O domínio territorial de Alto Carabaque (atual Artsaque) é ainda hoje disputado entre a Arménia e o Azerbaijão. Chamado Artsaque (em armênio: Արցախ) pelos arménios, a sua história cobre vários séculos, durante os quais esteve sob controlo de diversos impérios, contudo, o debate foca-se sobretudo no período posterior ao fim da Primeira Guerra Mundial. Pouco após a capitulação do Império Otomano, o Império Russo colapsou em Novembro de 1917 passando para o controlo dos bolcheviques. As três nações do Cáucaso, Arménia, Azerbaijão e Geórgia, anteriormente sob controlo russo, declararam a sua independência formando a Federação Transcaucasiana que se dissolveu após três curtos meses de existência.[1] Atualmente, a maior parte dessa área está sob o controle de fato da República de Artsaque, que tem apoio econômico, político e militar da República da Armênia, mas a região é de jure reconhecida como parte do Azerbaijão. O status final da região ainda é assunto de negociações entre a Armênia e o Azerbaijão. Este artigo abrange a história da região desde o período antigo até o moderno.
Os confrontos entre a República Democrática da Arménia e a República Democrática do Azerbaijão estalaram de imediato, em três regiões específicas: Naquichevão, Zangezur (hoje a província arménia de Siunique) e Karabakh. A Arménia e o Azerbaijão defendiam diferentes limitações fronteiriças nestas três províncias. Os arménios de Karabakh tentaram declarar a independência mas não conseguiram estabelecer contacto com a República da Arménia.[1] Após a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, tropas britânicas ocuparam a Transcaucásia em 1919, tendo o comando britânico nomeado provisoriamente Khosrov bey Sultanov (apontado pelo governo azeri) como governador-geral de Karabakh e Zangezur, enquanto se aguardava que a decisão final emanasse da Conferência de Paz de Paris.[2]
Os académicos arménios e azeris especulam que esta decisão resultou de a Rússia aplicar o princípio de "dividir para conquistar".[1] O que se pode observar, por exemplo, se se atender à estranha colocação do exclave de Naquichevão, que é parte do Azerbaijão embora esteja deste separado pela Arménia. Outros têm argumentado que esta decisão foi um gesto de boa-vontade do governo soviético para manter "boas relações com a Turquia de Atatürk."[6] A Arménia sempre se recusou a reconhecer esta decisão e continuou a protestar a sua legalidade nas décadas seguintes enquanto esteve sob domínio soviético.[7]
Referências
↑ abcdde Waal, Thomas (2003). Black Garden: Armenia and Azerbaijan Through Peace and War. Nova Iorque: New York University Press. ISBN0-8147-1945-7
↑Karagiannis, Emmanuel. (2002). Energy and Security in the Caucasus. Londres: RoutledgeCurzon. pp. 36, 40. ISBN0-7007-1481-2
↑Bradshaw, Michael J; George W. White (2004). Contemporary World Regional Geography: Global Connections, Local Voices. Nova Iorque: Mcgraw-Hill. 164 páginas. ISBN0-0725-4975-0A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑Yamskov, A. N. "Ethnic Conflict in the Transcausasus: The Case of Nagorno-Karabakh". Theory and Society, Vol. 20, No. 5, Special Issue on Ethnic Conflict in the Soviet Union October 1991, 659. Acedido a 13 de Fevereiro de 2007.
↑Weisbrode, Kenneth (2001). Central Eurasia - Prize or Quicksand?: Contending Views of Instability in Karabakh, Ferghana, and Afghanistan. Oxford: Oxford University Press. 27 páginas. ISBN0-1985-1070-5
↑Croissant, Michael P. (1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications. London: Praeger. ISBN0-275-96241-5