O Grande Prêmio da Estíria de 2020 (formalmente denominado Formula 1 Pirelli Großer Preis der Steiermark 2020) foi a segunda etapa do Campeonato Mundial de 2020 da Fórmula 1. A corrida foi disputada em 12 de julho de 2020 no Red Bull Ring em Spielberg, Áustria,[1] que excepcionalmente recebeu duas corridas seguidas na mesma temporada em virtude das mudanças no calendário provocadas pela pandemia de COVID-19. O evento marcou a primeira edição do Grande Prêmio da Estíria, que foi criado para diferenciar a segunda corrida realizada no país, o Grande Prêmio da Áustria, que abriu a temporada.[2]
Houve o atraso de 47 minutos do horário previsto do treino classificatório.
A pista começou muito molhada, mas as condições melhoraram gradualmente conforme o Q1 se desenrolou. Com isso, Giovinazzi, Russell, Leclerc, Vettel, Verstappen, Bottas, Norris e Sainz se revezaram na primeira colocação até Hamilton assumir o primeiro lugar faltando cinco minutos para o fim.
Como esperado, houve algumas rodadas e escapadas, como de Romain Grosjean, que nem sequer marcou tempo, Nicholas Latifi, Alexander Albon e Antonio Giovinazzi. O italiano, aliás, chegou a bater de traseira na penúltima curva do traçado e não conseguiu voltar aos boxes - a parada do carro na pista causou uma bandeira vermelha no último minuto.
A grande surpresa do Q1 foi a eliminação de Sergio Pérez, que foi muito bem nos treinos livres de sexta-feira em pista seca mas não conseguiu encaixar boas voltas no molhado e ficou numa decepcionante 17ª colocação, enquanto o companheiro Lance Stroll avançou ao Q2 em oitavo.
Hamilton e Bottas começaram dominando o Q2, com Norris e Sainz logo atrás, mas Verstappen fez o melhor tempo a nove minutos do fim. Faltando cinco minutos para a bandeira quadriculada, o hexacampeão recuperou a primeira colocação.
Nos minutos finais do Q2, a chuva aumentou novamente, e Leclerc acabou atrapalhado justamente quando tinha colocado um novo jogo de pneus. Com isso, o monegasco foi eliminado do Q3, enquanto o companheiro Sebastian Vettel avançou em décimo.
Outra surpresa foi a eliminação de Lance Stroll, que tinha ido bem no Q1 com o carro da Racing Point mas ficou apenas em 13º. À frente dele ficou George Russell, que, com um carro bem inferior (Williams), ficou em 12º, sua melhor posição de largada na F1.
A etapa final do treino começou com Verstappen fazendo o melhor tempo, com 1m21s800. Em seguida, o holandês baixou para 1m21s570. Mas aí a Mercedes apareceu: Hamilton fez 1m21s272, e Bottas conseguiu 1m21s036. Logo depois, o inglês baixou para 1m20s649.
As condições da pista melhoraram ligeiramente nos minutos finais, e Verstappen reassumiu a pole provisória, com 1m20s489, mas Hamilton melhorou ainda mais e conseguiu 1m19s702. Na última tentativa, Max deu uma rodada, e o inglês baixou a melhor marca para 1m19s273.
Dentre os dez primeiros colocados no grid, somente dois optaram por iniciar a prova com pneus médios: Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel. Todos os outros preferiram os compostos macios para a primeira parte da corrida.
A largada foi tranquila para Lewis Hamilton, que manteve a ponta, enquanto Carlos Sainz chegou a atacar Max Verstappen, mas não conseguiu fazer a ultrapassagem e ficou em terceiro, seguido por Valtteri Bottas e Esteban Ocon, o quinto.
Pior mesmo foi para a Ferrari, como se já não bastasse mais crise neste ano. Charles Leclerc forçou a ultrapassagem sobre Vettel na entrada da curva 3, não conseguiu frear e acertou o carro do alemão, que ficou com a asa traseira da SF1000 danificada. O acidente levou a direção de prova a acionar o safety-car, enquanto Sebastian teve de abandonar. Leclerc continuou na corrida, mas na última posição. Um desastre.
A relargada foi dada na quarta volta. Hamilton escapou na frente, com Verstappen em segundo e Sainz em terceiro. Russell, no pelotão intermediário, cometeu um erro e passeou pela caixa de brita, mas conseguiu voltar para a pista, enquanto Lance Stroll e Lando Norris duelavam pelo nono lugar, com o canadense à frente. Pouco depois, Leclerc completou o domingo pavoroso da Ferrari e voltou para os boxes, desta vez para abandonar a corrida.
Ainda no começo da prova, a McLaren provou que ainda não tem condições reais de lutar com Mercedes e Red Bull. Sainz foi ultrapassado por Bottas e Alexander Albon, que subiram para terceiro e quarto, respectivamente. O espanhol caiu para quinto, à frente das Renault de Ocon e Ricciardo. Pierre Gasly, com a AlphaTauri, fazia boa corrida e era o nono, seguido por Stroll, Norris e Pérez, que pulou de 17º para 11º em dez voltas.
