Estaleiros da Ilha de Itaparica eram também empório de construções navais da colônia: ali se armou a primeira quilha da Marinha de Guerra do Brasil. Nesta época, também existiam cinco destilarias de aguardente, além das fábricas de cal (nove, em meados do século XIX). Porém, a maior atividade econômica da ilha foi a pesca da baleia, sobretudo durante os séculos XVII e XVIII. Por este fato, antes de chamar-se Itaparica, era conhecida como Arraial da Ponta das Baleias.[carece de fontes?]
O historiador Ubaldo Osório Pimentel, autor de A Ilha de Itaparica: história e tradição, citou que o cacique Taparica residia e dominava toda a ilha, sendo esse pai de Catarina Paraguaçu e a origem do nome dela.[6]Santa Rita Durão, em seu poema épico Caramuru, reforçou tal hipótese quando escreveu: "De Taparica um príncipe possante que domina e dá nome à fértil ilha“.
A ocupação europeia deu-se a partir de um pequeno núcleo de povoamento fundado por jesuítas na contra-costa em 1560, onde hoje se localiza a vila de Baiacu – então denominada Vila do Senhor da Vera Cruz. Nesse período, foi nela iniciada a plantação de cana-de-açúcar, assim como a cultura do trigo, tendo recebido os primeiros exemplares de gado bovino da região. Foi ainda em Baiacu que aqueles religiosos fizeram erguer a primeira obra de engenharia hidráulica da colônia: uma barragem para o suprimento de água potável e para os serviços da povoação.[carece de fontes?]
A riqueza gerada nesse curto espaço de tempo levou a que corsáriosingleses atacassem a ilha já em 1597. Entre os anos de 1600 e 1647, foi invadida pelos holandeses. Durante a última destas invasões, os holandeses chegaram a construir um forte na cidade de Itaparica denominado Forte de São Lourenço.[carece de fontes?]
Itaparica foi palco de batalha durante as lutas de Independência da Bahia, entre 1821 e 1823, com ênfase na Batalha de Itaparica que aconteceu em mar e terra durante os dias 7, 8 e 9 de janeiro de 1823. A vitória dos itaparicanos concedeu à ilha o título de "Denodada Vila de Itaparica".[8]
Foi em Itaparica que se assentou a primeira máquina a vapor em terras brasileiras, no ano de 1815 no engenho de Ingá-Açu.[9]
A ilha foi emancipada de Salvador e elevada à categoria de vila com a denominação de Denodada Vila de Itaparica, por decreto imperial de 25 de outubro de 1831,[10] com sede na antiga povoação do Santíssimo Sacramento de Itaparica. A câmera da vila foi instalada no Solar Tenente João das Botas, em 4 de agosto de 1833.[11] Foi elevada à condição de cidade, durante o governo de Virgílio Damásio com a denominação de Itaparica, por ato de 31 de outubro de 1890. Posteriormente, em julho de 1962 o município foi desmembrado em três: Itaparica, Vera Cruz e Salinas da Margarida.[12]
A costa, em grande extensão, é cercada por recifes de corais, denominados "Recifes das Pinaúnas", que se prolongam de Bom Despacho até a Cacha Pregos. Foi constituída, através do Decreto-lei 467, de 20 de outubro de 1997, a Área de Preservação Ambiental Pinaúnas. Além da importância histórica e singularidade geográfica, a Ilha de Itaparica possui um conjunto histórico e arquitetônico dos mais aprazíveis, praias de águas mornas, folclore diversificado, artesanato próprio e culinária das mais apreciadas em todo o Brasil.[carece de fontes?]
Entre a sede do município de Itaparica e a praia de Cacha-Pregos, pontos extremos da costa da ilha, existem praias protegidas por uma linha de recifes lhe serve de quebra-mar, diminuindo a força das ondas e formando um viveiro natural de polvos, lagostas e outros mariscos. A maioria destas praias tem águas rasas, mansas e mornas.[carece de fontes?]
Representações culturais
A ilha ganhou soneto do poeta Gregório de Matos em uma reverência a suas belezas naturais.[13]
Na "ilha" — como é simplesmente chamada pelos moradores de Salvador — nasceu e morou, durante muitos anos, o escritor João Ubaldo Ribeiro. Sua principal obra, Viva o Povo Brasileiro, é ambientada em Itaparica, desde os tempos em que era habitada pelos indígenas, passando por sucessivas gerações.[16][17]