Humor negro, comédia negra ou humor ácido é um subgênero da comédia utilizado para fazer graça com situações trágicas ou desagradáveis, usando temas mórbidos, sérios ou tabus com o intuito principal de produzir humor.[1][2][3][4] Ele também pode ser empregado para chocar, causar desconforto e provocar reflexões sérias sobre questões que normalmente são difíceis de abordar. Entre os temas retratados pelo humor negro estão: morte, discriminação, doenças, estupro, guerras, tragédias, tortura entre outros.[5][6]
O termo foi cunhado em 1935 por André Breton, teorista do surrealismo, para se referir à obra de Jonathan Swift (considerado por Breton como sendo o precursor do estilo). No entanto, críticos literários identificam a presença do humor negro em obras ainda mais antigas, como nas de Aristófanes.[7]
Etimologia
O termo humor negro (do francês humour noir) foi criado pelo teórico surrealista francês André Breton em 1935, enquanto interpretava os escritos de Jonathan Swift.[8][9] A intenção de Breton era identificar alguns escritos de Swift como um subgênero de comédia e sátira,[10] no qual o riso é obtido através do cinismo e do ceticismo,[8] frequentemente usando temas como a morte.[11][12]
Breton cunhou o termo no seu livro de 1940 Antologia de Humor Negro (Anthologie de l'humour noir), no qual ele creditou Jonathan Swift como o precursor do humor negro, ou também gallows humor ("humor de forca", em tradução livre, do inglês), citando algumas obras do autor irlandês nas quais ele encontra características como usar a comédia para zombar de personagens feitos de vítimas.[9]
Atualmente, no Brasil, o termo humor negro tem sido controversamente considerado racista por grupos de ativismo identitário, junto a outras palavras e expressões idiomáticas, tendo esses grupos sugerido trocar o termo por humor ácido.[13]
Há diversos grupos musicais que se baseiam no humor negro para criar suas letras, os quais por vezes acabam tornando-se fenômenos na rede, onde há menos bloqueio da mídia. Como exemplos, no Brasil, pode-se citar o cantor Rogério Skylab, que aborda temas abertamente tidos como anti-higiênicos ou anti-éticos, em geral,[25][26] e a U.D.R., uma dupla de Belo Horizonte, que aborda temas como anticristianismo, homoerotismo, sadomasoquismo e abuso de drogas.[27]
↑Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda (1999). Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira. p. 1065. ISBN85-209-1010-6
At least, Swift's text is preserved, and so is a prefatory note by the French writer André Breton, which emphasizes Swift's importance as the originator of black humor, of laughter that arises from cynicism and scepticism.
↑Rowe, W. Woodin (1974). «Observations on Black Humor in Gogol' and Nabokov». The Slavic and East European Journal. 18 (4): 392–399. JSTOR306869. doi:10.2307/306869
↑Leite, Thiago Ribeiro de Magalhães (2016). Nietzsche e o riso(PDF). teses.usp.br (Dissertação). São Paulo: USP. 205 páginas. Consultado em 27 de julho de 2024