Na frente, Hamilton reinava soberano e abria vantagem para Verstappen com seguidas voltas mais rápidas. A corrida estava mais animada no pelotão intermediário: Ocon e Ricciardo brigavam pelo sexto lugar; Stroll superava Gasly e trazia Pérez a reboque depois de o mexicano passar também Norris.
Ricciardo finalmente fez a ultrapassagem sobre Ocon e subiu para sexto na volta 21. E Hamilton, mesmo depois de ter cometido um pequeno erro na curva 3, conseguiu controlar bem a diferença para Verstappen. Bottas, por sua vez, tentava se aproximar do holandês. E foi justamente o piloto da Red Bull o primeiro dentre os ponteiros a fazer o pit-stop, na volta 25, mudando de pneus macios para os médios.
Dois giros depois, foi a vez de Ocon abandonar com problemas no radiador, encerrando o que vinha sendo um fim de semana positivo do francês. Assim, Stroll e Pérez, por exemplo, ganhavam mais uma posição e subiam para sétimo e oitavo, respectivamente. Na volta 28, Hamilton fez o pit-stop, com a Mercedes adotando a mesma estratégia de pneus da Red Bull. Bottas seguiu na pista por mais algum tempo para tentar o ‘undercut’ e ganhar a posição de Verstappen.
Sainz partiu para fazer seu pit-stop na volta 33, mas perdeu tempo. Os mecânicos da McLaren tiveram dificuldades em fixar a roda traseira esquerda do carro do espanhol, o que prejudicou totalmente a chance de um bom resultado. No giro seguinte, Stroll partiu para a troca de pneus depois de começar a ser pressionado por Pérez na luta pelo sétimo lugar.
Ao mesmo tempo, Bottas foi para os boxes para enfim a Mercedes realizar o pit-stop. Mas a estratégia da equipe para o finlandês não deu certo. Valtteri voltou 8s atrás de Verstappen.
Na volta 40, Pérez enfim foi aos boxes para o seu pit-stop. O mexicano voltou atrás de Stroll e logo à frente de Sainz, que vinha em oitavo. O piloto da McLaren chegou a usar a asa móvel para fazer a ultrapassagem, mas levou o troco e foi superado por fora por ‘Checo’ na curva 5, retomando o sétimo lugar com uma bela manobra.
Enquanto Hamilton sobrava na frente, a grande atração da corrida era a briga entre os dois pilotos da Racing Point. Pérez e Stroll duelaram de forma limpa pelo sexto lugar. O mexicano fez outra grande ultrapassagem, deixou para trás o companheiro de equipe e partiu para cima de Ricciardo para buscar o quinto posto.
O australiano sequer esboçou reação quando Pérez encostou e fez a ultrapassagem na volta 49. O piloto de Guadalajara, um dos grandes destaques do domingo, passava a ter a Red Bull de Albon como alvo, enquanto Stroll chegava para também deixar para trás a Renault de Ricciardo.
Na raça e na experiência, Ricciardo segurou Stroll ao máximo com uma pilotagem valente mesmo tendo carro inferior. Mais à frente, Pérez se destacava novamente e passava a atacar Albon na disputa pelo quarto lugar.
Daniil Kvyat surpreendia ao aparecer em décimo, contrastando com a queda de Gasly na prova em razão da estratégia adotada pela AlphaTauri, que se mostrou equivocada, ao calçar o carro do francês, em 15º, com pneus duros para o stint final.
O ótimo pelotão intermediário voltava a entregar espetáculo. Daquela vez, com o duelo interno da McLaren. Norris passou Sainz na volta 62 e subiu para a oitava colocação, ficando logo atrás da disputa entre Ricciardo e Stroll pelo sexto posto. Mais à frente, Pérez seguia na batalha contra Albon pelo quarto lugar.
Quando restavam cinco voltas para o fim da corrida, Bottas encostou de vez em Verstappen, que não conseguia tirar o máximo dos pneus e perdia muito rendimento. Os dois travaram um grande duelo roda a roda. Mesmo muito aguerrido, Max não conseguiu resistir à melhor performance da Mercedes do nórdico, que partiu para completar a dobradinha liderada por Hamilton.
As últimas voltas foram igualmente empolgantes no pelotão intermediário. Pérez tentou passar Albon, mas tocou a asa dianteira esquerda do seu carro na Red Bull do anglo-tailandês, que passou na quarta colocação. O mexicano perdeu rendimento no fim e acabou perdendo o quinto posto para Norris — que havia ultrapassado Stroll e Ricciardo também no giro final —. ‘Checo’ ainda conseguiu se arrastar o bastante para terminar em sexto, à frente do companheiro de equipe e da Renault do australiano. Carlos Sainz, com direito à volta mais rápida da corrida, e Kvyat, fecharam o top-10.[3]
Somente as cinco primeiras posições estão incluídas nas tabelas.