Galácia era uma província do Império Romano na Anatólia (na moderna Turquia).
História da região
A história desta região, a partir do século III a.C., mostra que houve muitas mudanças nas fronteiras e nas afiliações políticas desta região estratégica. Parece que, por volta de <span style="white-space:nowrap;277 a.C.">278, um grande número de celtas da Gália ou gauleses, que os gregos chamavam de Galátai (daí o nome desta região), atravessaram o Estreito do Bósforo e se estabeleceram nesta região. Trouxeram consigo suas esposas e seus filhos, e evidentemente evitavam casar-se com o povo já existente ali, perpetuando assim suas características raciais durante séculos. Eles ainda falavam sua língua gálata, de origem celta, no tempo de Jerônimo (347–420 d.C.), o qual descreveu que os gálatas de Ancira e o povo de Tréveris (localizada no que é hoje a Renânia alemã) falavam uma língua muito semelhante. Seu último rei da Galácia, Amintas, morreu em 25 a.C..
Província de Augusto
Foi durante o reinado de Amintas como títere do Império Romano, e posteriormente, que a região denominada Galácia foi ampliada para incluir partes da Licônia, da Pisídia, da Paflagônia, do Ponto e da Frígia. Com a morte de Amintas, a região organizada como uma província pelo imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.). A nova província abrangia a maior parte do antigo reino celta da Galácia e que tinha sua capital em Ancira. Ela era limitada por outras províncias romanas — em parte pela Capadócia, ao leste, pela Bitínia e Ponto, ao norte, pela Ásia ao oeste e pela Panfília, ao sul.
Foi ali que o apóstolo Paulo e outros missionários cristãos evangelizaram diversas cidades no século I, tais como Icônio, Listra e Derbe e nas quais organizaram as primeiras comunidades cristãs locais.
Paulo escreveu uma epístola às comunidades cristãs da Galácia, a Epístola aos Gálatas.
Governantes
Durante as reformas de Diocleciano (284–304), porções no norte e sul da província foram destacadas e passaram a fazer parte das novas províncias da Paflagônia e Licônia respectivamente.
Em 398, durante o reinado de Arcádio, ela foi novamente dividida, desta vez em duas novas províncias chamadas de Galácia Prima (ou Galácia I) e Galácia Secunda (ou Galácia II, também chamada de Galácia Salutar). A Galácia Prima abrangia a região norte da antiga província, tinha Ancira como capital e era governada por um consular (consularis). A Galácia Secunda, por sua vez, abrangia a região sul e era liderada por um praeses a partir da cidade de Pessino. Ambas foram subordinadas à Diocese do Ponto, da Prefeitura pretoriana do Oriente. Elas foram brevemente reunidas novamente por Justiniano I (536–548), mas as províncias só deixaram de existir de fato quando a região foi incorporada pelo novo Tema Anatólico na segunda metade do século VII. Apesar disso, traços da antiga administração provincial ainda perduraram até pelo menos o início do século VIII.
Sés episcopais
As sés episcopais da província da Galácia que aparecem no Anuário Pontifício como sés titulares são[1]:
- Na Galácia Prima
- Na Galácia Secunda
Referências
Províncias romanas tardias (séculos IV-VII) |
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História |
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Conforme listado no Notitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e as dioceses foram fundadas por Diocleciano (r. 284–305) por volta de 293. As prefeituras pretorianas foram criadas depois da morte de Constantino (r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados de Ravena e da África foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais no século VII e as províncias restantes foram reorganizadas no sistema temático por volta de 640-660, embora na Ásia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início do século IX. |
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