Go-Kameyama (後亀山, Go-Kameyama? 1347 — 10 de maio de 1424) foi o 99º Imperador do Japão, na lista tradicional de sucessão[1] e foi o quarto e último imperador da Corte do Sul durante o período Nanboku-chō. Pertencia ao Ramo Daikakuji-tō da Família Imperial. Reinou de 1383 até 1392.[2]
Vida
Antes de ascender ao Trono do Crisântemo, seu nome pessoal era Hironari. Go-Kameyama foi o segundo filho do imperador Go-Murakami. Sua mãe era Fujiwara Katsuko que posteriormente passou a usar o nome budista de Kaki Mon'in.[3][4]
O Hironari assumiu o trono aos 36 anos de idade, após a abdicação de seu irmão, o imperador Chōkei, em 1383, sob o nome de Go-Kameyama. Seu reinado foi imerso na disputa entre as Cortes do Norte e do Sul, onde o Corte do Sul tinha um poder bastante pequeno comparado a do Norte.[2]
Em 1392, o Go-Kameyama, que buscava o fim do conflito entre as duas cortes, compareceu perante o shogun Ashikaga Yoshimitsu para pedir paz. Em 15 de outubro de 1392, retornou à capital e entregou os Tesouros Sagrados a Go-Komatsu, que era o Imperador da Corte do Norte. Ao entregar os tesouros, o imperador Go-Kameyama abdicou automaticamente e o Imperador Go-Komatsu seria o Imperador das Cortes reunidas.[5][2][6]
Desde 1911, o governo japonês reconhece que os imperadores do Corte do Sul, apesar de seu poder diminuto em comparação com o Norte, são os imperadores legítimos, e por serem os autênticos portadores dos Três Tesouros Sagrados, portanto os imperadores da Corte do Norte foram reconhecidos como Pretendentes.[7]
O tratado de paz tinha uma condição, que as Cortes do Norte e do Sul alternassem o controle do trono, mas o tratado seria violado em 1412, quando o imperador Go-Komatsu renegou o tratado, abdicando em favor de seu próprio filho. A partir desse momento, todos os imperadores seguintes pertenceram da linhagem da Corte do Norte, ou seja ao Ramo Jimyōin-tō.[8]
Após sua abdicação em 1392, o Go-Kameyama se aposenta, mas em 1410 retorna a Yoshino'[9]
A Agência da Casa Imperial reconhece Saga no ogura no misasagi (嵯峨小倉陵) em Ukyō-ku Quioto como seu túmulo.[10][1]
Referências
- ↑ a b Agência da Casa Imperial: Go-Kameyama-tennō (em japonês)
- ↑ a b c Deal, William E. (2007). Handbook to Life in Medieval and Early Modern Japan (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press, p. 27. ISBN 9780195331264
- ↑ «Kakimon'in to wa». Nihon Koku godai Jiten (em japonês). Kotobanku. Consultado em 3 de dezembro de 2018
- ↑ Hamaguchi, Hiroaki (1983). "Kaki Mon'in". Nihon Koten Bungaku Daijiten (in Japanese). 1. Tokyo: Iwanami Shoten. p. 588. (em japonês) OCLC 11917421.
- ↑ Sansom, George (1961). A History of Japan, 1334-1615. Stanford University Press. pp. 117–118. (em inglês) ISBN 0804705259.
- ↑ Ponsonby-Fane, R. A. B. (2014). Studies In Shinto & Shrines (em inglês). [S.l.]: Routledge, p. 99. ISBN 9781136892943
- ↑ Thomas, Julia Adeney (2002). Reconfiguring Modernity:. Concepts of Nature in Japanese Political Ideology (em inglês). [S.l.]: University of California Press, p. 199 , n. 57. ISBN 9780520926844
- ↑ Bauer, S. Wise (2013). The History of the Renaissance World:. From the Rediscovery of Aristotle to the Conquest of Constantinople (em inglês). [S.l.]: W. W. Norton & Company, p.69. ISBN 9780393059762
- ↑ Ponsonby-Fane. Studies In Shinto & Shrines. [S.l.]: p. 342
- ↑ Ponsonby-Fane, Richard Arthur Brabazon. (1959). The Imperial House of Japan. Kyoto: Ponsonby Memorial Society. p. 423 (em inglês) OCLC 194887