Fundada como uma pequena loja de atacado de tecidos no dia 26 de junho de 1986, em Brusque, o nome Havan é a junção das sílabas iniciais dos nomes dos dois sócios-fundadores da empresa: Luciano Hang e Vanderlei de Limas.[6]
Em 1989, foi construída uma sede própria, já no atual endereço, na Rodovia Antonio Heil, no centro de Brusque. As instalações passaram por várias expansões ao longo dos anos, até chegar à estrutura atual, de 30 mil metros quadrados de área de vendas. Em uma destas ampliações, foi adotada a fachada estilizada da Casa Branca – sede do governo americano – que caracteriza os projetos arquitetônicos da Havan. Outro elemento incorporado ao conceito Havan foi a construção da réplica da Estátua da Liberdade.
No início dos anos 1990, a Havan passou a importar tecidos e artigos de baixo valor agregado, para atender ao varejo em todo o Brasil. Em 1999, foram criadas duas filiais em Curitiba. A desvalorização cambial fez a Havan definir um novo rumo, passando a atuar no segmento de lojas de departamentos. Novas filiais foram abertas em Florianópolis, Criciúma, Joinville e Balneário Camboriú.
Expansão
Em 2005, foi inaugurada a filial da Havan em Blumenau, instalada no Shopping Neumarkt. Em 2007, foram instaladas as filiais de Chapecó e de Jaraguá do Sul,[7] com a presença do então prefeito Moacir Bertoldi na cerimônia de inauguração.[8] Recentemente foi inaugurada uma nova unidade na cidade de Anápolis, sendo a única do estado de Goiás.
Em 2008, Luciano Hang assinou um contrato de locação do antigo Castelinho da Moellmann,[9] em Blumenau, um dos mais conhecidos cartões postais de Santa Catarina. Com a restauração da edificação histórica, a Havan implantou, no local, a primeira loja temática da rede. Em junho do mesmo ano, foi inaugurada a filial no Centro de Lages.[10][11] Em novembro, a Havan abriu loja em Cascavel, no Paraná.[12]
A Havan é patrocinadora do Brusque Futebol Clube, clube que já havia sido patrocinado pela empresa entre 1997 e 2001.[20]
eSports
Em junho de 2018, a Havan anunciou a criação de sua equipe de eSports, em setembro abriu as portas oficialmente, anunciando a abertura da Havan Liberty Gaming, hoje Liberty Esports, que participou da edição do Circuito Desafiante.[21] Hoje faz possui uma vaga fixa no sistema de franquias do CBLOL e no CBLOL Academy.
Controvérsias
Acusações de coação de funcionários
Em 22 de novembro de 2018, o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT- SC) entrou com uma ação civil pública contra as lojas Havan por danos morais coletivos porque a empresa fez uma "pesquisa eleitoral com identificação dos seus empregados e praticava assédio moral com fins de interferir no livre exercício do direito de voto nas eleições de 2018". Durante a campanha eleitoral, o dono da empresa, Luciano Hang, pediu que seus funcionários votassem no então candidato do Partido Social Liberal (PSL) à Presidência, Jair Bolsonaro. Em um vídeo publicado na rede interna da loja, o empresário afirma que "se a esquerda ganhar fechará lojas e demitirá empregados". Hang também promoveu um "ato cívico" transmitido ao vivo pelo Facebook, com a participação de funcionários, no qual voltou a pedir voto para Bolsonaro.[22] Para os procuradores do Trabalho, a conduta do empresário é grave e "viola a Constituição Federal, a democracia e compromete a liberdade de escolha política dos trabalhadores que, por receio de perderem o emprego, estariam sendo forçados a votar em candidato contrário a própria predileção, gerando o dever de indenizar os empregados, mas também a coletividade afetada".[22]
O juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, também proibiu a Havan de pressionar politicamente seus empregados e determinou que a rede de lojas divulgasse internamente, para todas suas unidades, o teor de sua decisão, permitindo a livre escolha dos funcionários. Castro entendeu que as condutas adotadas pela empresa atentaram contra os direitos políticos dos seus empregados e que "a situação se agrava quando, posteriormente a este fato, coloca-se em risco o emprego de todos os 15 mil empregados - evidentemente, com ênfase para aqueles que declararam voto a outro candidato ou, como fica claro na fala do réu, os que pretendem não exercitar o voto em qualquer candidato presidencial". O juiz conclui que "revela-se aí, sem dúvidas, conduta que se enquadra como assédio moral".[22]
Em 17 de maio de 2022, a empresa foi condenada a indenizar em R$ 30 mil a auxiliar de vendas responsável pela denúncia, que se mantém anônima. De acordo com a denúncia, após feito o boletim de ocorrência, a funcionária foi perseguida por um superior, chegando a sofrer arranhões, e foi demitida.[23]
Envio em massa de mensagens políticas
Em outubro de 2019, o WhatsApp disse oficialmente que o aplicativo foi usado ilegalmente para o envio de mensagens em massa contendo notícias falsas ou verdadeiras relacionadas com as eleições presidenciais de 2018 no Brasil. Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições mundiais do aplicativo de mensagens instantâneas, disse que os grupos responsáveis pelos envios ilegais das mensagens são sensacionalistas e tinham a intenção de manipular a opinião pública de grupos específicos com viés político. Empresas estavam financiando este grupos, uma das citadas no esquema é a Havan.[24]
Descumprimento de quarentena
Em 4 de abril de 2020, a Polícia Militar do Estado de Santa Catarina fechou a loja Havan de Porto Belo por descumprir do decreto estadual que determinou quarentena no estado por conta da pandemia de COVID-19. As lojas de departamento foram autorizadas a abrir exclusivamente para a venda de ovos de Páscoa. Segundo a PM, a loja, no entanto, permitiu a compra de outros produtos.[25] Em maio de 2020, a loja tentou disponibilizar alguns alimentos para tentar driblar a fiscalização e reabrir o como serviço essencial. Segundo a assessoria da loja, a mesma possui cadastro para vender alimentos.[26]
Foi confirmado em uma reportagem da Agência Pública, que teve acesso exclusivo à documentos da Polícia Rodoviária Federal, que a rede de lojas Havan enviou seus caminhões de serviços para os bloqueios de estradas, juntamente com a Transben Transportes, empresa sob o nome da esposa, Andrea Benvenutti Hang, da cunhada e e do sogro de Hang, e a Premix Concreto.[27] As empresas mobilizaram organizadamente os caminhões para o KM 83 da BR-101, em Barra Velha, para um protesto que ocorria em frente ao posto de combustível Maiochi, perto de um loja da Havan.[27] Em Palhoça, uma loja da Havan chegou à oferecer cadeiras, bancos, disponibilizar o acesso ao banheiro e conexão elétrica para o som.[27]