João Galeácio Visconti (em italiano Gian Galeazzo Visconti; Pavia, 16 de outubro de 1351 — Melegnano, 3 de setembro de 1402), filho de Galeácio II Visconti e Bianca de Saboia, foi o primeiro duque de Milão de 1395[1] até sua morte, além de ter governado a cidade no final do período medieval, pouco antes do amanhecer do Renascimento. Foi o grande patrono fundador do Mosteiro de Pavia, completou o Castelo Visconti em Pavia iniciado por seu pai e promoveu trabalhos sobre o Dumo de Milão.
Durante seu mecenato do Castelo Visconti, contribuiu muito para o crescimento da coleção de tratados científicos e manuscritos ricamente iluminados na Biblioteca Visconti.[2]
Embora mais famoso como Signore (Senhor) de Milão, João Galeácio era filho de Galeácio Visconti II que possuía o Senhorio da cidade de Pavia. Em 1385 ganhou o controle de Milão por derrubar seu tio Barnabé por meios traiçoeiros. Ele aprisionou seu tio, que logo morreu, supostamente envenenado após suas ordens.[3]
Seu primeiro casamento foi com Isabel de Frnaça, que lhe trouxe o título de Conde de Vertus em Champanhe, rendido em italiano como Conte di virtù, título pelo qual era conhecido em seu início de carreira.[4] Pai dedicado à sua filha Valentina (esposa de Luís, Duque de Orleães e mãe do famoso poeta, Carlos de Orleães), reagiu contra fofocas sobre sua filha na corte francesa, ameaçando declarar guerra à França. A esposa do rei Carlos VI de França era Isabel da Baviera, a neta de Barnabé Visconti, e, portanto, uma rival amarga de Valentina e seu pai João Galeácio Visconti. Depois de sua esposa Isabel morrer de parto em 1373, se casou com outra mulher, em 2 de outubro de 1380, sua prima em primeiro grau Catarina Visconti, filha de Barnabé; Com ela teve dois filhos, João Maria e Filipe Maria.
Seu papel como estadista também tomou outras formas. Logo após apreender Milão tomou Verona, Vicenza e Pádua, estabelecendo-se como senhor de cada um, e logo controlando quase todo o vale do Pó, incluindo Placência, onde em 1393 deu o poder feudal à família Confalonieri nas terras que já tinham nos vales em torno da província de Placência. Perdeu Pádua em 1390, quando este foi revertido para Francisco Novello de Carrara. Recebeu o título de duque de Milão por Venceslau, Rei dos Romanos em 1395 por 100 mil florins.
Em 1400, João Galeácio designou uma série de funcionários e departamentos encarregados de melhorar a saúde pública. Pelo novo sistema de administração e contabilidade esta estabelecido, é creditado por criar a primeira burocracia moderna.[5]
Tinha o sonhos de unir todo o norte da Itália em um reino, um império Lombardo revivido. Os obstáculos ao seu sucesso incluíam Bolonha e especialmente Florença. Em 1402, lançou ataques sobre estas cidades. A guerra foi extremamente custosa em ambos os lados, mas universalmente acreditava-se que os milaneses sairiam vitoriosos. Os líderes de Florença, especialmente o chanceler Coluccio Salutati trabalhou com sucesso para reunir o povo de Florença, mas os florentinos estavam sendo pesadamente tributados pela fome, doenças e pobreza. Galeácio venceu mais uma vitória sobre os bolonheses na Batalha de Casalecchio em 26 de junho de 1402.
No entanto seus sonhos foram frustrados, já que sucumbiu a uma febre no Castelo de Melegnano em 10 de agosto de 1402. Morreu no dia 3 de setembro. Seu império fragmentou já que lutas internas entre os seus sucessores destruíram Milão, em parte através da divisão de suas terras entre ambos os herdeiros legítimos e ilegítimos.[6]
João Galeácio gastou 300 000 florins de ouro na tentativa de se desviar dos seus cursos no Míncio de Mântua e o rio Brenta de Pádua, a fim de tornar essas cidades indefesas diante da força de seus exércitos. Sua biblioteca, abrigada na mais grandiosa morada principesca na Itália, o Castelo em Pavia, e sua rica coleção de manuscritos, muitos deles os frutos de suas conquistas, eram famosos.