Januário Maria Imaculada Luís de Bourbon-Duas Sicílias (em italiano: Gennaro Maria Immacolata Luigi; Caserta, 28 de fevereiro de 1857 – Albano Laziale, 13 de agosto de 1867),[2][3][nota 1] foi um Príncipe das Duas Sicílias, Conde de Caltagirone, foi o décimo segundo e último filho do rei Fernando II das Duas Sicílias e de sua segunda esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.[5]
Januário nasceu no Palácio Real de Caserta, filho de Fernando II, penúltimo rei das Duas Sicílias, e de sua segunda esposa, a arquiduquesa Maria Teresa Isabel da Áustria. Aproveitando a data festiva, ele baixou um decreto que anistiava todos os presos políticos julgados ou em julgamento, restabelecia a suspensa Constituição de 1848, nomeava seu filho mais velho, o duque da Calábria, para o posto de major-general do reino e comunicava a reabertura do parlamento.[6][7] Em homenagem ao título recebido (Conde de Caltagirone), a comuna siciliana de mesmo nome presenteou o pequeno príncipe com uma relíquia de Santiago Maior, padroeiro da região.[7]
Fernando II era um exemplo de pai amoroso e atencioso e era comum cercar-se dos filhos em jogos e brincadeiras mesmo quando despachava em seu gabinete ou recebia embaixadores e políticos.[8] Embora contasse apenas 47 anos à época do nascimento de Januário, o rei já tinha a aparência de um homem de 60 e sua doença impediu que desse ao filho mais novo a atenção que dispensou aos demais.[9] Sua mãe não era popular na corte, onde tinha a fama de ser grosseira e arrogante, mas consta que era terna e protetora para com sua prole.[10]
O jovem príncipe não teve oportunidade de crescer na opulência da corte napolitana. Em 1860, já sob o reinado de seu irmão, o rei Francisco II, Nápoles foi invadida pela Expedição dos Mil de Giuseppe Garibaldi.[11] A família real fugiu para Gaeta, onde as tropas leais a Francisco II resistiram durante três meses às forças garibaldinas.[12] Finalmente derrotados e despojados de suas propriedades e riquezas, os Bourbons foram acolhidos pelo Papa Pio IX e passaram a residir no Palácio do Quirinal, em Roma.[13]
Em 1867, uma epidemia de cólera atingiu a cidade de Albano Laziale, nas Colinas Albanas, onde a rainha-mãe Maria Teresa costumava passar o verão.[14] Apesar dos esforços para preservar seus filhos da epidemia, Maria Luísa e Januário acabaram por contrair a doença.[10][15] Maria Teresa também contaminou-se durante o tratamento dos pequenos príncipes, morrendo no dia 8 de agosto de 1867.[10][16] Januário morreu cinco dias depois da mãe, em 13 de agosto.[15] Seu corpo foi inicialmente sepultado na Igreja de Santa Maria della Stella, em Albano Laziale. Posteriormente, em 1962, seus restos mortais foram transferidos para a cripta real da Basílica de Santa Clara, em Nápoles.[15][1]