do Grupo Bel, que fundou em 2001. Em fevereiro de 2021, Marco Galinha foi eleito presidente do Conselho de Administração da Global Media Group.[15]